Mal entrou no ar, e o deputadô­metro já se rendeu aos beicinhos dos parlamentares da Santa & Bela. O portal encabeçado pela federação das associações empresariais do estado (Facisc) avalia o trampo dos deputa­dos catarinas a partir da participação deles em comissões e audiências pú­blicas, apresentação de projetos de lei e otras cositas más. Com base nas informações, o saite fez um ranking dos melhores e piores deputados da assembleia legislativa. Os parlamen­tares não gostaram, berraram e a Fa­cisc tirou o ranking do ar.

Mesmo com a classificação re­tirada temporariamente, os dados dos deputados estaduais continuam disponíveis pra quem quiser ler e acompanhar o trampo de cada um dos representantes. É só entrar no www.deputadometro.com.br e na­vegar pelos dados que estão regis­trados. De acordo com o presidente da Facisc, Alaor Tissot, a retirada do ranking por alguns dias será ape­nas pra entidade bizolhar pontos que foram questionados pelos de­putados. “Se eles acham que al­guns critérios são injustos nos cabe reavaliar, pois nosso objetivo é aju­dar os parlamentares e não criticá-los sem motivo”, comentou o chefão da Facisc.

Em nota oficial, a instituição afir­ma que, ao lançar o saite, eles pre­tendem acompanhar o trampo dos deputados estaduais a partir de vários quesitos. “A Facisc definiu uma série de critérios baseados em ações reali­zadas pelos deputados e que podem ser contabilizadas”, divulgou. Além disso, a entidade garante que todas as informações cadastradas no portal são oficiais e de domínio público, re­tiradas de papélis da assembleia e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O outro lado do termômetro

Dado Cherem (PSDB) prefere não dizer se é contra ou a favor do de­putadômetro. Ao invés disto, o par­lamentar que representa a região da associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri) só disse que o julga­mento do trampo dos deputados não deveria ser feito através do tal termô­metro virtual. “A avaliação real se dá nas urnas, no direito sagrado de cada eleitor. Um político até pode enganar na primeira vez que é eleito, mas, pra vencer da segunda vez em diante, depende do trabalho que realizou”, acredita o tucano.

Como exemplo, Dado cita sua pontuação segundo os critérios do deputadômetro da Facisc, mas sem revelar seu lugar no ranking que saiu do ar. “Como sou líder de bancada, não posso estar em muitas comis­sões, estou só em duas e com muito sacrifício. Acabamos colocando os novatos pras comissões, mas, se eles faltam, estou lá pra substituir. E com isso não pontuo”, exemplifica. O de­putado tucano também ressalta que há diferenças entre o desempenho de cada parlamentar de acordo com as características pessoais. “Tem de­putado que tem boa oratória e se sai bem na tribuna, outros são eficientes na busca por recursos pra região, ou­tros trabalham muito bem, só que de forma silenciosa. Como avaliar?”, in­daga o tucano.

O DIARINHO tentou saber a opi­nião de outro representante da região da Amfri na assembleia, o deputado Volnei Morastoni (PT). No entanto, o petista não atendeu às insistentes ligações da reportagem.