O hospital Santa Inês tá cada dia mais sozinho em sua luta pela sobrevivência. Depois de passar por uma série de perrengues nos últimos tempos e de agora estar à beira de fechar, se rolar a paralisação dos funcionários da enfermagem, ontem o governo estadual lavou as mãos e disse que a responsabilidade pelo único hospital que funciona em Balneário Camboriú é exclusiva do município.
O secretário de Desenvolvimento Regional de Itajaí (SDR), Fabrício de Oliveira, afirma conhecer a situação do Santa Inês, mas diz que o perrengue precisa ser informado pela direção da unidade, pois ...
O secretário de Desenvolvimento Regional de Itajaí (SDR), Fabrício de Oliveira, afirma conhecer a situação do Santa Inês, mas diz que o perrengue precisa ser informado pela direção da unidade, pois ele, como funcionário do governo estadual, não tem como adivinhar quais perrengues o hospital enfrenta. Qual o problema? É falta de recursos, gestão, mão-de-obra, equipamentos, o que é?, questiona.
Continua depois da publicidade
O mandachuva da SDR, que é o órgão que libera a verba da saúde pros municípios da região, conta que em 2010 foram repassados R$ 600 mil do estado pro hospital da Maravilha do Atlântico. A grana foi dividida em duas parcelas, que teriam sido enviadas em dezembro.
Mas a ajuda deve parar por aí. A assessoria de comunicação da secretaria Estadual de Saúde informou, por e-mail, que o Santa Inês encontra-se em gestão plena do sistema municipal, ou seja, quem deve cuidar do local é a prefa, que recebe grana do ministério da Saúde e repassa pro fundo do município. A responsabilidade pela assistência e o repasse de verba aos prestadores de serviço do SUS, neste caso ao hospital Santa Inês, é responsabilidade do gestor municipal, considerando que esta unidade hospitalar está sobre gestão municipal, diz na nota.
Diretor não viu dindim estadual
Eroni Foresti, diretor do Santa Inês, afirma que o hospital não recebeu nada do governo no ano passado. Onde está esse dinheiro? Me manda, que eu vou buscar, lasca.
Hoje à noite, uma reunião entre Eroni e o sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Itajaí (Stessi), que representa os enfermeiros do hospital, deve dar novo rumo nas negociações. O povo da enfermagem pede um reajuste de 40% nos salários, mas a direção do hospital já afirmou que não tem como pagar tudo isso. Os trabalhadores ameaçam parar de trampar na segunda-feira e, caso isso role, Eroni garante que o hospital precisará fechar as portas.