Nascida em Balneário Camboriú e ex-moradora de Itajaí, Laura Büchele, de apenas nove anos, foi aprovada para a sociedade Mensa, nos Estados Unidos, que reúne as pessoas mais inteligentes do mundo. A entrada para o seleto grupo de gênios se deu após a garota passar pelo teste de quociente de Inteligência (QI), com a surpreendente marca de 139 pontos. O resultado mínimo pra entrar na sociedade é 130 pontos.

Laura ainda obteve percentil de 99,5%, acima dos 99% exigidos, comprovando desempenho acima do normal. O percentil é uma medida de relação percentual entre dados da amostra. No caso da menina, significa que ela pontua melhor que 99,5% das crianças da mesma idade dela.

A mãe da estudante, a empresária Bruna Büchele, 30, é natural de Itajaí, onde Laura viveu seus primeiros anos. Bruna se mudou com o marido e as duas filhas para Orlando, no estado da Flórida, há três anos, em busca de melhores condições de vida pra Laura e a filha mais nova, Luiza. Laura precisou repetir o primeiro ano porque tinha entrado já no fim do calendário escolar americano.

Havia uma preocupação da escola que ela tivesse dificuldades com o novo idioma, mas Laura, que já escrevia e lia livros em inglês, mandou bem nas aulas nos EUA. O desempenho de Laura na nova escola e a adaptação ao idioma chamaram a atenção dos professores, que a orientaram a fazer um teste de QI. Aos sete anos, ela já tirou pontuação de 139 no primeiro teste.

A menina se destacava entre as demais crianças, mesmo entre as consideradas mais inteligentes, que são colocadas juntas pra estudar numa mesma sala. De acordo com Bruna, a filha recebeu uma educação normal até os dois anos, aprendendo com livros, jogos e desenhos, entre outros estímulos.

“Ela sempre aprendeu as coisas com muita facilidade. Desde muito novinha ela falava as frases completas e conjugava os verbos corretamente. Começou a aprender inglês em casa aos dois anos e nos mudamos quando ela tinha seis”, lembra. Ainda no Brasil, a menina teve aulas de inglês aos três anos na creche, onde aprendeu muito rápido o idioma.

“Ela não chegou a frequentar nenhuma escola especial [no Brasil] porque ela só foi identificada como uma criança superdotada aqui nos EUA”, comenta Bruna. Nos Estados Unidos, Laura é aluna no 4º ano, mas pode ler livros do 7º ano devido ao nível de 7,7 em leitura. Em matemática, o desempenho é equivalente ao 5º ano e, em inglês, ao 6º ano.

Bruna diz que a filha ainda não escolheu uma profissão, mas destaca que ela tem muita facilidade com números, fórmulas, ciências e astronomia. "A gente pergunta de vez em quando o que ela gostaria de ser. Tem dias que ela diz cientista, tem dias que diz astronauta, tem dias que ela diz médica...", lembra. "Vamos  ver no que ela vai acabar se interessando, conforme os anos passarem, mas acima de tudo queremos que ela faça o que gosta", completa.

Gênios do mundo inteiro

Os testes para entrar na sociedade de gênios foram feitos em setembro, em quatro horas de provas, envolvendo testes orais, atividades com brinquedos e computador. "Recebemos a aprovação por e-mail, depois de sete dias que a inscrevemos. Depois disso, em 30 dias, chegou um pacote com o cartão de membro e uma carta de boas vindas", relata a mãe.

A Mensa é a maior, mais antiga e mais famosa sociedade de alto QI do mundo, reunindo adultos e crianças com inteligência acima da média. O grupo faz reuniões anuais onde se discutem temas diversos. Também são feitas leituras de artigos e exposição de trabalhos. A sociedade tem mais de 150 mil membros pelo mundo. No Brasil, são 1800 inscritos.

Bruna disse que a convenção da sociedade deste ano foi cancelada devido à pandemia. A programação envolve fóruns de discussão, rodada de ideias e apresentação de projetos. Quem entra no grupo também recebe revistas e tem acesso às atividades do site, como jogos, desafios e listagem de livros. Os membros também podem mandar materiais pra publicação.

Após determinada idade, as crianças do grupo podem fazer um teste pra bolsa de estudos da entidade, que tem vários programas de financiamento de faculdades.