Um projeto de capacitação dirigido a professores da rede municipal de Balneário Camboriú que propõe celulares, smartphones, câmeras, tablets e calculadoras como instrumentos pedagógicos no processo de aprendizagem, esbarrou numa lei municipal que barra o uso de tecnologias por alunos e professores.
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De nariz torcido com a norma, professores e técnicos da secretaria da Educação da prefeitura começaram um movimento para tentar modernizar a lei, que é de 2010. O grupo fez um documento solicitando ...
De nariz torcido com a norma, professores e técnicos da secretaria da Educação da prefeitura começaram um movimento para tentar modernizar a lei, que é de 2010. O grupo fez um documento solicitando a adequação da norma, que estabelece a proibição dos aparelhos. O pedido, que rolou através de um abaixo-assinado, foi levado para a procuradoria da prefeitura e deve ser encaminhado à Câmara de Vereadores esta semana.
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De acordo com Juliano Júnior Machado, coordenador dos professores de matemática e informática da secretaria de Educação, a mobilização é necessária para que a lei seja mudada logo e os professores possam usar os aparelhos durante as aulas. “Não estamos querendo que seja liberado para os alunos usarem de qualquer forma, mas sim para usarmos no aprendizado”, argumenta.
O projeto de capacitação dos professores para uso de tecnologias móveis começou em julho e terminou na quinta-feira da semana passada. Um grupo de 26 professores de matemática, no entanto, brocharam ao saber que estão proibidos de usar as novas tecnologias dentro de sala.
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As aulas foram dadas pelo professor do departamento de Matemática da Udesc, Learcino dos Santos. O curso foi baseado na teoria conhecida como ‘formação Mobile Learning’. “O objetivo é propiciar conhecimento aos professores para que eles possam usar as tecnologias sem fio para construir um projeto de ensino”, explica Learcino.
A professora de matemática do Centro Educacional Municipal (CEM) Ivo Silveira, Vera Cristina Magnani, que participou do curso, entende que a tecnologia já faz parte da vida dos alunos e os professores precisam se atualizar. “Acredito que isso é o futuro para fazer a criança prestar mais atenção, aprender de forma mais fácil e ter interesse no conteúdo abordado na sala de aula. O aluno já nasce com a tecnologia, cabe a nós nos adequarmos”, avalia.
Para a doutora em Educação Marisa Zanoni (PT), que é ex-vereadora de Balneário, a proibição dos aparelhos é uma medida ineficiente nas escolas, levando em conta que os alunos vivem num mundo hiperconectado. O desafio, considera, é garantir que a utilização de celulares e tablets, entre outros dispositivos, seja um instrumento pedagógico e não uma distração.