A família de uma jovem de 14 anos denunciou à polícia um professor de uma escola privada de Balneário Camboriú. Há pouco mais de um mês, durante uma aula de inglês, o professor teria assediado a aluna na frente dos colegas, chegando a segurá-la pelo pescoço, segundo a versão da família. A mãe da garota procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência na terça-feira passada. A demora em fazer a queixa foi porque a escola garantiu que resolveria a situação internamente, o que não aconteceu. O caso aconteceu no dia 13 de setembro. O BO diz que o assédio aconteceu quando a menina tentava fotografar informações do quadro da sala de aula, onde havia explicações do professor. O professor teria agarrado a aluna pelo pescoço e cochichado a seguinte frase no seu ouvido: “Se eu tivesse a sua idade, você estaria fodida”. A adolescente ficou chocada, mas permaneceu na sala de aula. Ela só teve uma crise de choro no intervalo e então ligou para a família. “Ela foi para o banheiro e me ligou. Disse que não estava se sentindo bem”, narra a mãe, que chegou na escola 15 minutos depois. Assim que soube do fato, a direção da escola teria prestado assistência à aluna, mas sugeriu que a mãe não comunicasse o caso ao Conselho Tutelar. “A direção disse que ia averiguar por conta própria e que tomaria as providências cabíveis. Mas não fez nada”, afirma a família. A família da jovem ficou ainda mais inconformada quando a escola divulgou uma suposta justificativa para o caso. “Entregaram um documento dizendo que o professor pegou minha filha pelo pescoço porque ela deu um chute nele. Eu participei de cinco reuniões na escola e nunca tinham me contado isso. É muito difícil acreditar nessa versão”, continua a mãe. Polícia vai investigar A delegada responsável pelo registro da ocorrência, Inara Drapalski, do Balneário, ouvirá mãe e filha antes de decidir se vai instaurar o inquérito policial. Através de um advogado, a escola informou ao DIARINHO que abriu uma sindicância. O procedimento ouviu sete pessoas, entre alunos e professores, e concluiu que houve uma “simples brincadeira, mal interpretada pela aluna”. “O colégio apurou que o professor foi tocado nas costas pela aluna e respondeu à brincadeira. Em nenhum momento houve qualquer ato ostensivo, segundo a escola. Ela teve uma interpretação divergente”, respondeu o advogado, que preferiu não ter o nome publicado na matéria. O professor não foi demitido porque não houve nada de comprovado contra ele, afirmou o advogado da escola. Ele não dá mais aulas à sala da garota.