No Promorar, desde o dia 28 de junho, o transformador da rua Alcides Pereira, que tem esqueletos e restos de pipas, explode como foguete e causa pânico entre os vizinhos. A Celesc reconhece que a situação tá preta e a fiação será trocada.
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Morador da rua Francisco Molleri, que é iluminada pelo mesmo equipamento esquentadinho, Kleber da Silva, 36 anos, vendedor, teve o maior preju por causa do apagão. A máquina de lavar roupas queimou. A nebulização da filha de oito anos também ficou comprometida. Agora a gente faz as coisas até as 19h e fica esperando dar o curto, relata Kleber, explicando que as explosões costumam ocorrer à noite. Eu assinei TV a cabo pra poder assistir futebol e nem isso eu consigo mais, conta, rindo pra não chorar.
Ao todo, Kleber fez 11 ligações pra Celesc e não teve resposta. Procuramos vocês [o DIARINHO] porque a empresa não tá fazendo nada, garante. O vendedor anotou todos os dias que ficou sem energia: 28 e 29 de junho, 4, 6 e 7 de julho. O dia de maior tensão foi na quarta-feira, quando o breu durou cerca três horas.
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Susto
Aos 64 anos, dona Evani Ferreira da Silva levou o maior cagaço com os estouros do transformador que fica bem em frente a casa dela. Parece que vai explodir tudo. Sai fogo, os fios arrebentam. A gente sai correndo pra desligar tudo das tomadas, relata a veinha. A vovó ainda conta que numa das quedas ela tava debaixo do chuveiro.
O trampo do instalador de som e película Cristiano Diello Vieira, 28, saiu dos trilhos pelo mesmo perrengue. Eu preciso de luz pra poder trabalhar e corro o risco de perder equipamentos por causa das quedas, comenta. Cris ainda revela que ao ligar pra Celesc, eles sempre arranjam uma desculpa. Eu acho que eles não arrumam direito, arrisca o palpite.
Até o mercado Liana, que fica aberto até as 20h30, tá com medo de ficar no preju. Localizado na rua Manoel Olívia Teodoro, já teve lâmpadas queimadas. O nosso medo é estragar os refrigeradores, comenta o funcionário Thiago Alexandre, 24. Segundo o jovem, o fogo nos fios corre por toda a rua. Não é uma coisa que cai por cair, mas pega fogo. Thiago espera que a manutenção elétrica seja feita o mais rápido possível.
Moradores terão que esperar mais 15 dias
De acordo com o chefão da Celesc em Itajaí, Omar Rebelo, o Baga, quando as voadeiras namoram com os fios, ficam de rolo durante semanas. Basta uma chuva pra explodir de paixão. O fogo é o fim do relacionamento. A fiação fica comprometida e não suporta uma grande carga elétrica. Qualquer contato com outro fio leva à queda. É o perrengue da rua Alcides Pereira.
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Hoje [sexta] nós colocamos um espaçador entre os fios, pra pelo menos minimizar o problema, revela Baga. O todo poderoso da Celesc garante que só soube do perrengue sexta-feira, às 10h30. A primeira parte eu já fiz. Atendemos o consumidor e nos comprometemos em fazer o serviço. Estamos trabalhando, afirma.
Baga garante que a fiação será trocada, no entanto, diz que isso não é do dia pra noite. Se for constatado que o transformador tá pela bola sete e precisa ser substituído, o povão vai ter que esperar mais uns 15 dias.
291 casos
Até a última contabilização da Celesc, 291 casos de quedas de energias foram registrados só no primeiro semestre de 2011. O Promorar tá entre os três bairros onde mais rolam os perrengues.
Com poucos lugares adequados pra brincar, a gurizada se aventura entre a fiação elétrica e acaba dando mó dor de cabeça pros moradores e pra Celesc. No finzinho de junho, 12.614 consumidores dos mais diversos bairros ficaram sem luz por causa de uma pipa. Engatada numa fiação da Ressacada, estragou dois equipamentos e atrapalhou a vida de muita gente por quase uma hora.
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