A tragédia rolou por volta das 22h de domingo, quando o comerciante e o filho M.F.C. chegavam na casa 218 da rua Israel, após jantarem fora. O guri notou algo estranho e berrou pra avisar ao pai que tinha ladrões, mas era tarde demais. Alfredo abriu a porta e foi surpreendido pela dupla de assaltantes.
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Assustado, Alfredo teria reagido e caído na porrada com um dos vadios. O cara não perdoou e lascou dois tiros de calibre 32 no coração do vendedor. O filho tava ao lado do pai, viu toda a cena e, por sorte, não foi acertado por nenhum balaço. Os socorristas do Samu foram chamados e levaram a vítima inconsciente pro hospital Santa Inês.
Alfredo resistiu até às 2h30 de ontem, quando morreu na unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Santa Inês. O velório rolou ontem à tarde no cemitério Parque dos Crisântemos, na Praia Brava.
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A polícia Militar foi chamada e pegou as características dos bandidos com o filho do vendedor, que tava bastante assustado. Os bandidos foram procurados durante toda à noite, mas não foram localizados. A informação da vizinhança é que eles fugiram a pé e sem levar nada da casa.
A equipe da divisão de Investigações Criminais (DIC) esteve na casa da vítima. A delegada Luana Cervi abriu inquérito e nos próximos dias pretende conversar com parentes e amigos da vítima. A princípio trabalhamos com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), pois ele teria reagido a um assalto, afirma.
A dotora descobriu que o cara estava desempregado e tentava vender a casa pra sair da cidade. Ela acredita que a venda do imóvel possa ter chamado a atenção da malocada.
Boa gente
Vizinho e amigo de Alfredo há 26 anos, R. S., 55, conta que o cara era boa gente. Há cerca de cinco anos, a esposa da vítima morreu e, desde então, Alfredo morava sozinho com o filho, na casa simples do bairro das Nações. Alfredo era cigano, mas há 20 anos largou a vida de acampamento. Atualmente, ele trampava como vendedor autônomo no Balneário, mas nos últimos meses tava desempregado.
O amigo conta que o cara não tinha nada de valor dentro de casa que pudesse chamar a atenção da bandidagem. Ele comenta que a vítima tinha colocado a moradia à venda pra ir morar em Brusque, onde tentaria vida nova. Talvez, eles achassem que ele tinha o dinheiro da venda da casa, mas ele não s vendeu ainda, assegurou o amigo.
R. afirma que Alfredo era um cara da paz e não discutia com ninguém. Era um homem pacífico, mas numa situação como essa, qualquer um perde o controle. Infelizmente, ele reagiu, lamenta.
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Os filhos mais velhos de Alfredo, que vivem em Ituporanga e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, deram as caras pela city ontem, mas não quiseram comentar a desgraceira.