Seu Pedro Silveira, 65 anos, morador da avenida do Estado, em Balneário Camboriú, não guenta mais ir até o posto de saúde Central e ser mandado de volta pra casa. A desculpa é sempre a mesma: não tem médico pra atendê-lo.
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O velhinho começou a sentir muita dor de cabeça depois que bateu o carro e perdeu a visão de um olho. A dor também se estende pra perna e ele mal consegue caminhar. O homem nem imagina o que possa ...
O velhinho começou a sentir muita dor de cabeça depois que bateu o carro e perdeu a visão de um olho. A dor também se estende pra perna e ele mal consegue caminhar. O homem nem imagina o que possa ter de doença e por isso foi até o posto com os exames e radiografias pra procurar um tratamento.
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Na terça-feira, conta seu Pedro, chegou às 7h da matina pra se consultar e conseguir um remédio pra amenizar a dor. Era a quinta vez que ele tentava consulta. Falaram que eu cheguei tarde demais e mandaram voltar outro dia, reclama.
O paciente chegou a falar com a coordenadora do posto, mas a resposta é de que nada pode ser feito. Eu não posso ficar doente em casa esperando, bufa.
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Seu Pedro tá com cadastro bloqueado
A enfermeira Neusa Souza Teixeira, coordenadora do postinho, acha que como o seu Pedro tava com todos os exames em mãos, é provável que ele esteja a procura de um especialista na doença dele. Nesse caso, afirma, o velhinho precisa chegar lá cedinho e olhar o cronograma de médicos para aquele dia, já que os dotores concursados são apenas quatro e todos clínicos gerais. Os outros três médicos que têm no posto são apenas credenciados pelo SUS e por isso não trampam todos os dias.
Pra piorar, o cadastro do seu Pedro na secretaria de Saúde foi bloqueado em 4 de fevereiro deste ano, depois de algumas tentativas frustradas de encontrá-lo. A última consulta dele foi em 30 de janeiro de 2009 e desde então o cara nunca mais foi encontrado pra agendar consulta com um oftalmologista, que ele havia pedido na época. É dever do paciente manter o cadastro atualizado, carca a chefona do posto Central.
Neusa disse também que, como seu Pedro mora no bairro dos Estados, deveria buscar atendimento na unidade da família daquele local, já que o posto Central é entupido de gente de tudo quanto é canto da city. Na unidade, somente as pessoas do bairro são atendidas por um dos quatro médicos que tem por lá e por isso, na teoria, a coisa é mais rápida. Se for necessário, aí sim ele será encaminhado a um especialista.
Neusa aproveita pra dizer que no posto Central, de terça para quarta-feira, quando seu Pedro foi atrás de um dotô, foram marcadas 135 consultas. No mês passado foram 5048 só de clínica básica. Não existe lugar com oferta como essa, sigaba.