A aposentada Rosangela Franckini, 60 anos, alugou o apartamento no edifício Maria Carolina, na rua 2700, no centro, em setembro. Ela fez um contrato de 30 meses com a imobiliária Elinor Vieira justamente pra não correr o risco de ter que sair do imóvel na temporada de verão.
Continua depois da publicidade
Após uma semana morando, o verdadeiro proprietário, já que a mãe passou a escritura pro nome dele, apareceu no apartamento exigindo que a aposentada saísse.
Rosângela mostrou o contrato, mas o homem disse que não tinha autorizado a locação, chegou a fazer ameaças e incomodar a aposentada. “Foram dias de pânico dentro de casa”, contou.
Continua depois da publicidade
Rosângela disse que o dono da imobiliária assinou o contrato alegando que tinha uma procuração da proprietária. “Depois eu descobri que ele não tinha nada por escrito, só autorização verbal por telefone”, conta.
Cortou a luz
A gota d´água foi quando o dono do imóvel registrou um B.O. dizendo que Rosângela tinha invadido o aapartamento e pediu o desligamento da luz na Celesc. Sem energia, ela se viu obrigada a desocupar o imóvel.
Desde então, Rosângela, que tem uma doença neurológica degenerativa, a mãe dela, de 81 anos, com Alzheimer e Parkson, e uma outra senhora, de 65 anos, estão vivendo em um hotel. Ela diz que não tem mais dinheiro pra pagar as diárias.
A vítima procurou um advogado, que entrou com um pedido liminar na justiça. No dia 28, a juíza determinou que a imobiliária devolvesse os dois meses do aluguel, mandou a empresa encontrar um apartamento com o mesmo padrão e ainda arcar com as despesas de mudança e outros prejuízos que ela teve.
Agora, o corretor tem até essa sexta-feira pra arrumar um imóvel semelhantes. A denúncia no Creci contra o corretor deve ser analisada dentro de três meses
Continua depois da publicidade
Aposentada sabia, diz imobiliária
O corretor Elinor disse ao DIARINHO que Rosângela o pressionou pra entrar no apartamento, porque tinha pressa, já que tinha saído do outro imóvel. Com autorização da filha da dona do apê, ele cedeu a chave pra mulher, mas avisou que ainda não tinha assinatura da proprietária no contrato de locação.
A assinatura iria demorar porque a dona do imóvel estava em outro estado. Rosângela concordou em pegar a assinatura depois. “Errei, tá certo, fui negligente, confiando nas pessoas”, admitiu o corretor, se referindo ao fato de alugar o imóvel sem a documentação devidamente assinada.
Elinor disse ainda que o filho da dona do imóvel, que fez toda a confusão, sabia que o apartamento tinha sido locado. Tanto que, no processo, o advogado dele mandou uma declaração admitindo que eles tinham deixado a chave do apartamento na imobiliária pra alugar.
Continua depois da publicidade
Para Elinor, Rosângela não quer resolver o problema. “Ela podia ter ficado no apartamento até achar outro, era só pegar ordem judicial e pedir a ligação da luz”, disse.
O corretor pagou R$ 1500 de diárias de hotel e já arrumou três imóveis pra Rosângela alugar, mas Rosângela não teria gostado de nenhum deles.