Itajaí
Aposentada de Balneário troca porta-guardanapos por cestas básicas
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Uma aposentada de Balneário Camboriú arrumou um jeito de deixar a quarentena da pandemia menos entediante dentro de casa e ainda fazer o bem ao próximo. Carmen Wegner, que completará 86 anos nesta sexta-feira, sempre foi frequentadora assídua dos cultos aos domingos de manhã da igreja Luterana de Balneário. Durante aos cultos e também em ações sociais, a igreja arrecadava uma contribuição espontânea dos fiéis. O dinheiro era usado pra comprar cestas básicas e distribuir para famílias carentes cadastradas pela igreja. Desde o início da pandemia, a contribuição não foi mais arrecadada. Os cultos continuam on-line e os jantares, bingos e almoços não podem ocorrer. O pessoal da igreja solicitou aos fiéis que pudessem contribuir com as cestas, pois as famílias carentes, mais do que nunca, necessitam da doação. Carmem passou a ajudar a igreja, mas ela queria colaborar com mais de uma cesta básica. A senhora, que fundou com o marido a Tutti Pães há 57 anos em Balneário, pensou num jeito de ajudar ao próximo e de entreter os seus dias na quarentena, já que está aposentada desde que os filhos assumiram os negócios. A senhora começou a fazer porta-guardanapos de tecido e oferecer aos vizinhos do prédio, em troca das cestas. “Eu achei um método, orientada por Deus, de conseguir arrecadar mais que a minha cesta”, conta. Nos primeiros, ela foi até a porta dos apartamentos e apresentou a ideia. “Eu cheguei e falei que estava dando um presente, mas era um presente de grego. Eu dava os porta-guardanapos em troca de uma cesta básica”, brinca. Os vizinhos gostaram da oferta e abraçaram a ideia. Os porta-guardanapos fizeram tanto sucesso que foram trocados por cestas básicas até em outros estados, como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Carmem conta que produz de seis a oito porta-guardanapos por encomenda. Desde que começou a ideia, ela já conseguiu produzir cerca de 300 e entregou aproximadamente 40 cestas básicas. A ideia começou em maio e a aposentada já tem pedido até agosto. “Está dando tão certo que tenho bastante encomenda todos os meses, e já tenho pro mês de agosto. Era uma ideia para preencher o meu tempo e está preenchendo até demais”, brinca. Aprendeu pro casamento da neta Carmem aprendeu a fazer o porta-guardanapos com Anne Mari Utech, esposa do pastor Valdir. A neta de Carmem casou com o neto do pastor há 10 anos. Anne sugeriu que as duas fizessem o porta-guardanapos para dar de lembrança do casamento. As lembrancinhas foram entregues há uma década, mas a aposentada não esqueceu o molde e volta e meia ainda fazia a decoração para presentear alguém. Agora, o porta-guardanapos virou uma forma de ajudar os mais carentes. “Tenho que riscar o pano, cortar, passar as pétalas cortadas na vela, uma a uma, montar com cola quente e colocar no arco”, conta. Só depois desse processo, o acessório fica pronto. Carmem conta com a ajuda da família para comprar os materiais usados no porta-guardanapos e também para entregar as cestas básicas na igreja Luterana. “Eles têm cerca de 50 famílias carentes cadastradas e que recebem as doações”, conta. Todas as cestas básicas arrecadadas são entregues pelos doadores na Tutti Pães. A partir dali os familiares de Carmem fazem as entregas na igreja, que se encarrega da distribuição.