Forças da segurança pública baixaram ontem em Camboriú e no Balneário Camboriú para a operação Força Tarefa 2. Objetivo é acabar com a onda de violência que, pras otoridades, tem como origem a região do distrito do Monte Alegre, na Capital da Pedra, e que está se espalhando pelas duas cidades. Só este ano, foram 20 homicídios em Camboriú.

A operação conta com 46 policiais Militares e 13 tiras da Civil. Uma equipe da central de Operações Policiais (COP) de Floripa, fardados do batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) também da capital e o policiamento com cães integram a operação, juntamente com homens da guarda Municipal Armada e agentes de trânsito da prefa do Balneário. Fazem parte da ação conselheiros tutelares das duas cidades.

Desde a manhã de ontem, policiais civis e militares fizeram varreduras por ruas e praças, principalmente no Monte Alegre. Para a noite, estava prevista a colocação de barreiras nos acessos ao distrito. Também foram feitas blitzes em vários pontos de Camboriú e do Balneário.

A delegada regional Magaly Ignácio diz que a operação Força Tarefa 2 não tem data pra terminar. Os homidalei vão dar atraque em casas de bandidos conhecidos, cumprir mandados de prisão e de busca emitidos pela dona justa e abordar figuras suspeitas que andarem pelas ruas.

A dotôra explica que a operação vai rolar principalmente no Monte Alegre porque é lá que rolam mais crimes. Dos 20 assassinatos em Camboriú, 18 foram naquela comunidade. Também foram registrados 76 assaltos a comércios, o dobro do ano passado. “Vamos tentar devolver a sensação de segurança e reprimir a narcotraficância”, discursa a delegada.

O tenente-coronel Renato José Thiesen, comandante dos fardados do Balneário, faz questão de dizer que a ação vai acontecer nas duas cidades. “Para nós, Balneário e Camboriú é praticamente a mesma coisa. Vamos atuar em todos os lados”, afirma.

Seis presos e duas armas apreendidas

O primeiro dia da operação Força Tarefa 2 terminou com saldo positivo. Até o início da noite de ontem, seis pessoas foram presas em Camboriú por estarem pedidas pela dona justa ou por estarem metidas com tretas.

Também foi enjaulado um cara que carregava um trabuco calibre 38 por uma rua do bairro Monte Alegre. Foi ainda recolhida, no bairro Rio Pequeno, uma espingarda calibre 12, daquelas que os bandidos costumam serrar os canos pra fazer a chamada escopeta. A espingarda foi encontrada na baia de um homem suspeito de estar metido com a bandidagem. Um dimenor também foi guentado por ser visto passeando com uma moto furtada no bairro Monte Alegre.

Lideranças gostaram da chegada das forças de segurança

Líder comunitário do Monte Alegre, Ivan dos Santos Leal gostou da presença das otoridades da segurança pública no distrito. Pra ele, por mais que os policiais estejam rodando pela região com um aparato de meter medo, abordando o povão na rua, não há porque as pessoas sentirem que sua liberdade está limitada. “É um amparo ao cidadão no momento que o banditismo está grande e os criminosos estão impunes”, lascou. “Quem é de bem não vai se importar”, completou.

Pra Ivan, o problema é quando a operação chegar ao fim. “Temos que pensar em educar nossos jogens, investir neles hoje pra depois não ter que pagar uma fortuna pra mantê-los presos”, descascou.

O líder comunitário conta que está bolando um curso de polícia comunitária pra, junto com os colegas, resolver pendengas de escolas e da vizinhança e ajudar a polícia a combater a onda de violência na região.

Márcio do Kido (PSC), presidente da câmara de vereadores de Camboriú, também comemorou a presença da polícia na região. O parlamentar é uma das otoridades que desde o início do ano abre o berreiro por mais segurança na sua cidade. “Estamos há meses cobrando um maior efetivo e operações nas ruas para coibir os crimes na nossa cidade”, disse.

Há dois anos deu certo

Esta é a segunda vez que a região, em especial o Monte Alegre, ganha a operação Força Tarefa. Em 2009 Camboriú recebeu o maldito título de city mais violenta do estado. Mais de 100 policiais sijuntaram pra bater de frente com os criminosos, deram uma geral na região, deram atraques e cumpriram mandados de prisão. Depois de três meses de operação, o número de assassinatos caiu 90%.

Polícia Civil decreta toque de recolher nos barecos

Como parte das ações de combate ao crime em Camboriú, a polícia Civil decidiu decretar toque de recolher nos barecos do distrito do Monte Alegre. Lanchonetes, bares e qualquer outro local que reúna povo pra vender biritas terá que fechar no máximo às 22h.

O canetaço passou a valer ontem e não tem data pra terminar. É restrito ao distrito que engloba os bairros Monte Alegre - incluindo o enorme loteamento Conde Vila Verde -, Taboleiro e Várzea do Ranchinho. Os homidalei afirmam que mais de 90% dos assassinatos de Camboriú rolaram naquela região.

Os barecos abertos, afirma o tira Júlio Urqueta, chefe do setor de alvarás da delegacia Regional de Polícia Civil do Balneário Camboriú, acabam fazendo com que mais pessoas circulem à noite pelas ruas do Monte Alegre, em especial o povo ligado ao crime. “É uma ação preventiva da polícia”, justifica.

O comércio que for flagrado aberto depois das 22h será notificado pelos homidalei e terá que fechar as portas na marra. Se voltar a descumprir a ordem, acaba lacrado e o dono vai responder na dona justa por desobediência, além de pagar uma multa estipulada pelo juiz.