Carlos e Ivete dizem que Alexandre foi contratado há cerca de um ano pra ajudar no pagamento do auxílio-doença da mãe de Ivete, a dona Eva Rosalina Bach, que tá encostada. A grana tinha parado de vir e a véia ficou no desespero. Em fevereiro, contam, rolou uma audiência e parte do money atrasado pelo governo federal seria pago até 60 dias depois do bate papo com a dona justa. Vimos que estava demorando muito e contratamos outro advogado, afirma Ivete.
Continua depois da publicidade
Depois de vasculhar a papelada, a casal descobriu que a grana, R$ 2713,42, havia sido depositada em uma conta do governo pra que fosse paga a dona Eva. Segundo Carlos, o dotô Alexandre tinha documentos em mãos que lhe garantiam a movimentação de valores em nome da idosa. O Alexandre retirou o valor na boca do caixa no dia 8 de junho, afirma.
Carlos conta que já tentou acertar as contas da sogra com o advogado, mas não encontra o cara no escritório. Apenas conversou com a esposa do dotô, que disse que o dindim só seria depositado em seis meses. Eu sei que o dinheiro já chegou. A gerente do banco confirmou isso.
Continua depois da publicidade
Os pombinhos garantem que a dona Eva não deve nada pelo serviço do advogado. Conforme eles, antes de começar o trampo, Alexandre teria cobrado R$ 5 mil pelo serviço. Ela pegou um empréstimo pra fazer o pagamento. O casal registrou um boletim de ocorrência por estelionato. A reportagem não conseguiu contato com a delegada Maria de Fátima Ignácio, que estaria investigando a pendenga.
Mal entendido
O dotô Alexandre garante que a pendenga não passou de um grande mal entendido e afirma que estava viajando durante toda a semana e por isso não foi encontrado. Ele conta que sua esposa está por fora do assunto e pode ter palpitado algo errado.
A dona Eva, diz, ainda deve uma grana pelos serviços e a família pode ter confundido o pagamento dos trampos com um trambique. A gente leva pra casa, leva pro trabalho, pra audiência, e não cobra nada, mas temos que pedir os honorários, justifica. O cara afirma que volta de viagem no dia 22 deste mês e quer conversar com a família.
OAB explica o que fazer
A presidente do conselho de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados (OAB) do Balneário Camboriú, Debie Cristina Dengo, explica que quem se sentir lesado por um advogado pode procurar o órgão. É preciso levar documentos que comprovem a sacanagem. O material é encaminhado pra chefia em Floripa.
Continua depois da publicidade
Em seguida, é aberto um processo em que cada parte apresenta as justificativas. Caso role comprovação da treta, é feita uma representação disciplinar e o advogado responderá.
Se julgado culpado, o dotô pode tomar uma advertência, que fica marcada na carteira profissional pra sempre, ter que pagar suspensão de 30 ou 60 dias de trampo, devolver o dindim ou até mesmo ser expulso da OAB. Depende da gravidade da infração, explica.
A OAB do Balneário atende pelo (47) 3360-2060.
A dotora conta que não está por dentro da denúncia do casal. Ela afirma que são comuns estes tipos de reclames. Mas dificilmente há confirmações. É uma denúncia de apropriação. Depois de averiguados, muitas vezes, nota-se que não foi bem essa situação. Na maioria das vezes são os honorários, garante.
Continua depois da publicidade