Agentes da alfândega da Receita Federal de Itajaí barraram ontem a entrada no Brasil de cerca de 60 toneladas de lixo vindo da Espanha. Abarrotada em seis contêineres de 40 pés, que são os maiores, a porcariada teria chegado semana passada no porto peixeiro. O inspetor José Carlos Araújo, chefão da delegacia da Receita Federal, informou que a lixarada tinha como destino uma empresa de Farroupilha, no Rio Grande do Sul.

A porcariada chegou ao porto declarada oficialmente como aparas de plástico, que são picadinhos usados na indústria da reciclagem. Foi numa conferência de rotina que os agentes da alfândega descobriram ...

A porcariada chegou ao porto declarada oficialmente como aparas de plástico, que são picadinhos usados na indústria da reciclagem. Foi numa conferência de rotina que os agentes da alfândega descobriram se tratar na verdade de outra coisa. “Quando abrimos, vimos que se tratava de lixo inteiro”, disse o chefão da Receita.

Além da fraude na documentação, a carga também não passou pela peneira do Ibama. “As aparas de lixo são permitidas, mas esse carregamento chegou aqui sujo e inteiro”, afirmou Márcio Burgonovo, fiscal do órgão ambiental.

Além de plásticos de todos os tipos, os caixotões traziam uma porção de garrafas pet e pacotes de salgadinho. Isso sem falar do chorume, aquele líquido podre e escuro que verte de resíduos orgânicos. “Pela quantidade de garrafas pet encontradas, acredito que seria a intenção da empresa reciclar o material. Só não entendo por que importar, já que trata-se de lixo que encontramos no meio da rua”, questionou o chefão da Receita, que preferiu não divulgar o nome da empresa que importou a bagaça.

A lixarada será devolvida ao país de origem, e a empresa importadora poderá levar no lombo uma multa que varia entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões por crime ambiental. Também será investigada pela fraude na documentação.