Itajaí
Só um amigo vai ao enterro do Homem do Chifre
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Com apenas um amigo e sem qualquer familiar presente, num caixão simples e terreno cedidos pela prefeitura, o propagandista Carlos Alberto Silva, 74 anos, o famoso Homem do Chifre, foi enterrado às 10h30 da manhã de ontem no cemitério do centro de Barra Velha. O Homem do Chifre morreu após uma parada cardíaca provocada por causa desconhecida. O amigo era Sérgio Luiz Hencke, diretor do Nosso Lar, entidade onde Carlos estava internado há 90 dias. Além dele, o coveiro do cemitério e um funcionário da funerária participaram do sepultamento. “Estou chateado. Um homem tão conhecido poderia ter tido um enterro melhor”, lamentou Sérgio. O diretor do Nosso Lar disse que procurou várias autoridades para ajudar a proporcionar um enterro digno ao propagandista, mas não conseguiu apoio financeiro. Sérgio teve que correr atrás de documentos por quase 10 horas para liberar o corpo de Carlos do pronto-atendimento de Barra Velha e conseguir fazer o sepultamento, já que nenhum familiar de Carlos Alberto foi encontrado. Ele só conseguiu sepultar o “Homem do Chifre” porque conseguiu uma ordem judicial que permitiu o enterro. Há algum tempo, Carlos Alberto foi internado na clínica de recuperação Viver Livre, de Balneário Camboriú, onde se livrou dos vícios de droga e álcool. Como já era idoso e sofria de uma tuberculose severa, ele foi levado para a casa de apoio de Barra Velha, onde ficou internado por 90 dias até o falecimento. O Homem do Chifre, segundo a amiga Anita Gonzalez, de Balneário Camboriú, ainda lutava contra um câncer. Ela contou ao DIARINHO que conhecidos se cotizavam para manter Carlos Alberto na casa de repouso e comprar remédios. Natural de Pernambuco, o Homem do Chifre ficou conhecido por andar com um capacete viking pelas ruas de Balneário Camboriú e Florianópolis, além de um figurino colorido e que contava com uma minissaia. Com um megafone em mãos, fazia propaganda de comércios, bares e restaurantes.