Os quatro homens chegaram no local à bordo da Chevrolet S10 prata, placa ALF 3656 (Curitiba/PR). A explosão do caixa eletrônico rolou às 4h15. O estrondo foi tão alto que deixou Irineu da Rocha, 55, morador da rua João Emílio, em estado de pânico. Ouvi o barulho do explosivo e, depois, uma porção de tiros. Eles pareciam atirar em comemoração pelo que tinham acabado de fazer, declarou o vizinho da prefa.
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Com uma barra de ferro e um machado, o quarteto terminou de arrebentar o caixa da agência e levou o que pôde de dinheiro. No momento em que recolhia as cédulas, um dos bandidos percebeu a presença do vigia da prefa. Ao sacar que tinha sido descoberto, Vilmar saiu correndo em direção ao prédio do paço, sob uma saraivada de tiros disparados de uma pistola e uma espingarda calibre 12. Nenhum deles atingiu o vigilante, que telefonou em seguida para a polícia.
O morador de um sobrado bem em frente à agência atacada pela quadrilha se impressionou com a rapidez da ação dos bandidos. A polícia chegou cinco minutos depois. Mas eles foram muito rápidos. Fizeram tudo em menos de um minuto, conta o morador, que pediu para não ter o nome revelado.
Os bandidos foram com a S10 até as proximidades do cemitério do centro, onde o carango foi encontrado mais tarde pela polícia. Testemunhas disseram que eles fugiram em um C4 Palas.
Criminosos deixam pra trás R$ 2,3 mil
A polícia Civil dengo-dengo recolheu 23 notas de 100 reais que ficaram espalhadas pela calçada após a explosão do caixa eletrônico da praça da prefeitura. A grana foi levada pra delegacia e, mais tarde, entregue à gerente da agência. Um tira disse ao DIARINHO que a máquina cospe-grana não tinha o dispositivo de segurança que mancha as cédulas quando o caixa é violado. Ou seja, toda o dindim surrupiada poderá ser usado numa boa pelos malacos. A quantia roubada ainda não foi divulgada.
Os tiras descobriram também que a placa da S10 usada pelos bandidos e abandonada na fuga é falsa e pertence a outro veículo de Curitiba. A placa original da caminhonete, que foi roubada na capital paranaense, também é de Curita.
Foi usado explosivo de alta potência
A suspeita de que os bandidos teriam usado uma super granada para detonar o caixa-eletrônico foi descartada pelo tenente Jean Carlos Caetano, comandante da PM dengo-dengo. Pelo que restou da cabine e da máquina cospe-dinheiro, diz o oficial, os criminosos usaram algum explosivo com maior poder de destruição, como TNT (a famosa dinamite) ou C4. Uma granada faria uma estrago bem menor, explica.
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Explosivos desse genêro, informa o tenente Caetano, são controlados pelo Exército. Em nenhuma hipótese, ressalta, podem ser liberados para uso de pessoas comuns. Desde que tenham credenciamento, as empresas que implodem rochas e prédios têm liberação para usar, diz.
O estatuto do Desarmamento prevê pena de três a seis anos de prisão e multa pros crimes de posse e uso de artefatos explosivos.
Quando foi a última vez
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A última tentativa de assalto a caixas eletrônicos em Navegantes havia rolado no início do ano passado, informou a PM. Conforme o tenente Caetano, é a primeira vez na city que os bandidos tentam violar um caixa de banco com explosivos.
Vigia conta como colega ficou abalado
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A funcionária pública Luzia Petersen, 35, chegou às 6h da matina de ontem na prefeitura de Navega pra assumir o turno do colega Vilmar Souza Ribeiro, que por muito pouco não acabou peneirado pelos bandidos. A vigia disse que Vilmar ainda estava abalado por ter visto a morte tão de perto. Ele estava branco, muito assustado. Disse que se escondeu no andar de cima e achou que fosse morrer. Está só há quatro meses trabalhando aqui, contou Luzia.
A vigilante também admitiu que estava assustada com a situação. A gente não usa armas, nem nada para se defender. Se fosse comigo, teria ficado desesperada, admite a guardinha.
Vilmar assumiu o turno das 18h de terça-feira.