Itajaí

Tiroteio entre polícia e assaltantes acaba com dois bandidos mortos, um baleado e dois PMs feridos

O que começou com um assalto à casa de um relojoeiro terminou em perseguição policial, tomada de reféns e tiroteio pelas ruas do Balneário Camboriú

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Dois assaltantes mortos, um bandido baleado, três PMs feridos, três carros crivados de bala e dois reféns tomados durante um tiroteio que rolou próximo às 10h da matina de ontem. Sobraram cenas de violência na perseguição policial a um trio que assaltou a família do empresário Orlando Loch, dono da joalheria Loch, em Balneário Camboriú. O crime, que começou num prediozinho de três andares do bairro das Nações, terminou com o banho de sangue na avenida das Flores, entre o fórum de Justiça e o Balneário Camboriú Shopping. Até o fechamento desta edição, os criminosos ainda não haviam sido identificados.

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O trio invadiu o sobradão na rua Tailândia, no bairro das Nações, pouco antes das 9h da manhã. Toda a família foi amarrada com lacres de plástico. Dinheiro, joias, roupas de marca e outros pertences ...

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O trio invadiu o sobradão na rua Tailândia, no bairro das Nações, pouco antes das 9h da manhã. Toda a família foi amarrada com lacres de plástico. Dinheiro, joias, roupas de marca e outros pertences pessoais foram roubados. O assaltantes fugiram no Jetta branco, placa MJB 9969 (Balneário Camboriú), pertencente à Karen Loch Hacke, 36, filha de Orlando. Logo depois que os bandidos foram embora, a família conseguiu se soltar das amarras e ligou pra polícia.

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Tiroteio na frente do fórum

O Jetta foi avistado na avenida das Flores, perto do fórum. Lá mesmo começou a troca de tiros entre bandidos e policiais militares. Em entrevista coletiva concedida à imprensa, ontem à tarde, o tenente-coronel Renato José Thiesen, comandante da PM da Maravilha do Atlântico, disse que na confusão o carro usado pelos bandidos foi trancado por um caminhão. Foi quando uma das viaturas e o Jetta ficaram lado a lado e o tiroteio se intensificou. Três policiais acabaram atingidos. No desespero, os assaltantes largaram o Jetta no meio da avenida, crivado com mais de 30 balaços, e atacaram motoristas que passavam pelo local.

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Fizeram dois reféns

Dois assaltantes atravessaram a avenida e armados entraram na Saveiro, placa CKH 5202 (Gaspar). Um bandido foi atingido pela PM quando tentava entrar no lado do carona. Levou um tiro na cabeça, dois na coxa e outros dois numa das mãos. Até ontem à noite, estava internado no hospital Marieta, de Itajaí, correndo risco de morte. O outro bandido recebeu um balaço fatal no peito quando já estava na boleia da Saveiro e morreu na hora.

O terceiro assaltante foi mais longe. Rendeu o motora do Spacefox, placa ATL 6452 (Curitiba), na rótula que liga Balneário a Camboriú. Mas, como já tava com um tiro na cabeça, apagou no meio do caminho. Apavorado, o motora rendido parou num posto de gasolina e ligou pra PM. “Quando ele olhou pro lado, viu que o homem já estava morto”, contou o major Ronaldo de Oliveira.

Inquéritos na Civil e na PM

Além do inquérito na polícia Civil para descobrir quem eram os criminosos e se havia mais algum bandido metido no meio do assalto, a polícia Militar acionou a corregedoria da corporação pra averiguar se houve algum excesso por parte dos PMs que participaram da ação.

PMs baleados tão fora de perigo

Durante a troca de tiros com os bandidões, três policiais militares foram atingidos. Um deles ainda permanece no hospital. Mas está fora de perigo.

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O soldado Antônio Carlos Batista, do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), foi o que mais se danou. Levou um balaço no joelho. Ele passou por uma cirurgia ontem, no hospital Santa Inês, e teve a bala extraída. Antônio permanecerá internado por alguns dias.

Outro baleado foi o soldado Gilson José Schroeder, também do PPT. O tiro que o atingiu pegou no joelho. Ele foi liberado, ainda ontem, do hospital e passa bem.

O terceiro ferido, o soldado Rodrigo Epídio Cardoso, da rádio patrulha, levou um tiro na coxa. Felizmente, a bala disparada por um dos bandidos pegou apenas de raspão e ele também já tá descansando em casa.

Independente da condição física, os soldados ficarão de licença do trampo por tempo indeterminado, informou o comando da PM.

Motoristas feitos de reféns contam os momentos de sufoco

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Seu Honório Floriano teve um grande susto. Ele foi um dos motoristas atacados pelos bandidos durante o tiroteio na manhã de ontem.

Ao DIARINHO, Honório contou que tava vindo da BR e entrando na avenida das Flores quando ouviu o tiroteio e viu a correria. Sua primeira reação for dar a ré no Saveiro, placa CKH 5202 (Gaspar), pra não ser vítima de alguma bala perdida. Mas deu de bunda com um caminhão, trancando a passagem.

Sem esperar, apareceram dois bandidos, um de cada lado do carro. Um deles conseguiu entrar. “Quando ele chegou, disse, sai, sai, sai. E eu saí”, conta, dizendo que o cara tentou assumir a direção da caminhonete. Mas, antes que saísse dali levou um tiro. O outro ficou tentando destravar a porta e também acabou baleado.

Honório veio a Balneário Camboriú a trabalho. “Sorte que ele não atirou em mim”, disse, já aliviado.

Gilmar Lins Caldas foi o outro motorista. Teve mais azar. Acabou sentado do lado do bandido no seu Spacefox, placa ATL 6452 (Curitiba). Ainda assustado, contou que havia acabado de deixar em casa as três filhas que moram na city e, quando parou na rótula do posto Distriboi, pertinho do viaduto de acesso à BR-101, foi atacado.

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O assaltante disparou dois tiros contra o carro e obrigou o motora a dar-lhe carona na marra. “Então, eu abri a porta e ele berrava desesperado para eu tirá-lo dali, pois ele estava sendo perseguido. Foi aí que eu percebi que ele tinha sido baleado”, relatou Gilmar.

Ao invés de pegar a rodovia, o cara passou reto no túnel, em direção a Camboriú. Ao perceber que o bandido havia apagado ao seu lado, entrou com o carango no posto de combustíveis Distriboi pra pedir ajuda. “Vi que ele parecia morto, então decidi parar o carro. Entrei correndo na loja de conveniências e pedi para chamarem a polícia. Foi horrível, entrei em pânico”, lembra. “Venho há anos para cá e isso nunca aconteceu. Se fosse em Curitiba, eu até entenderia. Aqui, não imaginava que pudesse acontecer”, comentou.

Como foi o ataque dos bandidos no sobrado dos Loch

O que mais a família do empresário Orlando Loch temia num assalto não aconteceu: a violência física gratuita. “Eles foram até gente boa. Não bateram em ninguém e mesmo sempre armados ficavam com as pistolas pra baixo”, contou o empresário Júlio Guilherme Hackem, 34 anos, ao DIARINHO. Júlio estava na casa da rua Tailândia, no bairro das Nações, atacada pelos bandidos que acabaram mais tarde trocando tiros com a polícia.

Na baia, ainda estavam sua mulher Karen, 36 anos, e duas filhas, uma de 18 e outra de apenas seis aninhos. Orlando Loch, pai de Karen e principal alvo do ataque dos bandidos, também estava no sobradão, que é divido em três apartamentos.

Júlio foi o primeiro e o último a ter contato com os bandidos. “Às 15 pras nove eu fui pegar o carro na garagem e aí fui rendido”, relatou. “Eles estavam encapuzados e com pistolas automáticas”, afirmou ainda. Com exceção da criança de seis anos, todo mundo da casa teve os pés e mãos amarrados com fitas plásticas, daquelas usadas como lacre. “Depois eles nos colocaram num sofá e queriam dinheiro. Acharam que iam chegar e levar uma maleta com 100 mil dólares”, brincou o empresário.

A quantia encontrada pelos bandidos foi pouco mais de R$ 1 mil na carteira de Júlio e cerca de R$ 900 numa bolsa de Karen. Por isso, resolveram apelar pra objetos de valor. “Como viram que não tinha dinheiro, subiram no apartamento do meu sogro e a gente escutou eles quebrando tudo. Depois desceram com relógios, tênis, roupas”, contou.

Numa última tentativa de lucrar, os assaltantes teria decidido levar Karen até a relojoaria da família, que fica na avenida Brasil, na intenção de roubar as joias. “Mas fizemos a cabeça deles de que isso iria levantar suspeitas”, disse Júlio. O argumento deu certo e os bandidos resolveram ir embora.

A ideia inicial era levar o empresário como refém. Mas na garagem eles desistiram e deixaram Júlio lá mesmo. O empresário conseguiu chegar até a porta e avisar o restante da família de que os bandidos já haviam ido embora. Karen se desvencilhou das amarras e ligou para a polícia. A informação de que foi a criança de seis anos quem avisou a PM sobre o assalto, dada na coletiva de ontem à tarde, foi desmentida por Júlio.




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