Itajaí
Guilherme Schmitt
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Proprietário do Hotel Marambaia Cabeçudas “Nós não temos condição de uma verticalização como o centro está vivendo, como a Praia Brava sul vive” Ele é empresário do trade turístico, mas nem por isso quer ver a praia de Cabeçudas cheia de arranha-céus. É membro da sociedade Amigos da Marinha, mas nem por isso concorda com o fechamento da trilha do Farol. Defende o tombamento dos patrimônios históricos, arquitetônicos e culturais, mas nem por isso deixa de pensar em como recompensar os proprietários dos imóveis tombados. O hoteleiro Guilherme Schmitt, dono do icônico hotel Marambaia Cabeçudas, em Itajaí, é dessas figuras com opiniões próprias. Criado na praia mais charmosa da região, neste Entrevistão feito pelo jornalista Sandro Silva, conta um pouco da história da hotelaria em Cabeçudas, fala das brincadeiras de criança no saudoso ‘trampolim da pedra’, defende que a praia seja frequentada por todos os moradores da cidade e bota o dedo na ferida de assuntos polêmicos e que estão ligados diretamente à sustentabilidade do bairro que já foi o preferido da elite catarinense. Os cliques são da jornalista Franciele Marcon. DIARINHO – Você é proprietário de um dos mais tradicionais hotéis de Itajaí e que fica numa das praias mais charmosas da região, Cabeçudas. Conte pra gente um pouco da história do Hotel Marambaia, como surgiu, quem o projetou... Guilherme Schmitt – O hotel Marambaia, o primeiro nome dele, quando foi inaugurado em 1962, em fevereiro, era hotel Balneário Cabeçudas. Naquela época, Cabeçudas era o balneário de Santa Catarina. Já vinha de uma história anterior, que é desde a década de 30, com o antigo hotel Cabeçudas, que era do seu Zwoelfer [José Zwoelfer, imigrante austríaco radicado no Brasil] e foi uma referência em hotelaria em todo o litoral de Santa Catarina. Na verdade, toda as praias, os balneários, tiveram como grande referência o hotel Cabeçudas, do Zwoelfer. Cabeçudas tem várias fases de hotelaria. Em 1920 teve o hotel do Herberst. Depois no final da década de 40 teve o hotel Cordeiro, onde hoje é o hotel Marambaia, naquele canto da praia, que tinha ali uma lagoa. Depois na década de 50, houve um projeto que acabou não se concretizando que foi o Cabeçudas Palace Hotel, que era um projeto que seria desenvolvido em conjunto com o banco Inco e com a companhia Malburg, onde hoje é a casa do César Ramos e a antiga casa do Pimpa, que foi demolida. Era uma casa ao lado da outra. Chegou a ser feita, inclusive, a fundação, mas não houve sucesso. E depois, na década de 60, final de 59, foi constituída a empresa e em 62 foi inaugurado o hotel Cabeçudas. O hotel é um projeto do professor Roberto Verenose, que é um gaúcho que, além do projeto do hotel Balneário, de 62, teve o Marambaia de Balneário Camboriú em 64. Fez outros prédios também. O edifício Normandie, em Florianópolis. Esses dois, o Normandie e o Marambaia de Camboriú, já estão tombados pelo patrimônio arquitetônico, pela sua relevância arquitetônica. E esse arquiteto, professor Roberto, ele também tinha um projeto muito bonito na praia de Xangri-lá [município do Rio Grande do Sul], o Xangri-lá Termas, dentre outras obras. Ele tinha uma característica eminentemente modernista. O modernismo foi trazido para o Brasil por Le Corbusier [arquiteto Charles-Edouard Jeanneret, conhecido como Le Corbusier], que era um franco-suíço, um arquiteto, que teve como um dos seus pupilos o Oscar Niemeyer. A base do modernismo é a rampa, pilotis e os panos de vidro. E isso tudo está no projeto do hotel Marambaia Cabeçudas. Ele tem rampa, tem pilotis e tem todo aquele pano de vidro. Ele tem características próprias, assim como o Marambaia de Camboriú, que é redondo. O Marambaia de Cabeçudas é todo voltado para o mar. Todas as suas unidades são voltadas para a praia. Não tem unidade nos fundos. [Quem fundou o Marambaia?] Na verdade foi um grupo de investidores e empreendedores locais. Dentre eles o meu avô, Osmar Nunes; o Genésio Miranda Lins, o Camilo Mussi, Guido Miranda, Valinho Cesário, dentre outras pessoas que se juntaram e empreenderam. Na época Cabeçudas era uma referência como balneário. O PIB catarinense se reunia em Cabeçudas. Todos aqueles industriais de Blumenau, de Brusque, de Joinville, os políticos de Florianópolis, acabavam vindo em Cabeçudas pela força política da praia. O Genésio Lins, do banco Inco, morava ali. Era o maior banco, um os maiores do sul do Brasil. Os Bornhausen tinham casa ali. Os Renaux, os Henning, os Schlösser... Todo esse pessoal tinha ali a sua casa de veraneio. DIARINHO – Quais famosos já se hospedaram no Marambaia Cabeçudas? Guilherme– Meu Deus! Recentemente Vanessa da Matta. Mais antigamente Roberto Carlos. Os times de futebol. O hotel realmente era uma referência em receber, porque essa coisa da hospitalidade é uma característica muito nossa, de Itajaí. Porque porto é a porta do mundo, de entrada e de saída. Então essa coisa de Itajaí ser uma cidade portuária, ela nos deu de repente um diferencial de receber as pessoas, que não é toda a cidade que tem. Antigamente, isso o dr. Dalmo [Dalmo Vieira, fundador do DIARINHO] já dizia, que quando os navios que chegavam havia uma interação muito grande dos marinheiros com a cidade, por conta do tempo que os navios ficavam ancorados. Hoje em dia já não tem isso. O navio chega de manhã, no outro dia já está indo embora. Mas Itajaí manteve isso no seu DNA. Ou seja, receber bem as pessoas. DIARINHO – Apesar de Cabeçudas já ter sido considerado um bairro de elite, sempre foi também a praia do povão. Moradores dos bairros de Itajaí, de ônibus, de bicicleta, de moto e carro enchem a praia todo verão pra curtí-la. Há quem torça o nariz e há quem ache que isso agregue, pois torna a praia uma verdadeira referência para os itajaienses. E você, o que acha? Guilherme– Na verdade nasci na Barra do Rio, mas me criei em Cabeçudas. Isso é fato, Cabeçudas é uma praia da cidade de Itajaí. Então lá é a área de lazer de todo o itajaiense. Nós temos que ter consciência que ela tem que estar preparada. Nós recebemos todos os itajaienses e os turistas, quem vem de fora, na nossa casa. A praia de Cabeçudas, nos últimos anos, tem passado por uma estruturação bastante interessante. Hoje a praia está muito melhor do que estava. Hoje a gente tem esse caminho de Cabeçudas, que está belíssimo, com ciclovias, com calçadas, onde as pessoas realmente usam. E a gente vê, pelo impacto que os turistas têm quando vinham antes dessa reforma e hoje, que Cabeçudas está diferente. Agora, não acho que ninguém deva torcer o nariz e não creio que torça, por conta da população de Itajaí que faz dela o seu ponto de lazer. Acho que isso é muito interessante, que hoje o turismo no mundo, a característica principal dele é interação entre o local e o visitante. Isso é que faz do turismo uma experiência interessante. E Cabeçudas a gente pode ter isso de forma muito clara. A cultura itajaiense, o povo itajaiense interagindo com o turista que vem de todos os lados, inclusive do Mercosul. DIARINHO – Você, que se criou por lá, pulou do trampolim da pedra de Cabeçudas quando era criança? Guilherme– Com certeza! Tem uma brincadeira em Florianópolis que diz que quem não nasceu na [maternidade] Carmela Dutra ou na Carlos Corrêa, não é de Florianópolis. Então, quem não pulou do trampolim aqui em Itajaí também não é itajaiense. Quantas vezes nos arranhamos ou tivemos o dedo furado por ouriço na hora de subir ou descer da pedra... Enfim, realmente, é uma marca da nossa praia. DIARINHO – Há uma ação do ministério Público Estadual para decretar o conjunto arquitetônico de Cabeçudas como patrimônio cultural da cidade e do estado. A promotoria chega a falar de 40 casarões de importância arquitetônica, mas não diz quais são. Qual a sua opinião sobre isso? Guilherme– Tombamento é uma discussão altamente complexa. Acho que o primeiro ponto a ser visto – e isso é uma discussão que não é só itajaiense, nem catarinense, é uma discussão nacional – é de que forma financiar a preservação histórica e arquitetônica. Na verdade, hoje, o que acabou por acontecer, é que de repente a sociedade entende que o patrimônio tem que ser preservado. Acho que isso é importante. O mundo faz isso. O turismo vive disso. Agora, de que forma nós vamos fazer? A sociedade entende que determinado patrimônio deva ser preservado? Então é importante que a sociedade também arque com os custos dessa preservação. [Não só o proprietário?] Não só o proprietário! Isso eu acho injusto. Hoje tem mecanismos de financiamento do tombamento na esfera municipal, que é a isenção do IPTU e de algumas taxas municipais, como alvará. No estado não é uma coisa muito clara, porque também não são grandes taxas que o estado poderia abrir mão. Mas poderia, sim, através de impostos, por exemplo, de causa mortis, alvará policial, de bombeiro. Então eu acho que o que se precisa e isso tem sido discutido é criar uma cesta de incentivos ao tombamento, para que nós consigamos fazer do tombamento uma coisa interessante também para o proprietário. Por exemplo, que o imóvel tenha tratamento tributário diferenciado com relação ao aluguel. Ele poderia, por exemplo, ser isento do imposto de renda. Ele poderia, por exemplo, ser isento de ITBI, entendeu? O imóvel poderia ter uma prioridade na locação por entes públicos. Por exemplo, aqui em Itajaí nós temos uma farmácia popular que funciona em determinado prédio. Ela poderia estar ocupando aquele prédio Rosa, a casa Voight, na rua Pedro Ferreira, onde hoje é o Itajaí Criativa. Seria uma forma de incentivar o proprietário e dar um retorno financeiro, porque a gente vive num país capitalista, num país democrático e tem que respeitar o direito da propriedade. DIARINHO - E essa proposta do ministério Público, de tombamento de Cabeçudas, chegou a ser debatida com os moradores e empreendedores do bairro? Guilherme - Não. Existe a possibilidade de uma reunião marcada, inclusive com a presença do professor Dalmo [Dalmo Vieira filho, arquiteto e urbanista], que realmente hoje é uma autoridade na área de preservação do patrimônio no estado de Santa Catarina e no Brasil. Que ele venha para colocar para a população o que que significa isso, as consequências e de que forma que se implementaria, não só em Cabeçudas, mas em toda cidade de itajaí. Hoje cria uma comoção muito grande, porque Cabeçudas, hoje, é um local que as pessoas vivem da forma como é. É um lugar bucólico, tranquilo, e as pessoas estão vivendo dessa forma tranquila. E, de repente, no último ano, algumas ações têm tirado um pouco da nossa tranquilidade. Ou seja, um pouco nos fizeram sair do nosso quadrado e repensar, como o projeto de implementação da APA [Área de Proteção Ambiental da Orla de Itajaí], a ação que foi impetrada pelo ministério Público Estadual pedindo esse tombamento de todo o bairro, falando em 40 residências. Esse trabalho, na verdade, essa ação do ministério Público, veio em cima de um trabalho da historiadora Thayse Fagundes. Ela fez um trabalho muito interessante a respeito da história de Cabeçudas e a importância histórica do bairro. Não só pra cidade, mas para o estado. Daí, esse mapeamento que ela fez embasou essa ação do ministério Público [...]. Na verdade, deve se criar todo um estudo, deve se fazer um levantamento para ver o resultado prático. Agora, criou, sem dúvida, uma certa comoção no bairro, por conta da falta de conhecimento das consequências de um eventual tombamento em massa, de todo o bairro. DIARINHO – Há poucas semanas, faleceu o advogado Guilherme Alípio. Ele e você estariam fazendo um levantamento histórico de Cabeçudas com base em depoimentos de moradores antigos. É isso mesmo? Qual era a ideia e como fica agora esse projeto? Guilherme– O Guilherme era um romântico, um poeta. Ele tinha um projeto que nós conversamos junto com outras pessoas, mas ele era o grande catalizador. Era aproveitar a memória viva que ainda temos em Cabeçucas, com moradores ali, com 90 anos, 80 e poucos anos, que nasceram ali. O seu Perau, que é da família Herbst, que era do primeiro hotel de Cabeçudas, ainda é vivo. A dona Maria Helena Fóes, que é filha do segundo grande hoteleiro da praia, que é o seu Zwoelfer e ainda é viva. Então ele pretendia, com essas pessoas, criar um mapeamento histórico da cidade para que depois pudesse ficar arquivado no nosso museu, na fundação Genésio Miranda Lins, para que Itajaí pudesse ter acesso e os turistas também pudessem conhecer um pouco da nossa história. Infelizmente, ele acabou por falecer no meio de uma cirurgia e agora as pessoas que de alguma forma estavam participando disso vão ter que se reunir para não deixar isso morrer. Porque a proposta é bastante interessante. [Quantos depoimentos ele havia tomado?] Ele tinha tomado uns seis, sete depoimentos. Nós já temos alguns depoimentos colhidos pela Thayse Fagundes quando ela fez essa dissertação de mestrado que foi defendida na Universidade Federal e que foi o embasamento dessa ação civil pública do ministério Público Estadual. Então, a gente já tem algum material. Mas nós não podemos deixar se perder com o falecimento do Guilherme. Muito pelo contrário. Devemos fazer como uma homenagem ao trabalho que ele realizou até aqui. [Esse material é em vídeo ou apenas sonoro?] Em vídeo e alguma coisa em gravação em áudio também. [Vocês têm alguma ideia do que fazer com isso?] Na verdade a gente vai ter que compilar. Nós temos a jornalista Maria do Carmo, que ela também tá participando e ela pode nos dar talvez um indicativo melhor do que fazer, como fazer e como continuar esse trabalho iniciado por ele. DIARINHO – Há uma polêmica envolvendo moradores, usuários da praia, surfistas, ambientalistas, trilheiros e a Marinha do Brasil: o fechamento da trilha do farol. Inclusive com supostas ameaças armadas contra quem percorre a trilha, que antigamente sempre foi aberta e é um belo caminho não só para o farol, como também para as praias do Morcego e Solidão. Qual a sua opinião? Guilherme– Quantas vezes nós subimos lá naquele morro do Farol, descendo na praia Brava... Braba, naquela época... Não era praia Brava, era praia Braba. Na verdade, acho que aquilo é uma área não de Marinha, é área da União sob a responsabilidade da Marinha do Brasil. Lá nós temos um farol, que é um equipamento de segurança para a navegação. E o que acabou ocorrendo é que começou a haver depredação desse patrimônio do farol. E a Marinha, por uma questão de segurança, achou por bem fechar. Mas durante muito tempo, ela, apesar de fechar aquela trilha, havia uma condescendência da Marinha em liberar, deixar as pessoas entrarem naquele espaço. No último ano, um ano e meio, dois anos, é que houve um endurecimento e não permitiram mais. Em 2007, 2008, houve um acordo, um convênio entre a prefeitura municipal de Itajaí e a Marinha do Brasil para que aquilo ficasse aberto e durante o dia pudesse ser explorado por turistas e moradores de Itajaí, desde que o município mantivesse na entrada um posto de guarda durante 12 horas. Infelizmente, por problemas de logística, naquela ocasião não se conseguiu isso. E a Marinha do Brasil acabou recuando e fechando. Foi inclusive implementada algumas trilhas, sinalização e acabou se recuando. Hoje existe um movimento bastante grande para que haja liberação, mas com monitoramento. Nós temos, sem dúvida nenhuma, que cuidar do aspecto histórico, turístico. Agora, não pode haver depredação. Com relação a esse problema da arma, é voz corrente. Me parece que há duas, três semanas, houve um problema bastante grave e quero crer que a Marinha do Brasil deva estar tomando providências, porque é inadmissível. É inadmissível o acesso sem autorização, mas é inadmissível também que de repente haja esse tipo de reação. Ocorreu, por exemplo, um tempo atrás, de um casal que estava passeando na praia e a maré encheu e eles não puderam voltar pela praia Brava. Quem frequenta, sabe: a maré encheu, não passa, não volta. E o casal acabou voltando e parece que foi proibida a passagem deles. Isso é uma coisa que não se admite. Até porque a Marinha taí pra também proteger a nós todos. Eu sou ‘soamarino’, por exemplo, da sociedade de Amigos a Marinha. Acho que aquilo lá é uma coisa muito bonita. No mundo, hoje nós vemos esses equipamentos do governo, da Marinha, principalmente, as pessoas podem ter acesso, acesso regulado, alguma coisa regulamentada. Mas é importante. Sempre digo que Itajaí tem três pontos que são importantíssimos para o turismo, que é o Morro da Cruz, os molhes da barra e o farol, que de repente a natureza acabou nos dando. DIARINHO - Muito se comenta sobre a verticalização do bairro. Nos últimos anos, surgiram novos edifícios e há projetos de muitos outros. Como você enxerga essa nova configuração do bairro, tradicional pelas ruas estreitas e casas baixas? Guilherme– Olha só, acho que nessa hora nós precisamos definitivamente ter estudos técnicos. Porque eu, particularmente, acho que Cabeçudas, o valor dela, está justamente na forma como está, como se desenvolveu. Nós não temos condição de vivermos uma verticalização como o centro de Itajaí está vivendo, como a Praia Brava sul viveu. A gente tem exemplos clássicos do que acabou acontecendo. Agora nós vamos ter que permitir alguma coisa. Não digo prédios. E eu particularmente sou franco em dizer que acho que Cabeçudas hoje é um mais dois andares na beira-mar, um mais três na segunda quadra e acho que um mais três em todo o restante da praia estaria mais do que suficiente. Seria interessante. Agora, nós dependemos de estudos técnicos, de análise de sombreamento, mas inclusive da sustentabilidade do bairro. Porque hoje se defende que o bairro tem que ter vida própria. Mas para que ele tenha vida própria, ele tem que ter condição de sustentar, por exemplo, uma mercearia, um serviço para atendimento local da população. Então esse equilíbrio, é que nós temos que ver até onde nós possamos chegar que não impacte sobremaneira o bairro, mas que nos dê condição da gente não precisar do carro para vir fazer compras no centro da cidade. Porque eu sempre digo que em Cabeçudas é um bairro que acaba não tendo vida; ele nunca teve um ponto de táxi. [Mas não havia um ponto de táxi próximo ao seu hotel, na praça?] Não tinha. Não teve. [Então os taxistas iam lá sem ponto?] Paravam lá. Cabeçudas nunca teve essa vida própria. Então nós temos que ter condições de tê-la, mas tem limite. Realmente é uma praia pequena. [Já existe um estudo da capacidade de suporte da comunidade?] Não, não existe. Existe agora um trabalho. O plano diretor está se desenvolvendo. Acho que hoje é o momento adequado para a comunidade se manifestar. Em Cabeçudas tem hoje uma associação de moradores muito forte. Ela é uma referência na região da forma de atuação. E hoje, através do plano diretor é o momento pra nós discutirmos. Até onde a gente pode chegar para nos mantermos um bairro diferenciado. Eu tenho certeza absoluta que planejar e preservar é uma vontade de todos. Uns pensam que pode ter um pouco mais, outros um pouco menos. Agora, o que nós precisamos é chegar num consenso. [...]. Nome completo: Osmar Guilherme Schmitt Idade: 55 anos Natural: Itajaí Estado civil: Casado Filhos: Dois Formação: Direito Experiências profissionais: advogado, já foi superintendente da fundação Municipal de Turismo de Itajaí, presidiu o conselho Municipal de Turismo de Itajaí, diretor da secção catarinense da associação Brasileira das Indústrias de Hoteis (ABIH) e diretor e gestor do hotel Marambaia Cabeçudas. “Cabeçudas é uma praia da cidade de Itajaí. Então lá é a área de lazer de todo o itajaiense”