Itajaí

Metalúrgica inova e coloca a mulherada pra trampar no chão de fábrica

Já são três operárias que dividem tarefas de igual pra igual com a macharada

Nada mais masculino do que botar uma macacão de brim, vestir uma luva de raspa e operar uma máquina de solda, certo? Não é bem assim. A direção de uma fábrica do Balneário Piçarras resolveu fazer uma experiência e colocar mulheres para atuar num ambiente que historicamente foi dominado pelos homens. O negócio deu tão certo que as três operárias já em atividade inspiraram a metalúrgica Arxo a abrir um curso de solda só para o público feminino. “Esse é um trabalho piloto da empresa, ainda formiguinha, mas a diretoria está apostando na presença das mulheres no chão de fábrica”, diz Daniela Maria Carulack, 29, que gerencia o departamento de recursos humanos da fábrica.

Pra chefona do RH da Arxo não faltam argumentos pra defender a presença das mulheres na oficina. “Acreditamos que, em algumas funções, pelo fato das mulheres terem mais sensibilidade e serem mais ...

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Pra chefona do RH da Arxo não faltam argumentos pra defender a presença das mulheres na oficina. “Acreditamos que, em algumas funções, pelo fato das mulheres terem mais sensibilidade e serem mais detalhistas, elas podem desenvolver um bom trabalho”, afirma. Hoje, a metalúrgica tem duas soldadoras e uma inspetora de qualidade, que é uma operária que faz o controle do que é feito pelos companheiros de chão de fábrica.

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Outra sacada da Arxo é garantir força de trabalho qualificada para o futuro. “Hoje não, mas no futuro haverá problemas na disponibilidade de mão de obra no mercado”, preocupa-se Daniela, completando: “É uma plantinha que a gente tá cultivando.”

Curso vai formar mulherada

É por isso que a empresa faz nesta segunda-feira as inscrições para o curso básico de solda, de leitura e de interpretação de desenho mecânico. São 24 vagas oferecidas digrátis, informa o metalúrgico Marcelo Roberto de Oliveira, 31, instrutor técnico e coordenador do centro de treinamento que a Arxo mantém na sede do Balneário Piçarras.

Marcelo, que está há 13 anos na profissão, não tem dúvidas de que a mulherada encara o trampo no chão da fábrica de forma tão produtiva quanto macharada. “Elas tem um cuidado maior na produção”, afirma.

O instrutor garante que não pinta qualquer clima entre os funcionários com a presença das mulheres na oficina. “Os homens até respeitam mais do que se fosse um colega do mesmo sexo. Eles se policiam mais no tratamento com elas,” avalia.

Das três operárias, uma é soldadora e a outra é inspetora de qualidade.

Como e quando vai rolar o curso de solda pra mulherada

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A inscrição pro curso de básico de solda MIG/MAG, de leitura e de interpretação de desenho mecânico pra mulherada vai rolar apenas na segunda-feira, na sede da Arxo, que fica na altura do KM 100,04, na BR 101. Tem que aparecer na portaria da fábrica às 8h30 pra garantir a vaga.

As únicas exigências são ter mais de 18 anos e ter concluído o ensino fundamental. Pra isso, tem que lembrar de levar o certificado de conclusão da 8ª série.

O treinamento será de 60 horas e será dado na própria fábrica. Começa em 1º de agosto e vai até o dia 19 daquele mês. As aulas vão rolar entre das 7h30 às 11h30 da matina, de segunda a sexta-feiras.

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Ela comanda 12 homens em plena oficina

Ela tem um currículo de deixar muito macho com inveja. É formada em oceanografia e em construção naval, ambos pela universidade do Vale do Itajaí (Univali), foi a primeira mulher a se formar como tecnológa de construção civil no Brasil, fez estágio como inspetora de produção na Viga Calderaria, uma grande empresa mineira, e encarou o trampo de pintura e acabamento em estaleiros navais. Mesmo assim, por puro preconceito, Danielle Kotinda, 28 anos, diz que não é fácil arranjar emprego na área que escolheu, a metalurgia. “Já aconteceu de outras empresas e metalúrgicas não aceitarem nem receber o meu currículo por eu ser mulher”, lembra.

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Na Arxo, garante, nunca sofreu preconceito. Pelo contrário. Na metalúrgica do Balneário Piçarras já começou em cargo de chefia. É ela quem inspeciona a qualidade final do que é feito pelos 12 colegas homens.

Danielle diz que não tem problemas em trampar num ambiente onde quem sempre ocupou e mandou foi o sexo oposto. “Quando optei por esta profissão sabia que era predominantemente exercida por homens”, faz questão de dizer.

Pais, irmãos e outros parentes, comenta Danielle, encaram na boa sua opção profissional. “A família sabe que faço o que gosto, por isso aceita tranquilamente”, ressalta. Com os amigos é que vez ou outra pinta uma sabatina. “Alguns acham estranho e fazem várias perguntas sobre o meu dia-a-dia”, revela.



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