Itajaí
Vão licitar coleta seletiva sem um estudo prévio
Prefeitura tá usando um levantamento antigo pra fazer o edital de licitação
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Apesar de já ter um edital engatilhado para contratar o serviço de coleta seletiva na cidade, a prefeitura de Navegantes não possui um estudo atualizado de quanto se produz de lixo que possa ser reciclado. O alerta é do vereador Cirino Adolfo Cabral Neto (PMDB), que conseguiu aprovar na câmara um requerimento indicando à prefeitura que faça o levantamento o mais rápido possível. A prefeitura admite que o estudo que possui tem mais de cinco anos, mas argumenta que fazer uma nova pesquisa iria gerar um custo a mais para o serviço. O requerimento foi aprovado na câmara na semana passada e a prefeitura tem 30 dias para responder. Para Cirino, o estudo é uma parte importante no processo de implantação da coleta seletiva de Navegantes. “Precisamos saber a quantidade de lixo reciclável produzido, em quantas unidades residenciais e comerciais seriam feitas as coletas, quem poderia fazer isso, uma empresa privada ou uma entidade”, argumenta. E alfineta: “Hoje estamos às cegas, não sabemos nada disso e este estudo visaria responder estas questões”. A assessoria de imprensa da prefeitura de Navegantes informou que o edital de licitação para contratar a empresa que fará a coleta seletiva, triagem, transporte do resíduo e destinação final já está na procuradoria jurídica do município para aprovação. A intenção é publicar o edital até o fim do ano. Pesquisa antiga Humberto Galvez Junior, diretor da secretaria de Saneamento Básico de Navegantes (Sesan), afirma que a prefeitura já tem um levantamento sobre o volume de material reciclável. Mas as informações são de 2012, levantadas durante o plano municipal de saneamento básico. Para atualizar as informações, a prefeitura pretende contratar a empresa para fazer a coleta somente durante um ano. Nesse período, seria possível saber o quanto de lixo potencialmente reciclável a cidade produz. Depois do fim do contrato, a prefeitura poderá renovar ou fazer nova licitação com valores atualizados.“Fazer um novo estudo geraria ônus aos cofres públicos”, argumenta Humberto. A preocupação da prefeitura é fazer com que os moradores separem o lixo corretamente. Segundo Humberto, a empresa que ganhar a licitação deverá fazer um trabalho de conscientização dentro das escolas antes mesmo do serviço começar a funcionar. “Isso vai gerar um trabalho pra população, mas nada adianta a gente colocar um caminhão na rua pra retirar o material se não tiver o lixo separado. Se a comunidade não abraçar a causa o objetivo não será alcançado”, comenta.