Mayara conta que estava grávida do quarto filho, mas a bebê Helena morreu no hospital Marieta Konder Bornhausen cinco horas após o nascimento. Em 20 dias, Mayara conta que passou por 14 médicos diferentes, fez exames, procurou atendimento médico nos hospitais das duas cidades.
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Mayara estava grávida de 29 semanas e vinha perdendo líquido amniótico desde o dia 31 de outubro. “Eu rodei igual uma louca por hospitais, clínicas de ultrassonografia, pedi opiniões médicas diferentes, fui em laboratórios. Os meus exames de imagem sempre mostraram a baixa do líquido, porém, para todos sempre estava tudo bem”, narra.
Só que a mãe pressentia que Helena estava em risco. Na última quinta-feira, após perder líquido novamente, Mayara procurou o Marieta. Ela conta que foi atendida por dois enfermeiros e uma médica. “Ela me disse que o colo do útero estava fechado e que aquela umidade vaginal era um corrimento”, conta.
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A mãe mostrou os exames, mas foi mandada pra casa. O quadro se agravou na sexta-feira e ela acordou perdendo líquido e sangue junto. “Fui até o hospital de Navegantes cedo, a médica me atendeu e constatou que eu estava com ´bolsa rota´. Me internaram e pediram a transferência ao hospital Marieta devido a gravidade do caso”, conta.
Ela esperou até à noite pela transferência, mas o hospital teria negado o pedido. “Às 22h, depois de diversas tentativas do hospital de Navegantes, o Marieta alegou que a UTI neonatal estava lotada”, conta.
Na manhã de sábado, Mayara e o marido decidiram “fugir do hospital de Navegantes”, pra buscar atendimento no pronto-socorro do hospital da cidade vizinha. “Eu sabia que somente assim conseguiria passar por uma avaliação, num local com a estrutura adequada pra mim e pra minha bebê”, narra.
Não resistiu
Mayara conta que 30 minutos após dar entrada no hospital Marieta foi levada ao centro cirúrgico para uma cesariana de emergência. “Às 5h17 a Helena nasceu. O médico disse que houve descolamento da placenta e por isso o sangramento. Helena ficaria uns dias na UTI, eu ficaria para amamentar e acompanhar sua evolução”, conta.
Só que cinco horas depois do parto, Helena teve uma parada cardíaca. “A causa da morte foi uma infecção generalizada causada pela bolsa com baixo líquido, que é o que eles chamam de bolsa rota por tempo prolongado”, conta.
Mayara só pode segurar a criança após a morte. “Conversei com ela, beijei muito, abracei muito, pedi perdão, pois me sinto culpada por não ter insistido mais em cada médico que passei”, desabafa a mãe.
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Mayara garante que passou por 14 médicos diferentes. “O que eu tenho a dizer a cada mãe é pra não deixar que as pessoas digam que está tudo bem. Exijam o que é direito de vocês, que é, no mínimo, uma avaliação médica decente”, pede.
Em nota, a direção do hospital Marieta disse que o caso será encaminhado à comissão de ética para apuração.
A assessoria do hospital de Navegantes não respondeu os questionamentos do DIARINHO até o fechamento desta edição.