O sol intenso refletido no mar azul ladeado pelas encostas verdes formavam um visual que recompensa qualquer tipo de esforço. O cenário estava quase perfeito pro cronograma planejado pelo instrutor de voo. Salto contigo Anderson, depois pousamos novamente no morro pra fazer um pitstop. Daí te desconectamos e conectamos o Paulo pra mais um voo duplo, programou Du.
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Na teoria tudo estava pronto, mas o vento, com intensidade fraca, não colaborava. Depois de uma hora, a condição melhorou um pouco e Du saltou pra executar um voo solo. Ao pousar, deu o veredicto. A previsão de vento era boa, mas como está não é o ideal pra prática do voo duplo. Vamos ter que adiá-lo, mas vamos conseguir nos próximos dias, sentenciou.
Agora vai
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No início da tarde de sábado, nós três estávamos reunidos dinovo no mesmo local. O cenário estava mais uma vez fantástico, mas com um detalhe fundamental: a presença do vento mais forte em relação aos dias anteriores. Após ver a satisfação de vários pilotos e alunos ao voarem, a reportagem do DIARINHO teve a oportunidade de vivenciar duas experiências únicas.
Ao fim de uma aula teórica, teve a assinatura de um termo de responsabilidade e a exaustiva checagem dos equipamentos de segurança. Agora sim, saltamos pra contemplar uma das vistas mais bonitas da Santa & Bela. Logo sinto uma contradição entre poder e fragilidade. Com o passar do tempo, isso se transforma em uma sensação de bem-estar total, ao sentir a força do vento.
Durante alguns minutos, recebo as instruções das manobras básicas e passo a executá-las, um pouco apreensivo. Repasso o comando pro instrutor e volto apenas a admirar a paisagem. Após o apito que sinaliza o momento do pouso, passo a me concentrar nas instruções recebidas antes do voo, pra termos um pitstop. Antes do pouso já avisto Paulão e os demais instrutores prontos pra dar suporte à ação.
O último passo
Em poucos minutos, tudo ocorre com perfeição: sou desconectado e Paulão deixa a cadeira de rodas pra mais uma aventura.
Reassumo a câmera pra fazer o registro fotográfico. Depois de alguns minutos, Du manda um recado pelo rádio intercomunicador ao fiscal de rampa: Avisa ao Anderson que vamos passar bem perto do morro e o Paulo que vai estar manobrando o parapente. Após mais alguns minutos, ele repassa o comando pro instrutor dinovo e aproveita pra fazer um sinal de positivo. Na sequência, mais um pouso perfeito, pra felicidade da dupla e de todos que tiveram a oportunidade de presenciar o momento. Trechos dos vídeos do voo e do pouso do cadeirante podem ser conferidos no saite: www.diarinho.com.br.
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Vem mais aventura por aí
Quem pensa que as aventuras da dupla vão se resumir ao voo duplo está completamente enganado. Nas próximas semanas, os dois vão intensificar e canalizar as ações pra algo mais radical e inédito na Santa & Bela. Não sei nem se em termos de Brasil isso já foi feito. Nas próximas semanas, vamos realizar uma coisa que vai alterar a imaginação do Paulo e de quem vivenciar esse momento do primeiro salto solo dele, explica Du.
De acordo com o instrutor, esta semana começa o trabalho da montagem de uma cadeira especial com rodas em forma de triciclo pra colocar a ideia em prática. A grande dificuldade do cadeirante no parapente é a decolagem e o pouso. Durante o voo é tranquilo, pois muitas vezes eles têm mais percepção do que pessoas que não têm nenhuma deficiência. Além disso, eles passam por muitas dificuldades todos os dias, pois a maioria dos locais e das pessoas não estão preparados pra recebê-los. Então tudo isso eles tiram de letra, ressalta.
Du dá detalhes dos bastidores da próxima aventura. Assim que a cadeira especial ficar pronta, eu mesmo vou fazer testes voando com ela. Depois disso, ele [Paulo], como piloto-aluno, será habilitado pela associação Brasileira de Parapentes (ABP), que está me apoiando nesta empreitada. Com isso, o Paulo vai poder decolar e pousar sem dificuldade nenhuma e sem criar riscos pra ninguém, comemora o empresário e instrutor Du.
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Quer conhecer o Morro do Careca também?
Por ser um dos pontos mais altos de Balneário Camboriú, o complexo morro do Careca possui uma vista privilegiada de toda a região. Por isso, atrai adeptos de esportes radicais como parapente, rapel, escaladas e asa delta. O percurso da praia dos Amores, onde fica localizado, até o alto do morro pode ser feito de carro, por um trajeto de 600 metros, totalmente asfaltado. Outra forma de se chegar ao local é através do pontal Norte, onde você faz um percurso a pé em meio à natureza através de deques que levam até a praia do Buraco. De lá se pode avistar o morro e, em mais alguns minutos de caminhada, deslumbrar uma vista panorâmica da city. Pra quem não conhece e quer ir de carro, o morro fica no sentido norte. Vá pela avenida Atlântica e passe pelo pontal norte. Tem várias placas de sinalização.