Um mês após ser afastado do governo de Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) foi julgado e absolvido das acusações do impeachment, e ontem mesmo reassumiu o comando do estado. Ele deu uma entrevista coletiva à imprensa pra apresentar um plano do executivo pros próximos dois anos. Por cerca de 40 minutos, falou sobre a absolvição do impeachment, apresentou novos nomes do secretariado e os planos de combate à covid.
Por 6 votos a 3 e uma abstenção, Moisés foi absolvido da denúncia de prática de crime de responsabilidade na concessão de reajuste salarial aos procuradores do Estado. A decisão foi do Tribunal ...
Por 6 votos a 3 e uma abstenção, Moisés foi absolvido da denúncia de prática de crime de responsabilidade na concessão de reajuste salarial aos procuradores do Estado. A decisão foi do Tribunal Especial de Julgamento.
Moisés estava afastado das funções desde 27 de outubro, quando o tribunal acatou a denúncia e deu início ao julgamento. Para que Moisés fosse condenado e perdesse em definitivo o cargo de governador, eram necessários, no mínimo, sete votos pela condenação.
Moisés foi notificado da decisão e às 17h deu entrevista coletiva à imprensa. Ele disse que “a verdade” e “a justiça” prevaleceram no julgamento do impeachment.
Além disso, afirmou que não comentaria ações tomadas pela vice Daniela Reinehr e que pensa no futuro do estado. O governador mostrou uma apresentação chamada “SC Estado de verdade | Nova Fase 2” com o que anunciou serem os focos da gestão a partir de agora. Entre eles, a promessa de prioridade pro planejamento do futuro do estado e aceleração de investimentos.
Segundo ele, planejamento hídrico, retomada econômica e infraestrutura serão os pilares do governo.
Para investimentos, o foco será em rodovias e ligações aos portos e aeroportos. Moisés falou mais de uma vez que o projeto é pensar o estado daqui a 15 ou 20 anos. A meta é atingir quase R$ 10 bilhões em investimentos até o final do mandato.
Em paz com a Alesc
Antes da coletiva, Moisés fez uma reunião com secretários e já participaram dela os novos integrantes do Executivo. Eron Giordani será o secretário da Casa Civil. Ele atuava acomo chefe de gabinete do presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD).
Giordani será uma espécie de avalista político pros próximos atos. “O Eron vai nos ajudar no diálogo com todas as bancadas e os 40 deputados, com diálogo franco e aproximação do Executivo com o Parlamento até porque essa sempre foi a crítica mais ácida ao nosso governo”, afirmou.
Além disso, foram apresentados outros nomes. Alisson de Bom de Souza volta à chefia da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e o jornalista Jefferson Douglas à secretaria de Comunicação. Juliano Chiodelli retomará o cargo de secretário-adjunto da Casa Civil.
Sobre a pandemia, Moisés descartou lockdown. Ele anunciou que se reunirá com a equipe de saúde neste sábado pra discutir ações de combate ao vírus e haverá uma conversa em breve com os prefeitos.
Moisés disse que o foco será reestruturar o atendimento. “Hoje são 190 leitos desabilitados. Eles fazem falta. Se nós tivermos esses leitos ativados, teríamos só 70% de ocupação de UTIs”, disse. Ele garantiu que o Estado pagará aos hospitais pelo funcionamento dos leitos para garantir o serviço essencial.
Moisés declarou que o combate à pandemia continuará sendo regionalizado e descentralizado, com participação de outros atores. Ele conta com a conscientização dos catarinenses e a fiscalização das medidas de segurança.