Uma palestra de boas maneiras. É exatamente por isto que os guardinhas da Codetran vão passar amanhã, na sede da fundação de Educação Profissional e Administração Pública de Itajaí (Feapi). Mais de 90 servidores vão ter que voltar à sala de aula pra aprender ou não esquecer como lidar com o povão na rua. A direção da coordenadoria de trânsito peixeira nega que o fato seja por causa de um possível mau atendimento, apesar de admitir que muita gente tem reclamado dos agentes, e diz se tratar apenas de um curso normal de reciclagem. Mas ontem, porém, um azulzinho tacou spray de pimenta na cara de um caminhoneiro.
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Segundo o mandachuva da Codetran, José Alvercino Ferreira, o Zé, as chiadas são naturais, levando-se em conta o tipo de serviço que os guardinhas fazem, que na maioria das vezes é multar o motora ...
Segundo o mandachuva da Codetran, José Alvercino Ferreira, o Zé, as chiadas são naturais, levando-se em conta o tipo de serviço que os guardinhas fazem, que na maioria das vezes é multar o motora infrator. Ninguém fica feliz quando chega na rua e vê o carro com multa ou guinchado. É natural a reclamação, diz Zé, reforçando que a palestra é feita anualmente. Sempre fazemos cursos de reciclagem pra atender melhor a população. Tudo o que servir pra melhorar o nosso atendimento, nós vamos fazer, declara Zé.
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A palestra Ética nas relações interpessoais será ministrada pelo professor Jair Moraes, da Unifebe e do Senai, que tem experiência na área de consultoria comportamental e irá orientar os guardinhas da Codetran.
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Spray na cara
E esta especialização pode realmente ser uma boa, porque o povão anda cabreiro com a falta de educação de alguns agentes. O motorista Robson Lehmukuhl, 31 anos, afirma que os guardinhas, ao invés de apaziguar a situação, acabam piorando. Na rua, todo mundo já dirige estressado, então quando há um problema, o guarda deveria tentar controlar a situação, mas ele acaba piorando tudo, critica o motora.
E quem não ficou nem um pouco satisfeito ontem com o tratamento vip dado pelos agentes foi o caminhoneiro Moisés de Oliveira. Ele estacionou o bruto pra ir no enterro de um amigo de manhã, no bairro da Fazenda, mas houve uma discussão com guardinhas porque teria cometido uma infração antes de parar. Todos foram parar 1ª depê peixeira. Era 7h da manhã quando eu estacionei pra ir no enterro. Quando voltei pro veículo, eles fecharam meu caminhão com as motos e me impediram de sair. Eu admito que discuti com eles, mas não era motivo pra jogar spray de pimenta no meu rosto. Eles até xingaram minha esposa. Quem estava perto chamou a polícia, conta Moisés, que registrou um B.O. na delegacia.
Já Zé tem outra versão. Diz que o motorista o guarda pediu pro motoristas tirar o bruto do local proibido, mas o homem não aceitou, arrotando que tinha dinheiro e iria pagar o canetaço. Quando o guardinha começava a rabiscar o papel, teria sido agredido por Moisés. Foi aí que o azulzinho da Codetran jogou gás de pimenta no motora. O guarda não sabia se ele tinha arma, foi agredido e se defendeu jogando gás, conta Zé, acrescentando que essas situações rolam mesmo. As pessoas desrespeitam os guardas. Por que você acha que eles respeitam a polícia? Porque está armada. Eles têm arma, nós temos o gás pra se defender, lasca o chefão da Codetran.