A propagandista Cléia da Silva, a palhaça Pimentinha, 49 anos, tá indignada. E não é por menos. Foi proibida de trampar na rua Hercílio Luz pelo chefão da Ouvidoria da prefeitura, Paul Stanislau, que não tem a função de fiscal.

Pimentinha argumenta que nem mesmo usa aparelhagem de som pra brincar com as pessoas que transitam na rua e pra chamar clientes pro Casarão da Malha, que a contratava. “Faço tudo no gogó, é a minha voz mesmo. Não incomodo ninguém, só quero e preciso trabalhar”, apela. A palhaça trabalha pra loja só nas sextas-feiras e aos sábados, em horário comercial, a partir das 9h30. Por isso, acha que não tem como empentelhar a vida dos vizinhos.

Como foi feita uma recla­mação na Ouvidoria da prefa e um barnabé ameaçou a loja de multa, a propagandista

se rebelou. Na semana passada, trabalhou exibindo uma plaquinha com o texto: “Estou muda, proibida de falar”.

Patrícia Fonseca, gerente da loja, confessou que não sabe mais o que fazer diante das reclamações. “Daqui a pouco vou ter que demi­tir a palhaça. Eu não quero, mas se continuarem reclamando não terei outra alternativa”, lascou a gerente.

Paul confirmou que foi até a loja dar a prensa. Mas disse que só faz isso quando a denúncia é feita vá­rias vezes e o problema envolve a coletividade ou pessoas de idade. “Se a situação persistir, acionare­mos os fiscais da Famai”, amea­çou o chefão da Ouvidoria. O setor onde Paul trabalha foi criado pra receber reclamações do povão e repassá-las pras secretarias.

Famai e Urbanismo não receberam denúncias

Loreno Machado, fiscal da se­cretaria de Urbanismo, garante que nunca impediram a palhaça de trabalhar. “Acho que se al­guém reclamou é implicância com trabalho dela. Não vemos nenhum problema no trabalho da palhacinha”, afirmou. Maurí­cio dos Santos, fiscal da Famai, dis­se que não foi registrada denúncia de perturbação da palhacinha nos últimos dias.