Como a maior parte das cidades brasileiras, Navegantes tem entre seus esportes mais tradicionais e im­portantes o futebol. Nestes 49 anos de fundação, o futebol amador vem demonstrando a força da modalida­de na cidade, com clubes de tradição e grande presença de público nas partidas realizadas em solo dengo-dengo e até fora de campo.

Vários clubes de Navega já passaram seus bons momentos em campeonatos municipais e principalmente nos campe­onatos amadores da city peixeira. Hoje é o Clube Atlético Escalvados que vive o melhor momento entre eles, sendo o atual bicampeão do campeonato da liga Itajaiense de Desportos (LID), o campe­onato mais antigo da região. Além dos dois títulos da LID, o Escalvados tem dois títulos do campeonato municipal dengo-dengo em seus 26 anos de histó­ria, completados no último dia 5. “Nos filiamos a LID em 1986, mas em 1991 nos afastamos e só voltamos em 2009”, lembra Gilson Domingos de Oliveira, presidente do clube.

O apoio de parceiros e princi­palmente da comunidade local do bairro Escalvados, na zona rural da cidade, são uma das armas pro bom momento do clube. “Praticamente só temos o futebol pra fazer aqui no bairro”, diz Gilson, que destaca a integração com a comunidade. “Re­centemente jogamos contra o São Nicolau lá na Penha e tínhamos o dobro da torcida deles”, conta, orgu­lhoso, o presidente.

De Navega, ainda disputam o campeonato da LID: o tradicional 1º de Maio e o Atlético Navegantes. A copa Primavera da ACFAI , outro tradicional campeonato peixeiro teve esse ano dois representantes dengos-dengo: o Atlético e a Portuguesa.

Quando se fala do futebol ama­dor de Navegantes, muitas pessoas confundem e colocam a tradicional Estiva entre seus representantes. “O campo deles fica aqui, mas a Estiva é um clube com sede em Itajaí, é de lá”, lembra Gerson Fagundes, supe­rintendente de esportes de Navega.

O outro lado

Se o Escalvados vive seu melhor momento na história, o União Fute­bol Clube atualmente disputa ape­nas partidas de veteranos e revive as lembranças do passado. Fundado em 10 de setembro de 1949, o mais antigo clube amador da city tem em seu currículo bicampeonato invicto da copa Primavera e o tricampeo­nato consecutivo da LID (1976, 77 e 78), conquistados de forma invic­ta. Celso Antonio dos Passos, atual presidente do clube, tem suas teorias pro início da queda do clube. “Na época só nós e o Beira Mar da Penha disputávamos o campeonato em Ita­jaí e nós dominávamos. Como Itajaí não conseguia ganhar começou uma máfia pra nos prejudicar”, acredi­ta Celso. “A arbitragem sempre nos prejudicava. Teve um jogo em 1980 pelo campeonato da LID que o ár­bitro expulsou seis jogadores nosso que nem estavam jogando, só assis­tiam a partida”, conta o presidente.

A partir daí o clube começou a perder força, não joga mais os cam­peonatos peixeiros e no ano passado disputou apenas o amador dengo-dengo, sem muito destaque. “Esta­mos meio jogados às traças. O União hoje vive do convênio que tem com a prefeitura e dos abnegados vetera­nos que pagam mensalidade de só­cio”. Por ter convênio com a prefa, o campo do União abriga escolhinhas como as de futebol e atletismo.

Já no profi...

Apesar do futebol amador já estar consolidado, o futebol profissional nunca decolou. O único clube nesta categoria e que carrega o nome de Navegantes ainda não tem identifica­ção com a cidade. Fundado em 2006 pelo ex-presidente do Marcílio Dias, Egon da Rosa, o Navegantes Esporte Clube (NEC) passou pouco tempo na cidade. Time empresa e mais fo­cado em vendas de jogadores do que busca de títulos, o NEC não conse­guiu atrair a torcida dengo-dengo. Além disso, teve problemas com o empresariado local e começou a pe­regrinação pela Santa & Bela, onde já passou por Caçador, Maravilha do Atlântico e agora tá em Mafra. Por causa de dívidas com o tribunal de justiça Desportiva catarina (TJD-SC) deve ficar de fora da Terceirona do campeonato Catarinense desse ano.

Em 2009, a cidade ganhou outro repre­sentante. A Portuguesa de Navegantes, time amador, resolveu se aventurar no futebol profissional e disputar a Terceirona, mas as coisas não saíram mui­to como o planejado. A campanha foi mediana, o clube somou dívidas e acabou voltando pro amador depois do fim do campeonato.