Itajaí
Mães de alunos de Balneário e Itajaí protestam no domingo
Grupo defende as aulas presenciais nas redes pública e particular e discorda das exigências sanitárias
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Mães de alunos de escolas públicas e particulares se preparam para um protesto no domingo pedindo a volta das aulas na região. Em Balneário Camboriú, a manifestação será com “pé na areia”, no trecho da praia do pontal Norte, em frente ao hotel Marambaia, a partir das 9h30. Em Itajaí, o movimento será à tarde, às 16h, prevendo protesto com saída da prefeitura até a Beira Rio.
A mobilização está sendo pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. Alunos, professores e outros profissionais de educação também são convidados a se manifestar. Os organizadores pedem a reabertura das escolas e defendem o direito de as famílias escolherem mandar ou não os filhos pra salas de aula. A suspensão de aulas presenciais fez surgir creches clandestinas que tiveram de ser interditadas na região.
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A retomada das aulas no estado é prevista em regiões classificadas com risco alto ou moderado pra covid-19. Pelo atual mapa de risco, apenas quatro áreas estão nessa condição: Médio Vale do Itajaí, Alto Vale do Itajaí, Xanxerê e Oeste. Mesmo nessas regiões, a liberação das atividades depende da aprovação pelos comitês municipais do plano de contingência de cada escola.
Na região de Itajaí, avaliada com risco grave pra covid, as prefeituras já anunciaram que as aulas na rede pública municipal não voltam mais nesse ano. Na rede estadual, é previsto o retorno de alunos a partir de segunda-feira nas escolas das regiões em que a classificação de risco permitir e que tenham o plano de segurança aprovado. Até esta sexta-feira, nenhuma escola estadual tinha recebido a liberação.
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A retomada na rede estadual prevê aulas presenciais de reforço, começando pelos alunos do 3º ano do ensino médio na primeira semana, até o sexto ano do ensino fundamental. Nos anos iniciais, as aulas presenciais não voltam mais esse ano, seguindo a orientação da secretaria Estadual de Educação.
Na rede particular, as escolas da região têm planejamento pra voltar às aulas a partir da semana que vem, mas a condição de risco grave mantém suspenso o plano de retomada. Os comitês municipais estão formados desde a semana passada e estão recebendo os planos das escolas interessadas em reabrir, na expectativa de mudanças nos decretos.
Não concordam com regras
Conforme uma das organizadoras do protesto em Balneário Camboriú, as exigências do governo pra reabertura são “exageradas”. “Exigir que se chegue à faixa mais segura, não tem base científica mais, principalmente num local em que a gente vê tudo funcionando, praias lotadas, parques lotados...”, avalia.
Ela também critica os protocolos de segurança exigidos de cada escola. “Esses protocolos, numerosos e até esdrúxulos, parecem feitos pra dificultar a abertura e, com certeza, vão prejudicar as crianças porque vão criar um ambiente assustador pra elas”, afirma.
A moradora é médica e mãe de um menino de cinco anos. Junto com outras mães da escola do filho, ela decidiu organizar a manifestação. Ela não quis se identificar e nem dizer o nome da escola por temer perseguição pessoal de sindicatos. O grupo de apoiadores no WhatsApp reúne pais de alunos, professores, psicólogos, pedagogos e outros profissionais. Seriam em torno de 500 pessoas.
“Pedimos pela liberdade e pelo direito de levar nossos filhos à escola, respeitando o direito daqueles que não podem, que não precisam ou que não desejam voltar agora”, ressalta. A médica lembra que, na Europa, as escolas foram os primeiros serviços a reabrir após o pico da doença. Ela entende que a escola é um serviço essencial e poderia reabrir no estado, considerando que o pico de covid já passou.
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Para ela, manter as escolas fechadas é pior para as crianças, que estariam sendo vítimas de violência dentro de casa e enfrentando problemas emocionais, psicológicos e nutricionais. “Todas estão sofrendo porque é muito tempo de isolamento, perdendo oportunidade de socializar e adquirir conhecimento”, argumenta.
Movimento apartidário
A organização do protesto em Balneário pede que as pessoas participem com camiseta branca e levem balões coloridos e cartazes. Eles dizem que o movimento representa pais e alunos das redes pública e particular e que a manifestação não é ligada a partido político. O ato será pacífico na praia, seguindo as normas de prevenção da covid, conforme a coordenadora.
Em Itajaí, o convite está sendo feito pelo movimento Pais Pela Educação. De acordo com a divulgação do grupo, a concentração inicial será em frente à prefeitura, de onde os participantes sairão em direção à avenida Beira Rio. A orientação é que os adultos vistam jeans e camiseta branca, tragam balões brancos cartazes e que as crianças participem com o uniforme escolar.
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