Itajaí
Casal russo busca local pra acampar
Eles faziam volta ao mundo mas pandemia forçou a parada. Eles chegaram a acampar no parque da Atalaia, mas tiveram que vazar
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A pandemia de coronavírus interrompeu a aventura do casal russo Yana Lebedikhina, 33 anos, e Sergey Lekay, 45. Eles estavam numa viagem de volta ao mundo quando o veleiro em que pegaram carona de Ushuaia, na Argentina, rumo à Europa, teve que parar no Brasil em março. Sem condições de retomar a viagem desde então, eles estão em Itajaí, mas buscam um local adequado pra acampar até que seja possível seguir pra última etapa da aventura, chegar à Europa e voltar pra casa.
Até o último dia 8, o casal estava acampado em uma área dentro do parque da Atalaia, em Itajaí. Após denúncia, a guarda Municipal foi até o local e orientou o casal a deixar o parque, por se tratar de área de conservação ambiental. Agora eles montaram acampamento numa área de mata entre Itajaí e Balneário Camboriú, mas buscam um espaço, seja público ou particular, onde possam montar a barraca, ficar seguros e trabalhar pra planejar a retomada da viagem.
“Acampar é algo natural para russos, não é algo estranho. Não queremos que as pessoas pensem que somos delinquentes. Só não podemos seguir a viagem agora,” disse Yana, que procurou o DIARINHO pra fazer o pedido de ajuda e contar a história do casal. Yana é professora de inglês e aprendeu português nos últimos três meses em Itajaí. Ela e o companheiro deixaram Moscou há cerca de dois anos, pra dar a volta ao mundo sem andar de avião.
Os registros da aventura são divulgados em um blog e pelo Facebook. A previsão era terminar a volta ao mundo em três anos, mas agora o tempo que eles devem esperar no Brasil é indeterminado. Yana destaca que a proposta era fazer a viagem com poucos recursos, contando com a ajuda das pessoas ao longo do caminho e conhecendo as comunidades em cada lugar.
Quando deixaram a Argentina num veleiro que faz expedições turísticas, eles planejavam ir até o arquipélago de Cabo Verde, na costa africana, e depois chegar à Europa. No meio do oceano Atlântico, eles tiveram que interromper a viagem devido ao anúncio da pandemia. No veleiro estava apenas a tripulação que vinha da Antártida e seguiria pra Groenlândia. O barco ainda está em Itajaí, onde passa por manutenção.
Ajuda e trampo para retomar viagem
O casal chegou ao continente americano pelo estreito de Bering, entre a Rússia e os Estados Unidos, no Alasca, com um catamarã artesanal construído por eles mesmos. Do Alasca, eles seguiram para o Canadá e foram cruzando os países até chegar ao extremo sul da América do Sul. “Viajamos com recursos modestos. Caminhamos ou pegamos carona ou vamos pelo mar”, relata Yana. Apesar da pandemia, o casal não pensa em cancelar a aventura e descarta voltar pra casa agora. Pela internet, eles fazem contato com familiares e amigos.
Yana conta que pra retomar a viagem tentaram buscar um novo barco, mas a situação do coronavírus complicou encontrar alguma embarcação no momento. Agora eles pensam até mesmo em construir um novo catamarã pra retornar ao mar. “Somos viajeiros. Queremos seguir nosso próprio caminho, usando nossos próprios recursos”, diz.
Enquanto isso, o casal pede a ajuda da comunidade local que possa ceder um espaço para montarem a barraca. Eles também estão disponíveis pra fazer diversos serviços, como jardinagem ou na construção civil. O contato pode ser feito pelo WhatsApp no número (88) 8885-9449 ou pelo www.facebook.com/yana.lebedikhina. A secretaria de Assuntos Internacionais do governo estadual ficou de responder sobre que tipo de assistência poderia destinar aos viajantes.