Estudo da associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) mostra que Balneário Camboriú é a única cidade catarinense próxima da universalização do saneamento. A edição de 2021 da pesquisa foi divulgada agora em junho, reunindo dados de 1670 cidades. O ranking considera indicadores de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e destinação adequada de resíduos sólidos.

Conforme o levantamento, apenas 116 cidades brasileiras estão próximas de atingir os 100% desejado na cobertura da rede de esgoto. Balneário Camboriú aparece no seleto grupo pelo segundo ano consecutivo, sendo a única de Santa Catarina incluída no ranking. Entre as 37 cidades brasileiras de grande porte (acima de cem mil habitantes) classificadas como “rumo à universalização”, Balneário ocupa a 26ª posição, somando 494,87 pontos, acima do mínimo necessário pra entrar na classificação.

Os dados mostram Balneário com 94,87% no serviço de coleta de esgoto. Os números atuais do município, no entanto, trazem percentual ainda maior, de 98%, considerando que os índices do estudo da associação são da base de 2019, por conta da defasagem de dois anos entre a coleta dos dados e a divulgação pelo ministério do Desenvolvimento Regional.

O prefeito de Balneário, Fabrício Oliveira (Podemos), comemora a colocação do município, creditando o reconhecimento nacional como reflexo dos esforços e compromissos assumidos com o meio ambiente e a saúde das praias e rios. “Foram implantados desde 2017 mais de 70 km de rede coletora de esgoto, entre novas e melhorias. Construímos um novo emissário para atender a região norte e parte do centro, uma obra que vai atender a demanda por mais 30 anos”, informa.

Recentemente, o município terminou a ampliação da rede em 53 ruas de nove bairros. Agora, para a cidade atingir os 100% de cobertura no saneamento, só faltam as obras de implantação do sistema nos bairros Estaleiro e Estaleirinho, na região das praias agrestes, onde os trabalhos já começaram. “Será uma obra histórica que vai garantir 100% de cobertura de esgoto na cidade em 18 meses”, destaca.

A implantação da rede nos dois últimos bairros começou nesse mês pela rodovia Interpraias, no trecho perto da BR-101, no Estaleirinho. O local recebeu o poço de visita e a escavação para a assentamento do primeiro trecho de tubulação, com cerca de 250 metros. No total, serão implantados 32,7 mil metros de rede coletora de esgoto, além de estações elevatórias e emissários, que levarão os dejetos até a estação de Tratamento (ETE). O investimento é de quase R$ 10 milhões.

Conscientização e fiscalizações

Com a cidade alcançando a cobertura total no serviço, o município vai iniciar uma nova etapa, com foco na conscientização dos moradores para que os imóveis sejam ligados na rede coletora. O objetivo é que 100% das casas estejam conectadas ao sistema que passa pela rua. Outra frente de trabalho é a continuidade das fiscalizações contra os despejos irregulares de esgoto em redes de drenagem, coibindo a poluição de rios e praias. Segundo o município, o rio Marambaia está sendo recuperado graças a fiscalização do programa Se Liga na Rede. Ao longo de quatro anos, os fiscais fizeram mais de 60 mil vistorias, com fechamento de ligações irregulares. A região do Marambaia também ganhou um novo emissário de esgoto que leva os dejetos para a ETE do bairro Nova Esperança. A obra tem capacidade pra atender a demanda por 30 anos.

Itajaí entre as “empenhadas” na ampliação

Para ser classificada no “rumo à universalização”, a cidade precisa ter mais de 489 pontos no ranking da Abes, que vai de zero a 500 pontos. O resultado tem como base os dados fornecidos pelos municípios ao sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis).

Itajaí aparece na pesquisa entre as cidades de grande porte “empenhadas” com a universalização do saneamento. A classificação intermediária destaca quem tem plano de saneamento e está investindo pra ampliar a cobertura. O município consta na pesquisa com 29% de coleta de esgoto, somando 351 pontos na avaliação.

Com obras em andamento nos bairros Cordeiros e São Vicente, a prefeitura pretende levar o serviço pra metade da população urbana até o fim do ano. Numa próxima etapa, as obras vão contemplar os bairros São João, São Judas, Vila Operária, Dom Bosco e Nossa Senhora das Graças, visando alcançar 80% de cobertura nos próximos três anos.