Quem passa pela avenida do Estado Dalmo Vieira, na esquina da rua 1111, não tem como deixar de notar a banca montada ao lado de um antigo estacionamento, bem atrás do abrigo do ponto de ônibus. Por lá, dois homens de média idade se revezam pra atender à clientela. Sexta-feira, a partir das 9 horas da matina, não foi diferente. Um senhor ficava sentadinho na cadeira, atrás duma grade, vendendo e comprando os passes dos usuários do transporte coletivo do Balneário Camboriú.
Mas o trampinho sussa dos carinhas começa a irritar o povão da Maravilha do Atlântico. Só o DIARINHO recebeu dois reclamos desse mesmo local. Dias atrás, uma muié entrou em contato com o MACRIADO ...
Mas o trampinho sussa dos carinhas começa a irritar o povão da Maravilha do Atlântico. Só o DIARINHO recebeu dois reclamos desse mesmo local. Dias atrás, uma muié entrou em contato com o MACRIADO e disse que, sempre perto do meio-dia, vê o comércio de passes, que acredita ser ilegal, rolar numa buena.
Um outro dedo duro, que não quis se identificar, sabe que o troço já rola há cinco anos, mas nos últimos dois a coisa tem piorado. Ele afirma que os vendedores, abusados pacas, oferecem passes pra idosos. Ele ficam coagindo os aposentados, dizendo que devem comprar porque em alguns ônibus eles pedem o passe, conta, indignado. Pro denunciante, isso já virou uma máfia. Tem duas pessoas, com barraca e tudo, cartaz na parede dizendo o preço e até com crachá. Eu acho um absurdo. Esse negócio tem que acabar, comenta.
Não é ilegal
Marco Aurélio Seára Junior, diretor da Praiana, disse que esse tipo de atividade não é ilegal, já que os vendedores compram de funcionários de empresas. Então, a empresa pagou por isso, comprou. A gente só cuida pra não existir passes falsificados, por isso eles são impressos em gráfica especial, com segurança. Nós temos um controle pra detectar, disse.
O diretor da empresa de ônibus acredita que cabe à prefa fiscalizar, uma vez que os locais de venda podem não possuir alvará pra funcionamento.
Um tal de Leonardo, que disse ser coordenador do setor de alvarás da prefa da Maravilha do Atlântico, anotou a denúncia e disse que mandaria alguém checar a história. Meio de mal com a vida, o carinha não quis passar o sobrenome e nem disse quando a tchurma da prefa faria o trampo.
Dependendo da empresa, pode rolar demissão por justa causa
O DIARINHO conversou com três especialistas em direito trabalhista. Eles explicaram que se o funcionário solicitar vale transporte e repassá-los pra frente com interesse em faturar uma graninha, a empresa pode dar um pé na bunda do espertinho, já que a ação configura falta grave. Aí, cabe demissão por justa causa. Ou seja, pedir passe e bancar o espertinho pode custar caro.