Charley Nagel, 19 anos, e Cláudia Reinert, 20, nem se conhecem mas têm algo em comum. Eles estudam na mesma universidade, a Univali, e sem mesmo terminar a faculdade já trampam na área profissional que escolheram. Os dois também fazem parte da legião de trabalhadores brasileiros que empurra os índices de desemprego pra baixo e fez com que o mês passado fosse o maio com o menor nível de gente fora do mercado de trabalho dos últimos nove anos.
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Os sabichões do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do governo federal, divulgaram ontem que a taxa de desemprego no mês passado foi de apenas 6,4%. Pelos dados do IBGE, é que ...
Os sabichões do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do governo federal, divulgaram ontem que a taxa de desemprego no mês passado foi de apenas 6,4%. Pelos dados do IBGE, é que como se algo perto de 1,5 milhão de brasileiros estivessem fora do mercado de trabalho no mês passado.
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Para um país que na década de 90 amargou uma taxa de desemprego que chegou perto dos 20%, esse número provoca otimismo nos especialistas. Estamos no momento de ouro da geração de emprego, afirma o economista José Álvaro Cardoso, diretor técnico do escritório de Floripa do departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Que o digam os universitários. Charley, que mora em Tijucas e trabalha e estuda em Itajaí, não levou dois meses para ingressar numa empresa de comércio exterior, área em que começou a estudar este ano. Cláudia se forma em setembro em jornalismo e há um mês foi contratada como assessora de comunicação de uma indústria de pescados. É um alívio eu saber que vou me formar já com emprego fixo, comenta a jovem, que durante toda a faculdade nunca enfrentou problemas de colocação no mercado de trabalho. Eu fiz estágios, depois peguei uns freelas e agora estou aqui, completa.
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Ainda pelo relatório do IBGE, o salário médio dos trabalhadores empregados em maio foi de R$ 1566,70. O valor do faz-me-rir é 2,5% maior se comparar com maio de 2010 e aumentou 1,1% em relação ao mês passado.
Os números do IBGE reforçam o que o povão do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, divulgou esta semana sobre a quantidade de empregos gerados em maio. Nas contas do abobrão de Brasília, foram nada menos que 252.067 novos trampos gerados no mês com carteira assinada em todo o país. Na Santa & Bela foram 4,5 mil postos de trabalho abertos formalmente.
Network ajuda na busca à vaga
Você sabe o que é network? É uma expressão bastante usada hoje e que significa rede de relacionamentos. E, creia, ela é um dos segredos pra quem quer se colocar no mercado de trabalho.
Foi através dessa rede de relacionamentos que Cláudia Reinert conseguiu um emprego na sua área antes mesmo de pegar o canudo da faculdade. Acho que tive sorte e conhecia as pessoas certas, porque hoje indicação é tudo, afirma.
O também universitário Charley Nagel tem a mesma opinião quando o assunto é a melhor maneira pra procurar um emprego. Tem que conversar bastante com professores, com gente que trabalha na área, com colegas. É ter contatos, os networks, reforça.
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Claro, também tem que ir à luta. Tem que correr atrás, ligar, se informar, diz ainda Cláudia. E ter paciência, porque as coisas não acontecem de uma hora pra outra, ensina ainda Charley.