Itajaí

Potencial do Brasil trouxe a família de Mei para Itajaí

Eles vieram do outro lado do mundo em busca de oportunidade de crescimento profissional e intercâmbio cultural


O ano era 1997. No Brasil, a estabilidade da economia, três anos após o lançamento do Plano Real, contrastava com a crise dos “tigre asiáticos”, grupo de países do sudeste da Ásia, cujas economias, baseadas em produtos eletrônicos, balançaram por causa da competição feroz com a China e a consequente desvalorização de suas moedas. Em Taiwan, os pais de Pan Meng Mei, atualmente com 31 anos, viram o alerta se acender e decidiram investigar para qual país poderiam migrar a fim de dar continuidade ao estudo dos filhos. Chegaram a cogitar os EUA e Canadá, mas optaram pelo Brasil. 

“Meu pai achou que naqueles países já tinha muito asiático e a competição continuaria grande. Ele também visitou São Paulo e Curitiba, mas preferiu uma cidade mais tranquila e com maior potencial de crescimento”, explica Mei, que chegou com 10 anos. A família se instalou no bairro São João, em Itajaí. Abriram uma loja de 1,99 perto da Igreja Matriz, e colocaram os filhos para estudar no Nilton Kucker, mas a dificuldade de integração fez com que os pais optassem por uma escola particular. 

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 “No Fayal, conseguimos aprender melhor o português porque havia professores que incentivavam as outras crianças a nos acolher e ter paciência conosco”, relembra. Mesmo assim, Mei conta que não foi fácil os tempos de colégio, e foi ainda pior para os irmãos adolescentes, que hoje moram em Brasília e Taiwan. “Nosso jeito de ser é muito diferente do ocidental. Não temos o costume de beijar, abraçar, ter contato físico. E quando namoramos, é para casar”, compara. O feijão foi uma histó- ria à parte. “No Brasil vocês comem salgado e para nós, sempre foi doce, mas aprendi a gostar do feijão daqui, nunca imaginei que combinava com arroz!” Em Taiwan, o arroz é comido de manhã, no almoço e na janta. 

Outra dificuldade foi se acostumar com o jeito relax dos brasileiros. “Em Taiwan, a gente estudava o dia todo. Aqui, era apenas um período. Nem sabíamos o que fazer à tarde. Minha mãe, que está aqui há pouco tempo, não entende porque não se faz nada no domingo. Eu digo para ela relaxar, mas ela diz que fica cansada de não fazer nada”, se diverte. Dona Hsiu não fala português, mas topou se mudar para Itajaí há pouco mais de um ano para abrir um restaurante de comida vegetariana com a filha. O espaço funciona de segunda a sábado, das 11h30 às 14h, na Caninana. À noite, rolam cursos de culinária asiática e aulas de mandarim. 

“Os brasileiros ainda têm preconceito com comida vegetariana, pensando que a gente só come salada. Aí, eu respondo que se eu só comesse salada não estaria assim fofinha”, brinca. O restaurante de Mei oferece um bufê com 50 pratos, entre massas, sopas, refogados, bolinhos recheados, uma mistura de pratos brasileiros e asiáticos, já adaptados ao gosto local. Ela é formada em Comércio Exterior e atuou durante seis anos na área, mas como gosta de descobrir novos sabores e inventar receitas (elas fazem o próprio tofu!), apostou no novo seguimento de comida saudável, que também está em ascensão. “Eu até posso voltar para minha área, afinal, falo mandarim, que é valorizado, mas gosto de mexer com comida. Aqui eu pratico o português, tenho clientes fiéis, faço amigos, é um desafio diário,”, conclui.



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