Itajaí

Em seis meses, Celesc já registrou 291 ocorrências por conta das voadoras

O São Vicente tá disparado no ranking de bairros com maior número de ocorrências por causa das pipas, segundo informações da polícia Militar e da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). Na disputa pelo primeiro lugar, seguem Cordeiros e Cidade Nova. Só nos primeiros seis meses deste ano, 291 ocorrências foram registradas pela Celesc na city peixeira. A PM de Itajaí registra todo finde entre seis a 10 ocorrências envolvendo as pandorgas.

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O supervisor de manutenção e operação da Celesc, Janecir Arceno, explica que o perrengue das pipas na fiação elétrica nunca se dá na hora que se enrolam. “O problema é quando chove. Por isso uma ...

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O supervisor de manutenção e operação da Celesc, Janecir Arceno, explica que o perrengue das pipas na fiação elétrica nunca se dá na hora que se enrolam. “O problema é quando chove. Por isso uma pipa pode ficar engatada vários dias e só depois dá a queda de energia”, explica. Pra dar problema na rede elétrica, não importa se a linha tá com ou sem cerol. De todas as formas, ela vai acabar dando dor de cabeça pra rapaziada da Celesc.

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Caso recente

No dia 24 de junho, a Celesc registrou a ocorrência mais impactante do ano em virtude das benditas pipas. Foram 48 minutos de puro breu, das 17h55 às 18h43. No total, 12.614 consumidores ficaram sem luz por causa de uma pipa engatada na fiação elétrica na Ressacada. Como a pandorga danificou dois equipamentos que vêm da estação da Itapaiva e distribui energia pros bairros, empresas como Petrobras, Seara Alimentos, Angeloni, Semasa, escolas, hotéis e uma porrada de residências ficaram à luz de velas.

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Crime

Quem se arrisca em soltar pipa com cerol pode ser multado e ter todo o material recolhido pela PM. A lei estadual 11.698 proíbe desde 2001 o uso de qualquer tipo de material cortante em linhas de pandorgas e similares. Se o infrator for menor de idade, quem vai responder pelo rolo é o responsável legal. “Isso é um problema de segurança pública”, diz o secretário peixeiro de Segurança do Cidadão, Carlos Ely.

Sem lugares

O secretário considera que Itajaí não tem lugares adequados pra soltar pipa com tranquilidade. “Não existe uma área pública pra esse tipo de lazer. O que se tem são terrenos particulares e eu não posso indicá-los”. No entanto, Ely acredita que antes de ter lugares próprios pra soltar pipa, é necessário ajustar a cultura da população. “Quando se fala em pipa em Itajaí, logo pensam em cerol. É um absurdo a gente ter que fazer campanhas de conscientização, alertando os pais dos perigos de soltar pipa com cerol”, comenta.

Ano passado, o secretário, juntamente com uma equipe, foi aos loteamentos Nilo Bitencourt e Cidade Nova batendo de porta e porta entregando panfletos e orientando a população sobre o uso do cerol.

Lojinha no rio bonito é point da criançada fissurada em pipa

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No fim de semana, o bicho pega. É um tal de invadir quintal, subir no telhado e sisguelar por toda a rua atrás de pipa. Na rua Joaçaba, no São Viça, a brincadeira, que já é tradição entre a gurizada, virou tormento pra muitos vizinhos. O aposentado Odemar João Herbst, 56 anos, diz que a situação tá insuportável e garante que a qualquer hora do dia é possível flagrar a gurizada tocando o terror com as pandorgas.

Nessa mesma rua tem até uma loja de pipas que abre de domingo a domingo pra atender a piazada.

Tirar uma soneca depois do almoço é coisa que o seu Odemar não consegue faz tempo. Faltam dedos pra contar quantas vezes a energia elétrica foi cortada por causa das linhas do brinquedo de papel. A gurizada xinga e briga enquanto se diverte. “Não existe respeito, eles fazem de tudo por causa das pipas”, conta.

Pra dona de casa A.S., 46, que também mora na rua Joaçaba e preferiu não se identificar pra não criar encrenca com os vizinhos, o pior de tudo é o perigo de queimar os eletrodomésticos com a queda de energia. “A gente pode acabar perdendo as coisas por causa dessas pipas”, comenta. Outro perrengue é a correria da meninada.

Segundo a dona de casa, eles trepam nas lajes e correm feito doidos atrás das pipas e podem se acidentar. “A Celesc vem e limpa a fiação, mas não dá nem tempo”, garante. O filho de 11 anos de A. solta pipa, mas é na rédea curta. “Não deixo usar cerol. Na verdade, eu não gosto que ele solte pipa, mas deixo de vez em quando”, conta.

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Galera das pipas

Gente da cidade toda compra pipa na loja Galeras da Pipa, no São Viça. Apaixonado pela brincadeira desde moleque, Jeferson Tinilli, 22 anos resolveu abrir o próprio negócio. Tem mês que chega a vender quase 400 pipas que ele mesmo confecciona. Jeferson mora aos fundos da pequena e humilde sala e pra sustentar a família, trampa também como motoboy. “Se chove, a gente não vende nada”, conta.

Na lojinha, aberta há pouco mais de um ano, tem pipa de um a quatro pilas. O preço varia com o tamanho. A rabiola custa 50 centavos. Tem linha da mais fajuta, que custa um pila e a melhor, da marca Corrente, por R$ 4,50. “Quem mais compra é a gurizada mesmo, tem alguns que compram pipa todo dia”, revela o dono da loja.

Vinícius André, 11, é cliente fiel. “Como não tenho nada pra fazer, então tenho que soltar pipa”, conta, rindo. Em dias chuvosos, como o de sexta-feira, Vinícius dorme até mais tarde e depois vai até a lojinha, onde sonha com a sua próxima pipa.

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