Lourivando siscondia na região da Laranjeiras e trabalhava como açougueiro num mercadinho da rua Hermógenes de Assis Feijó, no bairro da Barra. Foram tiras da divisão de Investigações Criminais (DIC) da Maravilha do Atlântico que botaram as pulseiras de aço no foragido. Ele foi guentado bem no comecinho da manhã, assim que chegava pra trampar.
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O assassino, que parecia estar levando uma vida fora do mundo do crime, chegou chorando muito na sede da DIC. Lourivando foi apresentado à imprensa mas não quis conversar com os jornalistas.
Desde maio de 2009, o cara tava com prisão decretada pela dona justa. Ele é apontado como autor de duas execuções em 2008. Teria sido contratado por uma família pra vingar a morte de um jovem. Matou a tiros Joel Machado Ribeiro da Conceição, então com 18 anos. Pra cometer o crime, ganhou R$ 600, dinheiro que teria dividido com dois comparsas, um dos quais seu próprio irmão.
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O trio ainda matou um garoto de 15 anos, que nada tinha a ver com a história. Pra encerrar de vez o caso, falta prender apenas o outro matador, Everson Romani de Souza, 26 anos, que continua foragido.
Uma novela com capítulos de sangue
Assassinos de aluguel, sede de vingança e uma dívida de apenas R$ 200 como motivo de uma execução que acabou provocando outras duas mortes. O caso tem recheios que dariam história pra fazer um livro. Os principais envolvidos fazem parte da família Aguiar, incluindo o patriarca, Walfrido Alfredo Aguiar, de 62 anos, que acabou preso quase nove meses depois do começo de toda a trama.
Foi a execução de Alessandro, filho de Walfrido, na tarde do dia 15 de agosto de 2008, uma sexta-feira, o estopim da vingança. O crime aconteceu na frente da casa de número 40 da rua João Cirilo da Cunha, no loteamento Avelino Werner, no Promorar 2, bairro Cidade Nova, onde morava a namorada do jovem morto. Os autores foram Joel da Conceição e um outro rapaz que até hoje a polícia não sabe dizer quem é.
Alessandro e Joel eram trabalhadores. Catavam lixo pelas ruas da cidade pra vender pra reciclagem.
O caçula dos Aguiar, que nunca havia se envolvido em qualquer confusão, vinha pressionando Joel para lhe pagar os R$ 200 que havia emprestado e que nunca recebeu de volta. Tu não queria que eu te pagasse? Então aqui está, teria dito o assassino, antes de mandar dois balaços no peito do rapaz, contaram à polícia testemunhas do homicídio.
Não demorou pra polícia chegar até Joel, que se apresentou uma semana depois pros homidalei, negou o crime e passou a responder a bronca em liberdade. Mas a família Aguiar não quis esperar a Justiça agir. Contratou um assassino de aluguel.
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Lourivando teria recebido R$ 600 pra acabar com a vida do assassino de Alessandro. Fez isso junto com seu irmão Thiago, 24 anos, e com o comparsa Everson de Souza, 26.
Ciclistas executados com tiros na cabeça
O acerto de contas da família Aguiar com Joel aconteceu em 1º de setembro de 2008. Junto com o menino Simon da Cruz, Joel foi fuzilado quando pedalava sua ziquinha na rua Maria Alves Mafra, no loteamento Promorar II, bem na frente da papelaria Pampi. Lourivando, Thiago e Everson pararam um carro ao lado dos ciclistas e descarregaram um revólver. Simon ainda tentou fugir. Mas foi perseguido pelos atiradores, que terminaram o serviço 50 metros à frente. Os dois rapazes morreram com tiros certeiros na cabeça.
Somente em 30 de abril do ano seguinte é que o caso foi solucionado de vez. Tiras da DIC de Itajaí botaram em cana Walfrido Alfredo de Aguiar e os filhos Walfrido Barbosa, 22, e Anderson Barbosa Aguiar, 27. Foram eles os mandantes do crime. Queriam vingar o caçula Alessandro. No mesmo dia, a polícia também prendeu Thiago.
Hoje, todo o grupo espera o julgamento em liberdade, o que deve acontecer também com Lourivando. A família Aguiar se mudou pra Guabiruba, uma cidadezinha perto de Brusque
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