Pra maioria das pessoas, o sonho é comprar um carro zero quilômetro. Pra eles, não. Quanto mais velho, melhor. Chegam até a fazer competição por isso. Alguns até ganham dinheiro com a opção. Eles são os antigomobilistas, um grupo que a gente costuma conhecer como colecionadores de carros antigos ou clássicos e que cresce a cada dia. Hoje, entre Balneário Camboriú e Itajaí, já chegam perto de 100 pessoas. Tem até quem já montou uma frota com raridades.

Pra se organizar, a maioria se reúne em clubes. São três nas duas cidades. O Veteran Car, o Fusca Clube e o Antigomobilistas. Os dois primeiros são associações com direito a registro em cartório e CNPJ. “Temos cerca de 80 colecionadores registrados e aproximadamente 40 membros ativos”, informa o perito em avarias de cargas Jonas Dutra, 46 anos, presidente da entidade. O Fusca Clube tem hoje 12 sócios, conta o analista de informações Marcelo Aguiar de Souza, 33, presidente do clube.

Já o pessoal do Antigomobilistas, que tem algo perto de 25 membros, prefere uma organização mais informal. “Somos um grupo de amigos que gosta de carros”, costuma dizer o militar da reserva Hilário Voigt. O grupo não tem personalidade jurídica, mas nem por isso é menos ativo que os demais. Hoje, no Atlântico Shopping, que fica na avenida Brasil, em Balneário Camboriú, o Antigomobilistas encerra uma exposição de três semanas. Imperdível pra quem gosta de raridades e de clássicos.

No feriado de Sete de Setembro será a vez do Veteran Car exibir suas belezuras. Parte dos membros do clube vão integrar as comemorações da Independência e participar do desfile nas principais ruas do Balneário Camboriú.

Mas além dos que se reúnem em clubes, há aqueles apaixonados por carros que têm na garagem de casa um velho possante e às vezes nem mesmo têm ideia de que estão em poder de alguma raridade. “Depois que saiu no DIARINHO a matéria, apareceram mais 11 Kombis antigas aqui na região”, conta Hilário, referindo-se ao Especial sobre a sessentona da Volkswagen, publicado na edição de 13 de junho. Até então, os antigomobilistas haviam computado seis Kombis de coleção entre Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú.

Há desde raridades a clássicos de época

A essas alturas você já deve estar se perguntando: “Tá, mas e os carros clássicos ou antigos?”. Estes têm de monte. Há bem mais raridades aqui na região do que colecionadores. São tantos, que nem mesmo os aficcionados pelos possantes de época sabem estimar quantos.

Alguns ficam entocados. Como é o caso da frota do empresário Jefferson Pereira, 38, dono da maior coleção entre Itajaí e Balneário. Outros, a gente pode apreciar em exposições, encontros ou desfiles. Como o velho Ford modelo A, de 1929, de Mário Sieverdt, o cobiçado Mustang da década de 60 do empresário Luiz Felipe Sada Graff, ou ainda o Ford Fairlane 500, de 1958, de Ângelo Bortoloti.

Há também aqueles que fazem questão de botar o possante raro pra rodar por aí. É assim com Jonas Dutra. Vez ou outra dá pra vê-lo nas ruas de Itajaí no boleia do seu Aero Willys 1966, que tem há 23 anos e que, por incrível que pareça, trocou por uma bicicleta com um mecânico.