Uma noite por semana, um grupo de Balneário Camboriú se encontra pra jogar RPG. O problema é que não há um local adequado pra galera se encontrar. Que o diga o jornalista Joel Minusculi, 23 anos. Ele e os amigos costumam se acotovelar na salinha emprestada pelo dono de uma lan house, mas o lugar é pequeno pra tanta gente. Já contei 50 pessoas, mas não são todas ao mesmo que jogam. Desses 50, tem uns cinco grupos formados, diz o jornalista, que brinca de RPG há 10 anos.
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Joel conta que pediram autorização da prefa pra usar o arquivo histórico, que teria um local ideal pra prática do jogo. Receberam um nananinanão, sob a alegação de que não há como disponibilizar um funcionário pra ficar cuidando do arquivo durante a noite.
É preconceito, acha jogador
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Pra Joel, a má vontade rola por conta do preconceito ao jogo. Não é todo jogador que é maluco ou faz rituais, faz questão de dizer, referindo-se a casos recentes em que pessoas teriam cometido assassinatos sob a suposta influência do jogo.
O número de adeptos do RPG tá crescendo tanto, que em março deste ano os jogadores criaram a associação de Jogos de Representação do Vale do Itajaí Taverna´s. O presidente é Cléber Reinhold, 24, que confirma a choradeira do colega Joel. Ele joga há mais de 10 anos e diz que até o final de 2010 tem a meta de chegar a 100 sócios na entidade.
Vai ser difícil liberar
Marlon Iron da Silva, coordenador do arquivo histórico, acha difícil que a prefa libere o local pra ficar aberto à noite pro pessoal do RPG, já que se trata de um órgão público em que os funcionários têm horário de trampo já fixado. Mesmo assim, disse que vai fazer contato com os abobrões pra ver o que é possível fazer.
Como funciona o RPG
RPG é a sigla da expressão inglesa role-playing game que, numa tradução livre, quer dizer jogo de interpretação de personagens. Tem sempre um coordenador, que é chamado de mestre. É ele quem narra a história e conduz o jogo. Participam da brincadeira, geralmente, de quatro a oito jogadores. Ele lembra um jogo de tabuleiro, mas o limite da imaginação vai de cada participante, afirma Cléber Reinhold, presidente da Tabernas, associação que reúne os jogadores de RPG.
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Renara Almeida, 22, integra um grupo de jogadores. Explica que a brincadeira envolve livros, mapas, dados e fichas. Por isso, não dá pra jogar numa mesinha pequena. Algumas lan houses dispõem de uma salinha pra jogar, mas tem que pagar, comenta.