Itajaí
Martine Grael e Joca Signorini: os brasileiros na Volvo Ocean Race
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O Brasil já fez história na Volvo Ocean Race com a vitória do barco Brasil 1 em 2005-2006. Entre os tripulantes da tripulação vitoriosa estavam os velejadores Joca Signorini e Torben Grael. Na regatona que parte domingo de Alicante para nove meses de competição, Joca integra o barco holandês AzkoNobel com a filha de Torben, Martine Grael, a campeão olímpica de Vela no Rio 2016. Os dois são os únicos brasileiros a competir nessa edição da Volvo Ocean Race. Agora há pouco, o DIARINHO conversou com os dois competidores, no estande da AzkoNobel, em Alicante. DIARINHO – Como está o coração para mais uma regata? Joca: é um momento difícil, bastante emoção, é o inicio dessa jornada. Quando você vai para uma regata como essa tem que deixar muitas pessoas que você ama em terra, na torcida, e no meu caso agora tenho a minha família, no só os que ficaram no Brasil, mas a minha família que me acompanha na competição. É difícil e a gente sente que tem bastante coisas positivas para olhar para frente e estamos focados em conseguir mais um resultado positivo como a gente agora na In-port Race na primeira etapa. DIARINHO – Com a volta da perna mais tradicional da regata, quais as dificuldades para os velejadores? Joca: A regata mais tradicional inclui o indico sul e isso muda um pouco. No meu caso, a gente vai ficar com um pouco mais de frio. As condições dos mares do sul são muito duras, que você encontra em muitos lugares. Já existe lá algumas vezes e o mais importante é que a gente mantenha uma constância nos resultados em todas as etapas. DIARINHO – Você fez parte do Brasil 1, quais as lembranças ao passar por ele aqui na Vila da Regata? Joca: Eu sou muito orgulho da equipe do Brasil 1, que alavancou muito a minha carreira como velejador. Naquela época eu não tinha muitas ideias e tive oportunidade junto com toda a tripulação de ir me desenvolvendo. O Brasil 1 deu a oportunidade do Torben ser o comandante da Ericsson e para mim foi uma honra ter feito parte daquela edição, que mudou bastante a minha vida a partir daquele momento. Ver o barco hoje fazendo parte do Museu da Volvo é um fato bastante orgulhoso para todo mundo. DIARINHO – Qual a experiência de ter velejado com o Torben e agora com a Martine? Joca: fiz duas regatas com o Torben, e agora tem a Martine aqui ao meu lado e é um prazer muito grande de ter um brasileiro dentro do barco. No Brasil 1 éramos seis, no Ericsson éramos três e agora somos dois. Vamos esperar que a gente consiga ter os bons resultados, bons ventos, bons momentos que a gente teve nos momentos anteriores. DIARINHO – Como é a estreia na regata? Martine: um pouco de frio na barriga, um pouco da expectativa do que a regata vai trazer e muito trabalho. DIARINHO – Dá para comparar com a Olímpiadas? Martine: não. Bem diferente de você trabalhar com uma equipe grande, além da preparação na água, tem a preparação física em terra, do barco e do time, dependendo muito e está sendo uma experiência bem interessante. Além de algumas mudanças que a gente teve essa semana que são coisas que vão ficar como missão de vida. DIARINHO – A medalha no Rio 2016 contou para você estar aqui hoje? Martine: com certeza. Eu acho que a medalha traz muita visibilidade. Mas eu espero mostrar mais do que isso. DIARINHO – Qual o teu maior receio no mar? Martine: o principal é fazer o time funcionar como um todo. Você como engrenagem do time tem que buscar o que é melhor para todos e não só para você. Na vela olímpica fica mais em torno de você e em um time grande tem que pensar no que é melhor para o time.