A polícia Militar de Balneário Piçarras estourou os mocós de uma quadrilha suspeita de ser especializada em arrombamentos a caixas eletrônicos e meter assaltos na região. O bandido perigosão Ricardo Silveira acabou preso. Rolou bangue-bangue durante o atraque, numa tentativa dos bandidos em resgatarem o comparsa. Nos locais estourados, os PMs aprenderam armas, maçarico, roupas da polícia Civil e Federal, um giroflex e rádios comunicadores sintonizados na faixa da polícia Militar, maconha e outros bagulhos que seriam usados nos assaltos e arrombamentos.

Um Fiat Idea roubado e que estava sendo usado pelos bandidos foi o que ajudou a polícia a chegar até os criminosos. O carango foi visto entrando num conjunto de quitinetes na rua Antônio Zimmermann, no bairro Itacolomy. Os PMs chegaram junto e Ricardo correu para um dos apês. No local, além de prender o bandido, que estava foragido da dona justa, os homidalei apreenderam os rádios comunicadores. Uma pistola calibre 9 milímetros, carregadaça, foi encontrada no interior do Idea.

Tiroteio

A coisa ficou feia minutos depois. Parte do bando apareceu e mandou chumbo grosso pra cima da PM. “Estavam tentando resgatar o rapaz que foi preso”, afirmou o tenente Carlos Alberto Mafra Júnior, comandante da PM das Piçarras.

Na confusão, Ricardo tentou fugir e caiu na porrada com os policiais. Ao perceberem a chegada de reforços, os outros criminosos desistiram do resgate e chisparam pelo matagal de um terreno abandonado. Foram mobilizadas as PMs de Penha, Navegantes, Itajaí e Barra Velha. Até mesmo a polícia Rodoviária Federal foi acionada. Até ontem à tarde, o restante do bando não tinha sido encontrado.

Ficha mais suja que pau de galinheiro

Antes de ser entregue na delegacia das Piçarras, Ricardo precisou ser levado pro pronto socorro e depois para o instituto Médico Legal (IML), de Itajaí, para fazer um exame de corpo de delito. É que na hora do tiroteio, caiu na porrada com a polícia pra tentar fugir e acabou todo quebrado.

Quando chegou no hospital Marieta Konder Bornhausen, o bandidaço disse se chamar Pedro Cardoso Tavares. Mas os homi apertaram e ele acabou confessando o nome verdadeiro. Ricardo tem pelo menos cinco mandados de prisão e uma ficha mais suja que pau de galinheiro.

Pelo levantamento da polícia Militar, ele e seu bando já trocaram tiros com a polícia em Tijucas e em Chapecó. Ricardo também participou de assaltos em Blumenau e em São Bento do Sul. Seu nome ainda está registrado como ex-hóspede do presídio de segurança máxima de São Pedro de Alcântara.

Investigação

O delegado Rodolfo Farah, do Balneário Piçarras, disse ontem à tardinha que Ricardo não aparece nas filmagens das câmeras de segurança do arrombamento a dois cofres no banco do Brasil naquela cidade. O arrombamento rolou há cerca de três semanas. Ele acredita que a quadrilha de Ricardo não tenha relação com esse caso.

O próximo passo, disse o dotô, é conferir o filmezinho da agência do Besc/Banco do Brasil de Penha, atacada na madruga do sábado da semana passada.

Cachos dos bandidos também foram detidas

Duas gurias que seriam cachos dos bandidos também foram detidas na noite de quarta-feira. Patrícia Westphal de Mattos, 27 anos, siscondeu no banheiro da quitinete onde Ricardo foi preso. Juliane Pinheiro, 21, estava no segundo mocó. As duas foram levadas pra delegacia de polícia Civil e liberadas depois de prestarem depoimentos. “Elas sabiam do que acontecia por lá”, comentou o tentente Mafra Júnior, discordando da liberação das gurias por parte da polícia Civil.

Roupas da polícia e equipamentos de arrombamento tavam num dos esconderijos

Pro comando da polícia Militar das Piçarras, tudo indica que a quadrilha tá envolvida com assaltos e arrombamentos a caixas eletrônicos que tão rolando na região. É que numa casa do bairro Itacolomy, usada como principal esconderijo do bando e que foi estourada logo depois do tiroteio, os homidalei encontraram uma porrada de equipamentos e ferramentas que supostamente foram usados nos crimes.

O segundo mocó mais parecia uma oficina. Tinha além do maçarico, pés de cabra, esmerilhos, desparafusadeira, lima, chaves de fenda das grandes e barras de ferro usadas como alavanca. Todos esses são equipamentos que os bandidos costumam usar pra abrir os caixas eletrônicos.

Até um miguelito, que é uma peça fabricada com pregos soldados e é usada pra furar pneus, tinha na casa. Lonas plásticas pretas, geralmente utilizadas pra tapar as portas dos bancos enquanto os caixas eletrônicos são arrombados, também tinham na casa.

Mas, pra polícia Militar, o que indica mesmo a participação dos bandidos nos ataques a bancos da região foram mapas de agências e esquemas de caixas eletrônicos.

A PM encontrou ainda dois torrões de maconha, duas camisetas da polícia Civil e uma da Federal, adesivos daquelas duas forças policiais, tocas balaclava (daquelas que só deixam o zoinho de fora), uma espingarda e munições de pistolas.