Impacto na agricultura

Geadas deixam hortifrútis mais caros

Produtores que vendem orgânicos na região de Itajaí registram perdas na produção após o frio intenso

Produtores de Itajaí relatam preocupação com as mudanças no clima
(foto: João Batista)
Produtores de Itajaí relatam preocupação com as mudanças no clima (foto: João Batista)
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Embora o impacto do frio na agricultura não tenha sido significativo na região, os produtos que vem de áreas afetadas pela geada estão chegando mais caros ao consumidor. Produtores relatam perdas em algumas culturas mais sensíveis ao frio e que sofreram danos mesmo com medidas de proteção.

O produtor Juliano Diniz, da Diniz Orgânicos, em Antônio Carlos, na região de Florianópolis, faz entregas em Balneário Camboriú e Itajaí, e participa da feira de orgânicos do calçadão da Hercílio Luz, em Itajaí. Ele conta que o frio mais intenso nesse inverno provoca a falta de produtos e a alta no preço de alguns alimentos devido à baixa na produção.

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“Está faltando bastante coisa que a geada queimou. Até nos lugares de clima mais quente deu geada, aí está tendo uma falta na parte de legumes, que são mais sensíveis ao frio”, comenta.

Entre a produção afetada estão cultivos de tomate, abobrinha, pimentão e pepino, além de algumas frutas, como o morango. Todos esses alimentos deram uma escasseada no mercado, segundo Juliano. “Está bem complicado. Agora até voltar ao normal demora um pouco”, disse.

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O produtor informa que teve a produção de orgânicos prejudicada pelo frio. “Mesmo na estufa estragou um pouco”, relata. Os prejuízos ainda são levantados, mas Juliano estima  30% de perdas na produção em geral, que refletem nos preços ao consumidor final.

A feira de orgânicos de Itajaí já voltou a atender presencialmente. Os produtores atendem toda quarta-feira, das 6h30 às 12h, no calçadão da Hercílio Luz, atrás do museu Histórico.

Alfaces queimadas

Em Itajaí, o produtor Joscelino Cugik, que cultiva hortaliças na colônia Japonesa, relata algumas perdas no cultivo de alfaces em razão do frio intenso na semana passada. Ele conta que acordou de madrugada para jogar água nas folhas das plantas que estavam congelando. Mesmo assim, algumas folhas ainda queimaram.

Mas ele observa que as perdas estão dentro do normal para a época de frio, afetando até 20% da produção. A chuva dos últimos dias também foi um problema para as hortaliças, pois o excesso de umidade faz as plantas apodrecerem. Com o sol e calor que abriu nessa semana, o produtor se disse aliviado, porque poderia perder boa parte da plantação devido ao solo encharcado.

Além de diversos tipos de alfaces, Joscelino também cultiva cebolinha, couve, salsa, entre outras hortaliças. “Alface e manjericão são as mais fracas para o frio”, comenta. Apesar de a alface ter um ciclo rápido de plantio, ele espera que não venham novas ondas de frio tão intensas.

Outro produtor comentou que os agricultores adotam os cuidados necessários pra evitar perdas com o congelamento e queima das plantas pelo frio. Em Itajaí, os produtores lembraram que o maior prejuízo aconteceu há cerca de 10  anos, durante a chamada “geada negra”, que é mais danosa aos cultivos por queimar até o interior das plantas.

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Preços do tomate, cenoura e alface disparam

Com o frio, a colheita do tomate fica mais demorada

Conforme levantamento da companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira, as geadas afetam a oferta de hortaliças nos principais Ceasas do país. Tomate, cenoura e alface foram os produtos mais impactados, com preços que subiram mais de 50% nos estados pesquisados.

A produção de cenoura caiu 10% em relação à junho e quase 6% em relação ao mesmo período de 2020. Para agosto, os preços do produto devem continuar em elevação, mas em taxa menor que em julho. O tomate, porém, vai encarecer ainda mais. O produto já apareceu como um dos vilões na alta da inflação em julho.

Segundo o Conab, com as temperaturas mais baixas, o crescimento e o ponto de colheita do tomate são atrasados, refletindo na menor oferta do produto no mercado, além das perdas decorrentes das geadas. No caso da alface, o produto deve chegar com qualidade inferior ao mercado e mais caro.

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“O aumento é reflexo dos efeitos das fortes geadas que abrangeram desde os estados do sul e do sudeste, até parte do centro-oeste, diminuindo a qualidade dos produtos e gerando altas de preços, apesar de todo esforço dos agricultores para minimizar os prejuízos”, informou órgão.

 

Perdas não foram significativas em Itajaí

De acordo com o secretário de Agricultura de Itajaí, César Reinhardt, não foi registrado impacto significativo aos produtores rurais da cidade em razão do frio. Ele destaca que as verduras são os cultivos mais sensíveis, com danos em cultivos de folhosas, como as alfaces, mas sem maiores prejuízos.

Havia preocupação diante do frio intenso previsto na região. “Mas a geada não foi tão forte quanto se esperava”, comentou. Na região do bairro São Roque, ele informou que houve perdas na pastagem de aveia, usada na alimentação de gado. O município fez ações de apoio aos agricultores, com orientações e entrega de materiais.

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Lonas plásticas foram distribuídas para mais de 20 produtores protegerem mudas e pequenas plantações de aipim, abacaxi e verduras, prevenindo prejuízos no cultivo. O produtor Joscelino Cugik foi um dos atendidos. Ele usou as lonas pra proteger as mudas de mandioca, que ficam guardadas pra posterior plantio. O frio pode queimar as ramas do produto.

No estado, a Epagri faz levantamento sobre os impactos do frio intenso na agricultura. Segundo o órgão, os efeitos comerciais não são muito grandes porque as principais culturas em campo nessa época do ano são aquelas adaptadas ao frio, como trigo, aveia e cevada.

Os principais impactos, mesmo não sendo expressivos, foram registrados pelo órgão no cultivo de hortaliças, para produtores que não protegeram a produção ou que a proteção não foi suficiente pra evitar perdas.




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