Itajaí

Univali está com dívida de R$ 28 milhões

Pra conseguir pagar salários, 13º e férias, universidade precisou pegar dinheiro emprestado

A notícia de que a Univali estaria tomando R$ 55 milhões em empréstimo para pagar dívidas trouxe preocupação para vereadores e entidades de classe de Itajaí a respeito da saúde financeira da instituição. A universidade confirma a informação, garante que tá com as contas em dia e diz que o empréstimo será feito para pagar despesas trabalhistas adicionais de fim de ano (férias e 13º salário) e jogar pra frente uma dívida atual de R$ 28 milhões. O cenário financeiro foi apresentado em reunião no Conselho de Administração Superior (CAS), na semana passada. Os números pegaram de surpresa o representante da Câmara de Vereadores no CAS, André Pamplona, que pediu vistas para analisar melhor o relatório mas teve o pedido negado. Ele informou que, na ocasião, foi formada uma comissão para avaliar as condições do empréstimo, como banco, taxas, prazos e o contrato. De acordo com André, a universidade já tinha tomado empréstimo de R$ 5 milhões em setembro. Na semana passada, outros R$ 50 milhões foram autorizados, o que poderia ser indicador de uma possível crise na instituição, já que a dívida da universidade nunca tinha sido tão alta. Como conselheiro, André levou a situação para o Legislativo. Os vereadores Fernando Pegorini (PP) e Nikolas Reis (PDT) receberam o relato com preocupação. Eles devem elaborar um requerimento junto com outros vereadores e encaminhar para a universidade para saber como está a saúde financeira da instituição. O requerimento pode ser votado hoje. “Vamos pedir mais informações. Queremos saber o que causou essa dívida e se há má gestão”, observa Fernando. E completa: “A universidade é privada, mas mantida por uma fundação pública, que recebe recursos públicos. Quem pode sofrer com isso [rombo financeiro] é o próprio município”. Situação preocupa sindicato dos professores A presidente do sindicato dos Professores de Itajaí e Região (Sinpro-Itajaí), Adércia Hostin, também se mostrou surpresa quando soube que a Univali estaria enrolada em dívidas. Isso porque, há algumas semanas, a instituição argumentou em processo de negociação com o sindicato sobre a solidez financeira da instituição. O sindicato representa cerca de 1000 professores da universidade. “Esse tipo de situação nunca vimos na Univali”, comenta Adércia, observando que não há atraso de pagamento de professores. A sindicalista também destaca que não foi sinalizado que haverá demissões, a não ser casos pontuais de técnicos administrativos para ajustes no quadro de pessoal. Para a presidente do Sinpro, é enstranho a universidade “abrir uma crise” justamente no fim do mandato da atual reitoria. As eleições para um novo mandato serão no início de 2018. No entanto, pondera, houve redução de matrículas para o ano que vem, há o cenário econômico nacional e a diminuição de repasses do governo federal, que poderão impactar na universidade. “Com esse processo de retração pode ser que agrave a situação. Pode ser que o novo reitor tenha que limpar a casa”, avalia. Ela também analisa que o fato de a Univali estar fazendo empréstimo mostra que a instituição tá em condições de ter crédito, ao mesmo tempo que sinaliza que não tá passando tão ilesa pela crise. Instituição não vai falir, garante diretor da Univali Para Renato Bretzke, diretor administrativo da Univali, algumas informações apresentadas na reunião do CAS foram divulgadas de forma deturpada. Ele diz que a tomada de empréstimo no fim do ano é uma medida comum em diversas instituições. A busca de recursos é para bancar despesas como férias e 13º salário dos funcionários. No ano passado, foram emprestados R$ 12,5 milhões. Nesse ano, além da despesa extra de fim de ano, a universidade sofreu com a falta de repasses dos governos federal e estadual, diz ainda. Os atrasos somam R$ 25 milhões, sendo R$ 9 milhões da União, atrasados desde maio, e o restante do Estado, que deveria ter pago no meio do ano. Com isso, o CAS resolveu autorizar a tomada de empréstimo de R$ 50 milhões. O montante, que deve ser contratado em meados de novembro, será usado também para rolar a dívida atual da universidade, que é de R$ 28 milhões. O valor vai pagar também os R$ 5 milhões de empréstimo feito no mês passado. “Essas captações não são nada comprometedoras ou que impactam a gestão”, garante. “Não existe nenhum risco de solvência”, completa, assegurando que a Univali não vai falir. Renato explica que a tomada de empréstimo para pagar dívida é uma vantagem. Com o valor, a universidade quita a dívida de curto prazo, que precisaria ser paga em um ano, e fica com uma dívida de longo prazo, com até 60 meses para pagar. Na prática, explica, se troca um débito por outro, ficando com mais prazo para pagar e ficando com uma dívida no mesmo patamar. Sobre os pagamentos em atraso pelo Estado e pela União, Renato informa que a Univali tá cobrando e espera receber ao menos metade dos repasses até o fim do ano.




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