Quem nasceu ou mora na região deve se lembrar da cena de um homem andando pela rua com uma gaiola na mão. Os itajaienses, assim como boa parte dos moradores do litoral norte, são apaixonados por pássaros. O porte, a cor e a plumagem, atraem a atenção dos aficionados por aves. Mas é o canto do pássaro que o faz ser mais admirado.
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Paulo Sérgio Kucker, 40 anos, sempre gostou de passarinhos e a beleza do canto é o que mais o fascina. Desde que me entendo por gente, eu gosto, resume. Quando era pequeno, ele e os seus irmãos ...
Paulo Sérgio Kucker, 40 anos, sempre gostou de passarinhos e a beleza do canto é o que mais o fascina. Desde que me entendo por gente, eu gosto, resume. Quando era pequeno, ele e os seus irmãos faziam arapucas armadilhas de madeira para capturar passarinhos na localidade da Murta, no bairro Cordeiros. Quando eu era criança tinha mais mata, a diversão era caçar e pescar. Agora estão desmatando tudo, e os passarinhos estão sumindo, avalia o motorista.
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Com a vida corrida para garantir o ganha-pão da família de cinco pessoas, o gosto pelos pássaros foi ficando de lado, mas nunca esquecido. Mas foi só o único filho homem mostrar interesse pelas aves, que Paulo voltou a ser criança. Ele começou a ver os amigos, os pais dos amigos com pássaros e começou a demonstrar interesse, explica. Para incentivar o gosto do filho pelos pássaros, há três anos Paulo comprou dois canários do reino. Ele também passou a levá-lo com maior frequência ao sítio de seu tio, onde o contato com a natureza é maior e ainda pode-se ouvir, a qualquer hora do dia, o canto dos passarinhos.
Mesmo gostando de pássaros, Paulo admite que prefere ver os bichinhos soltos. Eu só não solto os meus, porque eles vão morrer. Nasceram em cativeiro e dificilmente vão se readaptar a natureza, acredita. Ele admite que quando era pequeno não tinha noção que era ruim manter as aves em gaiolas, mas com a idade veio a consciência e hoje ele é taxativo ao afirmar: Vou ensinar os meus netos a gostarem de passarinhos, mas soltos, garantiu.
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Você sabia??
Lista para evitar extinção
Para tentar evitar que algumas espécies entrem em extinção, o Ibama possui uma lista de animais silvestres ameaçados de desaparecer. A pena para quem é pego com um pássaro desses é maior. O valor da multa é de R$ 5 mil por ave ameaçada de extinção. Para uma ave que não faz parte da lista, a pena é de R$ 500.
IN limita espécies de pássaros
A instrução normativa (IN) limita o número de pássaros que podem ser criados em casa e também que podem ser comercializados. Os pássaros que podem ser criados em casa e comercializados são: tico-tico; canário-da-terra; bigodinho; coleiro-papa-capim; bicudo-verdadeiro; curió; pichochó; azulão verdadeiro; pintassilgo.
Os pássaros que só se podem ter em casa e não podem ser vendidos são: trinca-ferro; graúna ou chopim e sabiá-laranjeira.
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Ave-símbolo da Santa & Bela
A araponga (Procnias nudicollis) é a ave-símbolo de Santa Catarina. Ela é encontrada em grande quantidade no litoral norte catarinense. Possui a cabeça achatada, o bico curto e a boca alargada. O macho dessa espécie é todo branco, exceto no lado da cabeça, e na garganta não há penas. A fêmea é totalmente diferente do macho. Ela possui a parte de cima verde, a cabeça cinza e o peito amarelo. O canto é a característica principal da ave-símbolo dos catarinenses. Ele é alto e estridente, com timbres metálicos. Parece o som de um martelo batendo em uma bigorna.