Terminou com muitas propostas, mas nenhuma solução, a audiência pública pra discutir a solução pro problema dos animais de rua de Balneário Camboriú. Foi formada uma comissão que irá cobrar da prefa a construção de um núcleo de zoonoses, investimento em equipamentos da administração e até conscientização do povão. A audiência reuniu integrantes de ONGs, veterinários e criadores de cães. Foram apresentadas as propostas pra acabar com o abandono e judiação dos bichinhos pelas ruas. Semana passada, o assunto também foi tema em Navega.

Segundo os especialistas, na temporada de verão, cerca de 30 mil cães são largados pela cidade. Pra acabar com a desgraceira foi apresentada a proposta que irá equipar a turma de fiscalização da secretaria do Meio Ambiente. O secretário da pasta, André Ritzmann, admite que faltam materiais pro serviço. “Sempre atendemos denúncias mas, algumas vezes, chegamos tarde demais. Também precisamos do equipamento pra recolher e não machucar o cão. Hoje, temos que chamar as ONGs”, conta o abobrão.

A obrigação da administração municipal também foi levantada na audiência. Hoje, as ONGs Viva Bicho e Defesa Animal recolhem os bichos largados na rua da amargura. Elas recebem uma merreca por mês, de ajuda da prefa e guardam em seus próprios abrigos, pois ainda foi construído o canil municipal pra abrigar os animais.

A obra foi aprovada em lei há mais de cinco anos e nunca se tornou realidade. Por lá, os bichos receberiam vacina e a instalação de um chip onde seriam identificados. “A responsabilidade sobre os animais é da prefeitura. Com a castração e a identificação é possível livrar Balneário dessa situação”, explicou o presidente da associação de Proteção aos Animais de Itajaí (Aipra), Roberto Pereira. Ele foi até lá pra explicar como a carrocinha peixeira funciona e como são mantidos os animais no canil peixeiro.

Já a chefona da Viva Bicho, Maria Rejane Medaglia, afirma que é necessário também investir na conscientização. Ela diz que é comum recolher animais abandonados por aqui e até em Camboriú. “Tem que haver um informativo ou sempre estaremos resolvendo um problema e irá aparecer outro”, alerta.

E agora o que vai rolar?

As propostas serão discutidas em uma nova reunião, ainda sem data definida, que será realizada pelos integrantes da comissão formada durante a audiência. São seis pessoas que irão encaminhar propostas e cobranças à prefa:

• Claudir Maciel (vereador do PPS, que representa a câmara da Maravilha do Atlântico);
• André Ritzmann (secretário do Meio Ambiente);
• Maria Rejane Medaglia (ONG Viva Bicho);
• Ana Beatriz (veterinária);
• Neto Gaya (ligado à área de saúde);
• Jean Frainer (veterinário).

Ideia de praia pra cachorro causou rebuliço entre participantes

Durante a audiência, o adestrador Daniel Corrêa, apresentou a ideia original de uma praia pra cachorro. Afirma que o ideal seria reservar a praia de Taquarinhas pra que fossem delimitadas áreas na areia pros donos ficarem com seus dogs. Durante a manhã e tarde, os cachorros ficariam em guias de até 1,30 metros e poderiam circular na buena pela praia e até tomar banho de mar.

Os animais passariam por uma triagem de veterinários que iriam conferir se eles estão com as vacinas e, portanto, livres de doenças pra evitar que passem doenças aos frequentadores do local. À noite, a praia seria vistoriada pela guarda municipal pra evitar o abandono de cães. “Seria o diferencial turístico de Balneário, a exemplo do que já acontece em San Diego, na Califórnia [Estados Unidos]”, sugere Daniel.

A proposta causou rebuliço. Deixou alguns desconfiados, já que a city não conta ainda nem com trampo de carrocinha, mas a maioria dos especialistas curtiu a ideia. “Temos que investir em tudo. Desde o apoio das ONGs, investimento da prefeitura, até na praia pra cachorro”, opinou veterinária Ana Beatriz.