Itajaí

Detonaram restinga do Estaleiro

Sacanagem aconteceu durante o feriadão de 7 de Setembro. Até espécie de planta em risco de extinção foi destruída

Uma área de aproximadamente 15 metros de vegetação de restinga foi destruída na praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú. O crime ambiental foi percebido por Alexandre Medeiros, conselheiro da área de Proteção Ambiental (APA) Costa Brava, enquanto ele e a mulher faziam o levantamento florístico da região na tarde do último domingo. A suspeita é de que o morador de um condomínio que faz frente com a praia teria cortado a vegetação para poder ter uma vista melhor do mar. Um vídeo feito por Alexandre mostra que os restos da vegetação cortada foram jogados embaixo de um deque lá na praia mesmo. “Posso dizer que 90% das plantas ali eram nativas. Foi um crime ambiental de grandes proporções”, avalia Alexandre. Para a massoterapeuta Lúcia Steffen, 59 anos, que é moradora do Estaleiro e também integra a APA, a falta de divulgação das ações de preservação do meio ambiente e de sua importância, além da impunidade, fazem com que as pessoas continuem cometendo crimes ambientais. Entre as espécies depredadas estavam cactos, orquídea da praia, orquídea Cyrtopodium flavum, feijão da praia, e até uma espécie que está em risco de extinção, a Peixotoa catarinensis. O crime ambiental do Estaleiro vai ser discutido na próxima reunião da Apa, que acontece amanhã. “Agora, o ideal seria contratar um engenheiro florestal para fazer o laudo e comunicar aos órgãos ambientais, como a Fatma. Acredito que levaria uns três anos para recuperar a área”, afirma Alexandre. Ike Gevaerd, secretário do Meio Ambiente e presidente da APA Costa Brava, informou ao DIARINHO que na tarde de ontem uma equipe acompanhada de um engenheiro florestal foi ao local para avaliar os estragos. O próximo passo é encaminhar a denúncia para o ministério Público e elaborar um plano para recuperação da área, afirma. O plano deve ficar pronto nos próximos 30 dias e a implantação dele em 90 dias. “O responsável vai ser autuado pelo crime ambiental”, garantiu o secretário. 15 anos pra recuperar O geógrafo e oceanógrafo Marcus Polette, doutor e especialista em gerenciamento costeiro, diz que as restingas são importantes porque abrigam uma grande biodiversidade. “Um dos maiores problemas que temos atualmente, é que elas [restingas], junto com os manguezais, são os ecossistemas mais ameaçados que temos”, avalia. Segundo ele, a recuperação da vegetação de restinga é lenta. Pode levar de 10 a 15 anos. Polette ressalta que está sendo produzido o plano de manejo da APA Costa Brava, do qual a praia do Estaleiro faz parte. “Com o plano de manejo e o zoneamento vai ser possível estabelecer quais áreas que vão poder ser ocupadas e quais serão preservadas. Para que a partir daí sejam estabelecidas as regras de ocupação do solo”, explica. A área da APA A APA Costa Brava compreende a região da ponta das Laranjeiras e das praias de Taquarinhas, Taquaras, Pinho, Estaleiro, Estaleirinho e região da Pedreira. No final de agosto, o Conselho Gestor da APA apresentou a proposta de estender a área de proteção para a região do Morro do Boi, a Praia de Laranjeiras e a Costa das Orquídeas que inicia na Ponta da Aguada, no Rio Camboriú e percorre a costa do bairro da Barra até a 101. A proposta ainda está sendo avaliada. Se aprovada em lei, as regras de construção ficarão mais rígidas. [kaltura-widget uiconfid="23448188" entryid="0_mlsguwy3" responsive="true" hoveringControls="true" width="100%" height="56.25%" /]



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