Passava das 16h quando os fardados receberam a informação que os bandidos tinham metido um assalto na LS Construtora, de Itapema. Eles fugiram pela BR-101. Os caras tavam no Uno, placa MHU 8017 (Caçador). Os meganhas colaram na quadrilha no bairro Nova Esperança.
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Na esquina da rua Edigard Linhares com a José Siqueira, os bandidos jogaram pela janela os famosos miguelitos, aqueles pregos grudados em borracha, pra estourar o pneu das baratinhas. Apesar da artimanha, a perseguição continuou e os carros cortaram as principais avenidas da cidade até chegar na rua 1542.
O carango foi abandonado pelos assaltantes que simandaram correndo. Dois deles pularam o muro de um terreno atrás do colégio Energia. Testemunhas contaram que os bandidos lascaram uns 10 pipocos contra os fardados, que não contaram tempo e revidaram. Um deles, identificado apenas como Marcos, caiu morto na calçada com um tiro na barriga e outro na perna. Já o segundo envolvido, que também não foi identificado, levou um tirombaço na coxa direita.
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Com eles foi recolhido um revólver calibre 38 de cano longo e uma pistola calibre 40. O assaltante morto foi levado pro Instituto Médico Legal (IML) do Balneário. Já o ferido foi socorrido pelo Samu e levado pro hospital Santa Inês, onde permanece em recuperação e algemado à cama.
Corre, corre
Enquanto os baleados caíram na chón, outros dois assaltantes simandaram correndo pela rua 1552. O irmão do cara quer morreu, identificado apenas como Japa, foi guentado na quadra seguinte. Com ele foi pego outro revólver calibre 38 e uma sacola com os R$ 13 mil que foram roubados da construtora em Itapema.
Pra surpresa de todos, o bandido vestia um colete a prova de balas da polícia Civil. O cara ganhou o teje preso e foi levado pra delegacia. Na noite de ontem, chorando quiném neném, não quis comentar a treta com os milicos.
O carro abandonado na rua 990 foi recolhido pela PM. Dentro tinha quatro capacetes que foram usados no ataque em Itapema.
Dic vai investigar
O caso foi passado pra equipe da divisão de Investigação Criminal (DIC). A delegada Luana Cervi quer identificar o quarto assaltante que simandou correndo. Também quer descobrir o nome dos envolvidos no assalto. Ela suspeita que o assaltante morto era um bandido foragido. A dotora ainda quer descobrir como os trastes arranjaram um colete à prova de balas dos homisdalei.
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A polícia trabalha com a hipótese de que os malencarados tiveram informação sobre o dia do pagamento dos funcionários da empresa. Nos próximos dias, os acusados e as testemunhas serão ouvidos.
O assalto
O ataque na construtora do bairro Meia Praia, em Itapema, rolou cerca de meia hora antes da perseguição. O funcionário da LS, que não quis se identificar, conta que os vadios chegaram em duas motos. Armados e com capacetes no rosto, entraram no escritório e renderam umas 15 pessoas que esperavam o pagamento. Mandaram deitar no chão. Se tocasse no celular eles atiravam, disse.
O dono da LS conta que esta é a terceira vez, em três anos, que são assaltados. O cara vai estudar formas de aprimorar a segurança da empresa e evitar surpresas como a de sexta-feira. Vou ver se deixo um segurança armado na porta ou tento um contato direto com a polícia, planeja.
Desespero e gritaria
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A troca de tiros entre polícia e bandidos rolou no meio da tarde ensolarada de ontem, bem ao lado do tradicional colégio Energia. Crianças que estavam no pátio do colégio, pois o tiroteio rolou na hora do recreio, ficaram apavoradas. Aos gritos, alguns caíram em lágrimas e até sijogaram na chón com medo.
Os atletas da Associação das Famílias dos Deficientes Físicos (Afadefi), que também tem sede ali ao lado, viram a perseguição de perto e simandaram assustados. Vi eles virem correndo e ficarem atrás do muro. Os dois estavam armados e dando tiro contra a polícia, conta Espártaco Mazucco, 29 anos.
Seu colega, Henrique Emanuel, 30, diz que os fardados ainda mandaram eles entregarem as armas, mas os bandidos trataram de pular o muro e lascar chumbo grosso contra os meganhas. Eles não estavam nem aí, palpita. A dona de casa, A. M. S, 32, estendia roupa num prédio ao lado quando viu o lance. Nem acreditei no que vi. Só ouvi os tiros, fechei a janela e me escondi, lembra, apavorada.
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