Assim como rola em Itajaí e Balneário Camboriú, a merenda escolar pros alunos do ensino fundamental de Balneário Piçarras também sofre uma variação muito grande. Num dia tem refeição completa: carne moída, arroz, feijão e salada, por exemplo. Mas no outro os guris têm que se aguentar em pé apenas com bolacha e achocolatado. Em Penha, o perrengue também é parecido.
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Pra nutricionista da secretaria Municipal de Educação de Balneário Piçarras, Silvia Lehmkuhl, esta variação na alimentação da criançada está de acordo com o que o ministério da Educação determina ...
Pra nutricionista da secretaria Municipal de Educação de Balneário Piçarras, Silvia Lehmkuhl, esta variação na alimentação da criançada está de acordo com o que o ministério da Educação determina. A variação serve pra não haver saturação do paladar. Todos os nutrientes necessários para a saúde de uma criança estão presentes na alimentação que fornecemos, que está de acordo com o programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do governo federal, alega a nutricionista.
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A opinião é bem diferente do que alguns profissionais que não têm ligação com administrações municipais já disseram ao DIARINHO. Em maio, quando foi publicada a reportagem sobre a merenda peixeira, o nutricionista Osvaldo Neto alertou que uma refeição completa, com todos os nutrientes, tem de ser diária, principalmente no caso de crianças. Um bom prato de comida precisa de proteína, carboidratos e vitaminas, segundo o sabichão. O entendido ainda lembrou que, no caso de bairros mais pobres, a principal refeição do dia é a merenda escolar, e ela não deve ser baseada em lanche, bolacha ou achocolatado, que ele considera apenas um complemento.
Nas creches a coisa muda
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Por outro lado, a atenção pros menores das creches é bem maior, sempre com rango saudável e balanceado, como arroz, feijão, macarrão, carne, peixe, frango e salada. As crianças passaram a estudar de 7h30 às 18h este ano, então foi preciso aumentar o número de refeições diárias nas creches para quatro, pois não é saudável para uma criança, a partir de dois anos de idade, ficar mais de três horas sem comer, diz Silvia.
Ela informou ainda que a prefa de Piçarras gastou R$ 307 mil na alimentação dos 2500 alunos da rede pública municipal em 2010 somente 430 estudam em creches e fazem quatro refeições por dia. Apenas com comida, o município desembolsa R$ 1,30 e R$ 0,28 por dia com alunos da creche e do ensino fundamental, respectivamente. Parte do dinheiro vem do governo federal, através do PNAE.
Rango na Penha
Na Capital do Marisco, a variação encontrada pros alunos do ensino fundamental foi menor do que em Piçarras, mas ainda assim a merenda não é tão boa quanto a de Navega, onde as crianças comem refeições completas todos os dias. A nutricionista Maria Augusta Silveira, que acompanha a entrega dos alimentos nas 13 escolas e seis creches da cidade, informou que, apesar de não darem pratos de comida todos os dias, no lanche das crianças dos colégios há uma alimentação completa e balanceada. Em bairros mais pobres, as escolas oferecem durante a semana três dias com refeições salgadas e os outros dois dias com torta ou sanduíche, mais bebida quente e fruta, explica a sabichona. As creches seguem o exemplo de Piçarras, com rangos mais certinhos: três refeições, no mínimo,por dia.
A prefa de Penha informou que gasta com merenda cerca de R$ 1 por dia pra cada aluno do ensino fundamental. Somando os alunos de creches, desembolsa mais de R$ 500 mil por ano pra forrar o bucho de aproximadamente 3200 alunos.