A secretaria da Receita Federal começa hoje a terceira etapa da operação Panos Quentes, um ação pra tentar impedir a importação fraudulenta de produtos têxteis e de vestuários que detonando a indústria nacional. A primeira ação do governo é publicar no diário Oficial da União as regras de fiscalização do despacho aduaneiro das mercadorias pertencentes àqueles dois ramos, que chegam pelaqui vindos do exterior.
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As regras vão detalhar os procedimentos do que a Receita Federal já vem fazendo com outros produtos: chegou a mercadoria, ela é imediatamente retida pruma bizolhada detalhada. É o chamado procedimento ...
As regras vão detalhar os procedimentos do que a Receita Federal já vem fazendo com outros produtos: chegou a mercadoria, ela é imediatamente retida pruma bizolhada detalhada. É o chamado procedimento especial de controle. Isso é feito pra produtos onde há suspeitas de sacanagem.
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O negócio é sério mesmo. As mercadorias passam por inspeção física, retirada de amostras pra análises e uma fuçada detalhada na documentação dos contratos entre o importador brazuca e a firma estrangeira. Em alguns casos, o governo manda fiscais pro outro lado do mundo pra visitar a fábrica do exportador. E tudo pago pelo empresário estrangeiro, sem custo nenhum pro Brasil.
Todo esse procedimento chega a deixar as mercadorias importadas mofando nos portos por até três meses. E quem paga os custos de armazenagem é o importador ou o estrangeiro que mandou a mercadoria pra cá. Até agora, a Receita submete ao controle especial apenas alguns produtos dos setores sob suspeita. Com a operação Panos Quentes 3, praticamente todos os produtos têxteis terão inspeção mais rígida, adianta Ernani Checcucci, subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal.
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Entenda como rolam as sacanagens nas importações pro Brasil
O governo resolveu pegar pesado com as importações porque detectou várias sacanagens nas mercadorias que são trazidas pra cá e tão competindo com a produção nacional de forma desleal. O tal do procedimento especial de controle já rola com parte das importações de tecidos e com sapatos, pneus, brinquedos e produtos de ótica.
Uma dessas sacanagens é a declaração falsa de origem ou de classificação do produto. Ou seja, pra pagar menos imposto, o pessoal manda pra cá uma mercadoria melhorzinha dizendo que ela é meia-boca e por isso vale menos. Outra é o subfaturamento. Oficialmente, o importador compra mais barato a mercadoria e assim paga menos impostos. Mas, por fora, paga ao exportador estrangeiro a diferença. Isso é feito geralmente através de um brasileiro que mora no exterior. O cara recebe o dinheiro na sua conta e repassa ao gringo.
Outra é a triangulação. Como alguns países não cumprem os acordos internacionais pra deixar a concorrência mais justa, o Brasil tem restrições em fazer negócios com eles. Daí, pra desbaratinar a fiscalização, mandam sua mercadoria pra um outro país que as exporta pro Brasil sem citar a origem do produto.