Vereador propõe “praia pet” em Itajaí
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
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Projeto do vereador Thiago Morastoni (MDB) propõe a criação de “praia pet” em Itajaí. A proposta prevê a permissão pra circulação e permanência de cães, gatos e outros animais de estimação de pequeno porte em praias da cidade. A liberação seria em espaço específico a ser definido pela prefeitura, considerando que uma lei municipal já proíbe circular com animais na faixa de areia das praias. Seria uma espécie de “dog park” na praia, mas a área não seria cercada, apenas delimitada para os animais, sem restrição de que os demais frequentadores da praia circulem pelo local. De acordo com o vereador, o projeto regulamentaria uma prática que já existe de forma esporádica, com os donos de pequenos animais levando os bichos para passeios na areia da praia e até banhos de mar. “Nós inclusive sugerimos o local no projeto, uma vez que Itajaí já tem a popular Praia do Cachorro, onde há uma maior circulação de cães. Esse local poderia ser adaptado com bebedouros apropriados e outros equipamentos para receber os bichinhos”, explica o vereador, em referência ao trecho inicial da praia de Cabeçudas, que poderia ser a primeira “praia pet”. Apesar da sugestão, caso o projeto seja aprovado, ficará a cargo da prefeitura escolher um ou mais locais nas praias onde a permanência de pets seja permitida. O projeto está em análise pela comissão de Legislação, Justiça e Redação Final e deve ser votado ainda neste ano. A expectativa do vereador é que a proposta seja aprovada, mesmo que possa não agradar a todos. “Itajaí sempre esteve na vanguarda da causa animal, desde a criação de uma praça para pets até a liberação total de animais nos eventos organizados pelo município, entre eles Marejada, Festa do Peixe e Festa do Colono”, lembra. A ideia foi bem recebida pela enfermeira Maria Rosana de Lima, 45 anos, que ontem passeava com um shih tzu em Cabeçudas. Turista de Rio Claro, no interior de São Paulo, Maria destaca que ter um espaço reservado seria interessante porque os bichinhos não ficariam presos em casa ou aos cuidados de outra pessoa. “Hoje todo mundo tem um cachorro. A gente viaja e fica com dó de deixar eles em casa”, comenta. Espaço reservado e liberação com critérios A delimitação de um espaço liberado para animais de estimação é justamente para que não haja conflito entre quem concorda e quem discorda da permanência de pets nas praias. O projeto tem algumas obrigações que devem ser cumpridas pelos donos dos animais para que eles possam ocupar a faixa de areia. Uma delas é o recolhimento das fezes dos bichinhos e garantia da segurança dos demais visitantes, com uso de guias e focinheiras, conforme previsto em legislação federal e estadual. O dono do animal pode ser punido com multa em caso de descumprimento. O dono também deve portar documento que ateste que o animal de estimação esteja com a vacinação em dia. Na proposta são considerados animais de estimação de pequeno porte todas as raças de cães e gatos, pequenos mamíferos, aves, roedores e répteis que servem como animais de companhia. A médica veterinária Cíntia Paravisi Pagliari, da clínica La Pet, de Balneário Camboriú, alerta para as doenças que podem ser transmitidas, mas avalia que, se tomados todos os cuidados pela saúde tanto das pessoas quantos do bichos, como a limpeza do xixi e das fezes, a proposta traz benefícios e reduz os conflitos com quem não gosta dos pets na praia. “É uma ideia bem legal, mas tem que ser bem fiscalizada”, analisa. Lei proíbe Uma lei municipal de 2000 proíbe conduzir ou manter animais na faixa de areia das praias de Itajaí, bem como obriga o responsável a recolher as fezes do animal em locais públicos, sob pena de multa. A proibição nas praias não abrange os cães-guia de pessoas com deficiência visual. Apesar da proibição, a lei ainda carece de regulamentação sobre quem faria a fiscalização e quais as medidas punitivas. A prefeitura apenas atende denúncias e faz orientações, mas não pode retirar os animais que estejam com os donos nas praias. A orientação do município é que os passeios com os pets na faixa de areia sejam evitados devido ao risco de transmissão de doenças por meio dos animais. O alerta é que as fezes dos animais podem conter parasitas intestinais que, em contato com as pessoas, provocam dores abdominais, gases, vômito, diarreia e perda de apetite. Outra doença comum é o bicho geográfico, transmitida pelos cachorros por meio de parasita presente nas fezes.