Com o coração apertado por ver o irmão sofrendo no regime carcerário, ela busca junto à mídia peixeira mobilizar as otoridades prisionais. Eu tenho aqui comigo uma relação de 11 problemas enfrentados por eles, conta.
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Dentre as reclamações, a muié alega a falta de medicamentos. Segundo ela, os detentos precisam estar na beira da morte pra receber algo que alivie as mazelas do corpo. Além da falta de comida relatada em carta pelo preso, a família acha absurda a proibição de entrada de alimentos externos. Não entra nada, nem comida, sabonete, pasta de dente, papel higiênico, nada, relata E..
Na tarde de quinta-feira, 1, a dona de casa foi informada que os presos fariam uma rebelião bloqueando a saída das visitas, por volta das 16h30. No entanto, até às 18h daquele dia nada foi feito e não havia mais estranhos no complexo penitenciário. Eles vão fazer também uma greve pacífica de fome no dia 26/9 pra conseguir os seus direitos. Mas essa greve vai acontecer em todos os presídios do estado, revela a mana do criminoso.
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Roselina Barbosa, 46, é mãe de um detento, preso há três meses por tráfico de drogas. A muié saiu decepcionada da visita na quinta-feira, com um saco de biscoitos nas mãos. A gente tenta trazer uma comidinha diferente e é barrado. A gente fica triste, lamenta. O gerente do complexo diz que a quantidade levada pela muié era além da permitida pra visita. No mais, a mulher disse que o filho nunca reclamou de perrengues no cárcere.
Barulho na noite
No início da noite de sexta-feira, por causa da falta de água, os presos organizaram um motim. Eles começaram a bater nas grades pra chamar a atenção da direção do cadeião. Pra evitar que rolasse alguma merdança, o administrador Milton pediu reforço à polícia Militar de Itajaí e Balneário Camboriú. Várias baratinhas foram até o cadeião, onde controlaram a situação. Por volta das 20h30, os presos já tavam calminhos, calminhos na cela. Milton disse que não haverá necessidade de transferir os presos e garante que a bronca já foi solucionada.
Saiba como são as instalações do presídio da Canhanduba
A equipe de reportagem do DIARINHO teve a oportunidade de entrar nas instalações do complexo penitenciário quinta passada, acompanhada do gerente da bagaça, José Milton Ribeiro Santana. O ambiente é limpo e não tem catinga de homem aglomerado. Ao todo, são 333 detentos. O MACRIADO teve acesso ao primeiro prédio, onde ficam as celas de disciplina e de triagem, farmácia, sala de revista e o administrativo. As celas são abertas pelos agentes carcerários pro banho de sol por uma alavanca na parte superior, chamada apoio central. Desta forma, os presos têm contato somente com outros presos.
Farmácia
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Quem era acostumado a se automedicar vai ter que mudar de hábito na marra. O presídio trabalha com um rigoroso controle de medicamentos e não é pela falta de remédios, mas sim por segurança. Os de uso contínuo são liberados mediante prescrição médica. Isso é falta de remédio, como reclamam?, questiona Martins, exibindo armário repleto de remédios. Todos os dias um clínico geral atende os encarcerados de acordo com o agendamento.
Rango
Fornecidos por uma empresa terceirizada, Montesinos, os rangos são acompanhados por uma nutricionista. Os diabéticos recebem marmitinha sem açúcar. Isso é porque eles dizem que tão passando fome, lasca Milton com uma baita marmita nas mãos. Além da janta às 17h30, os presos ganham mais um lanchinho às 20h, com pão, suco e fruta. Durante o dia tem café da manhã e almoço.
Cabreiro
Perto das 18h, quando a reportagem já ia embora e não havia mais visitantes no complexo, os presos começaram a bater nas portas das celas com as mãos e pés. A barulheira não durou nem um minuto e logo cessou.
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