Itajaí

Avanços da ciência no combate à covid-19

Pandemia acelerou produção científica pra entender e enfrentar a covid. Há 160 estudos em andamento pra criação de vacinas

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pandemia do novo coronavírus mobiliza cientistas, laboratórios, universidades e governos do mundo todo não só pra compreender a covid-19, como pra descobrir formas de tratar e de prevenir a doença. Só no Brasil, cerca de mil pesquisas estão em andamento por instituições federais. Os principais avanços da ciência envolvem a criação de vacinas, a importância de medidas preventivas, duração da imunidade pós-covid e descobertas sobre a origem do vírus.

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O Brasil está nessa corrida e lidera entre países de línguas portuguesa e espanhola o número de estudos sobre a doença, com 833 trabalhos em diversas frentes até segunda-feira. Além de acelerar a produção científica, o avanço da covid pelo mundo, com cerca de 15 milhões de infectados e mais de 610 mil mortes, reduziu o protocolo pra criação de vacinas. Alguns laboratórios prometem lançar o produto entre o fim deste ano e início de 2021. 

Segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), são 24 vacinas em testes com pessoas e mais de 160 em estudo. Duas delas estão em evidência no Brasil, a da universidade de Oxford e a “vacina chinesa”, do laboratório Sinovac, com testes clínicos em pessoas no país após resultados positivos em estudos preliminares.

De acordo com o epidemiologista Oscar Bruna-Romero, coordenador dos cursos de Ciências Biológicas da UFSC, a vacina da Oxford, coordenada no Brasil pela universidade Federal de São Paulo, tem muitas chances de sucesso. “Porém, ainda que funcionem bem, só chegarão até o público depois do primeiro trimestre de 2021”, afirma. Segundo explica, a vacina não será fabricada no Brasil, mas produzida fora pela multinacional AstraZeneca pra depois ser distribuída no país.

A expectativa é melhor para a vacina da China, com testes iniciados esta semana no Brasil, coordenados pelo instituto Butantan. Segundo o órgão, se os testes correrem bem, o registro da vacina pode sair até o fim do ano e o Brasil tem chance de ser o primeiro país a usar a imunização em larga escala. O professor Oscar informa que foram negociadas 60 milhões de doses que poderão ser fabricadas pelo próprio Butantan.

Máscara e distanciamento reduzem contágio

Uma pesquisa com 508 soldados de três batalhões na Suíça mostra que o uso de máscara e o distanciamento social podem reduzir as chances de contágio e de complicações graves em quem for infectado. A experiência reuniu militares em dois grupos, que tiveram casos de coronavírus antes e depois da adoção das medidas.

Nos batalhões que não adotaram máscara e distanciamento, mais soldados não só pegaram o vírus, como 30% deles manifestaram a doença com sintomas graves, incluindo falta de ar. No grupo que adotou as medidas, menos pessoas se infectaram e nenhuma delas teve sintomas da doença, mesmo com o vírus detectado por exames.

O biólogo e pesquisador Átila Iamarino compartilhou a pesquisa nessa semana pelas redes sociais. Ele ressaltou que novos testes precisam ser feitos, mas que o resultado bate com a noção que já se tinha de que a carga de vírus com a qual a pessoa entra em contato influencia no desenvolvimento da doença.

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“O uso de máscara e distanciamento social podem não só diminuir as chances de pegar o vírus mas também de desenvolver complicações da covid e pode ter influência, inclusive, em diminuir a letalidade pela doença”, analisa.

Vírus no esgoto antes do primeiro caso da doença

No Brasil e em pelo menos outros três países, China, Itália e Espanha, pesquisadores confirmaram a presença do novo coronavírus em amostras de esgoto coletadas antes do surto da doença na cidade chinesa de Wuhan, em dezembro de 2019. As descobertas deixam em aberto a origem do vírus e podem revelar como a doença se espalha, o que ajuda nas estratégias de prevenção. 

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Um dos estudos é de pesquisadores da UFSC, que identificaram o vírus em amostras congeladas de esgoto coletadas em 27 de novembro de 2019, em Florianópolis. No Brasil, o primeiro registro da doença foi em 26 de fevereiro.

Em outra pesquisa, pela universidade de Barcelona, na Espanha, o novo coronavírus foi encontrado em amostras de esgoto de 12 de março de 2019, nove meses antes do primeiro registro da infecção no mundo. Ainda houve confirmação do vírus no esgoto da China, em outubro, e na Itália, com amostras do início de dezembro.

Risco de reinfecção pós-covid

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Um novo estudo do King’s College, de Londres, indica que pessoas que já tiveram a doença podem perder a imunidade em pouco tempo e se reinfectar novamente. A pesquisa foi feita com pacientes recuperados de covid-19. Os anticorpos produzidos pelo organismo contra a infecção perderam força após três meses.

Ainda não se sabe se pessoas com quadro leve ou que não tiveram sintomas podem criar uma defesa mais forte contra a doença. Em todo caso, a pesquisa vai na contramão do entendimento de que cidades onde os casos de infecção estão em queda, como em Manaus, não há risco de novo surto.

Além da duração da imunidade, estudos buscam esclarecer como pacientes que contraíram o vírus mas não manifestaram os sintomas ou tiveram sintomas leves transmitem a doença. Pesquisa publicada pela revista Nature nesse mês diz que em 87% dos casos de covid-19 em Wuhan a doença não foi detectada, mas os pacientes passaram o vírus rapidamente.

Diante da falta de vacina e de garantia da imunidade criada pelo corpo, a OMS mantém recomendação de usar máscaras, limpar as mãos e evitar aglomerações pra conter a doença.



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