Itajaí

Fábrica de iates de luxo treina sua peãozada

Objetivo é se precaver de um apagão de mão de obra no setor. Veja como aproveitar a chance e agarrar um trampo na maior fabricante de barcos chiques do mundo

A direção da italiana Azimut, a maior construtora de barcos de luxo do mundo, anunciou esta semana a abertura de 100 vagas para sua fábrica de Itajaí. Parte dos trampos é pra auxiliar de produção, uma espécie de aprendiz da profissão. A outra, pra profissionais que irão se dedicar à formação daqueles trabalhadores. A procura por tanta gente assim dá uma ideia do crescimento do setor náutico de lazer, mas também traz à tona um problema: a falta de força de trabalho qualificada. “Encontrar mão de obra especializada para atuar na indústria tem sido um desafio não somente para a Azimut, mas é um cenário que o país atravessa”, comenta Francisco Ernst, diretor de Recursos Humanos da fábrica peixeira.

A italianada da Azimut tem um pepino grande pra descascar pela frente. Pelo acordo que fez com a prefeitura de Itajaí, terá que oferecer mil empregos diretos quando concluir a construção do polo ...

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A italianada da Azimut tem um pepino grande pra descascar pela frente. Pelo acordo que fez com a prefeitura de Itajaí, terá que oferecer mil empregos diretos quando concluir a construção do polo náutico da Murta. Gente pra trampar, até teria. O que falta é qualificação no setor. “Em Itajaí, por exemplo, os profissionais estão acostumados a trabalhar com a utilização de materiais como o aço ou a madeira para a indústria naval. Entretanto, para a fabricação de barcos de lazer, a matéria-prima é a fibra de vidro”, explica Francisco.

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Como no estado não há cursos técnicos que preparem profissionais pro trampo em fibra pro mercado náutico de luxo, a Azimut acaba formando seus próprios trabalhadores com o padrão que traz da fábrica na Europa. Por isso, algumas das 100 vagas que abriu esta semana serão para trabalhadores que atuarão na formação profissional da peãozada.

No caso da Azimut, além de profissionais que entendam de fibra de vidro, a empresa também emprega gente com experiência em montagens elétricas ou de móveis, marcenaria e mecânica. “Temos muitas particularidades nos nossos processos que exigem um período de aprendizagem dentro da empresa, mesmo que o candidato já possua uma boa formação teórica”, diz Francisco, pra justificar porque a fábrica acaba treinando mesmo quem chega com alguns canudos debaixo do braço.

Hoje, a fábrica já tem 250 funcionários. Quer fechar o ano com pelo menos 350 peões na produção e no setor administrativo. O problema da falta de trabalhadores qualificados, admite o chefão do RH, tem dificultado a produção de embarcações. “Mas não chegou ainda a ameaçar os nossos planos de expansão”, faz questão de afirmar.

Pra Francisco, não há dúvidas de que Santa Catarina tem tudo pra se tornar a principal referência no segmento náutico de luxo no Brasil. “Mas, para isso, a base está no conhecimento, na qualificação e na união entre organizações, instituições de ensino e iniciativa privada”, alfineta, numa cobrança sutil aos gestores públicos. O chefão do RH da Azimut cita como boa experiência a parceria que a empresa fez este ano com a fundação de Educação Profissional e Administração Pública (Feapi) da prefa peixeira, que promoveu um curso de acabamento em fibra de vidro. “Dos 40 participantes, a maioria foi contratada como funcionário após o treinamento”, ressalta.

Mercado náutico gera 150 mil empregos diretos e indiretos em todo o Brasil

O festival náutico de aniversário da Marina Tedesco, que começou ontem no Balneário Camboriú e vai até domingo, dá uma ideia da explosão do setor no Brasil e, em especial, em Santa Catarina. Recheado de atrações e com uma feira multimilionária, o festival tem previsão de gerar mais de R$ 40 milhões em negócios na compra e venda de produtos e serviços. O foco, claro, estará voltado às luxuosas lanchas e iates que estarão sendo exibidos por lá pelas mais importantes empresas que atuam no mercado brazuca.

Só pra ter uma ideia, no ano passado foram vendidos cerca de 60 mil motores de popa no Brasil. Metade deles pela japonesa Yamaha, que tem por aqui seu segundo maior mercado náutico em todo o planeta. ““O mercado náutico brasileiro nos surpreendeu, pois, apesar de também ter sido atingido pela crise mundial em 2008, se recuperou muito rápido e, ao contrário da Europa e dos Estados Unidos, continua em franca ascensão”, disse Yoichiro Kojima, diretor executivo da divisão de motores de popa e terceiro executivo da Yamaha mundial, quando no finalzinho já anunciou que quer aumentar sua participação nas vendas brazucas pra 70%.

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A direção da associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar) calcula que o setor moveu mais de R$ 400 milhões em 2010 e vem crescendo numa média anual de 10%. Hoje, pelas estimativas da Acobar, já seriam 150 mil empregos diretos e indiretos gerados pelo setor náutico.

Polo que tá sendo construído em Itajaí promete ser a maior área de lazer náutico em todo o país

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A Azimut pretende concluir até o ano que vem a construção de um mega-polo náutico. O local, que vai funcionar do ladinho do terminal portuário do Teport, na Murta, em Itajaí, tem a pretensão de ser a maior estrutura náutica de lazer do Brasil. A área de 200 mil metros quadrados vai abrigar os galpões da fábrica, lojas, marina, restaurantes e oficinas de reparo pros ricaços curtirem com seus iates e lanchas de luxo.

Os mil postos de trabalho anunciados pela empresa italiana são a contrapartida pela isenção do imposto predial e territorial urbano (IPTU) por 10 anos, isenção do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), que é de 2% sobre o valor do imóvel, e um descontaço de mais de 50% do imposto sobre serviços (ISS) dados pela prefa.

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