Foram 27 pessoas levadas pra delegacia pra averiguação e duas ficaram por lá, por serem foragidas da Justiça. Além disso, acabou a farra dos flanelinhas no centro de Itajaí. Este foi o saldo da operação conjunta feita entre as 20h de quinta-feira e 5h da madrugada de ontem pelas polícias Militar e Civil, mais o pessoal da coordenadoria de Trânsito (Codetran) e do programa de Orientação ao Migrante (POM) da prefa peixeira. Fizemos um pente-fino mesmo, uma operação-arrastão. E vamos repetir, anunciou José Alvercino Ferreira, chefão da Codetran.
A operação foi motivada pelo excesso de reclamações por parte dos motoras que estacionam o carango nas redondezas da Beira-rio, afirmou o delegado Alan Pinheiro, da divisão de Investigações Criminais (DIC) da polícia Civil. Recebemos diversas ...
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A operação foi motivada pelo excesso de reclamações por parte dos motoras que estacionam o carango nas redondezas da Beira-rio, afirmou o delegado Alan Pinheiro, da divisão de Investigações Criminais (DIC) da polícia Civil. Recebemos diversas ligações por dia de pessoas e comerciantes que se dizem constrangidos por ter que pagar para estacionar o carro, disse, completando: Alguns flanelinhas chegam a arranhar o carro da pessoa por ela não ter pagado pelo serviço.
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Arranhar ainda é pouco. Alguns dos chamados guardadores de carro, acusou o delegado, chegam a estourar o vidro dos possantes pra furtar o que há lá dentro. Dizem à pessoa que vão cuidar do carro e, quando ela sai, aproveitam para furtar, acrescentou o tira.
Entre as 27 pessoas recolhidas, duas tavam foragidas da dona justa. Gilmar Heleodoro Luiz, 31 anos, e Quintiliano Coelho da Silva, 36, que trampavam como flanelinhas em frente a um restaurante da Beira-rio, foram guentados logo no começo da operação, lá pelas 21h30. Os dois são da pesada.
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Quintiliano, que foi já na quinta-feira despachado pro complexo Penitenciário da Canhanduba, cumpria pena de seis anos e oito meses por assalto cometido em 2007. Ganhou um arrego de sete dias de liberdade por bom comportamento e tava há mais de dois meses foragido. Gilmar tem mandado de prisão em aberto por furto, tráfico de drogas e assalto. Foi levado ontem de manhã pro xadrez da Canhanduba.
Os outros detidos prestaram depoimento na 1ª depê. Muitos nós pegamos usando drogas em terrenos baldios nas proximidades da Beira- rio. A maioria dessas pessoas não tinha documentos, acrescentou o dotô.
Ao todo, informou Zé da Codetran, 45 otoridades participaram da ação. Além da Beira-rio e do mercado público, foram vasculhados o entorno da igreja Matriz e terrenos baldios do centro.
ÚLTIMA HORA
Às 21h de ontem, o DIARINHO deu um rolé pela avenida Beira-rio e encontrou quatro flanelinhas mandando pressão pra cima de quem estacionava por lá, na mó cara dura
O que foi feito com o pessoal recolhido
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Nadir Leia Rocha da Silva, a Leia, a coordenadora do Programa de Orientação ao Migrante (POM), afirmou que os flanelinhas e moradores de rua do centro de Itajaí já são conhecidos da casa de apoio mantida pela prefa. Todos os 27 abordados foram levados de busão pra depê, informou Leia. Tirando os dois que tinham pendência com a dona justa, os demais foram liberados.
A chefona do POM disse ainda que foi oferecido aos moradores de rua e aos flanelinhas abrigo no albergue da prefa e até passagem pra quem quisesse voltar pra sua city de origem. Um deles aceitou o convite pra ficar um tempo na casa de apoio e outro pediu passagem para Floripa e já foi pra lá ontem, enquanto o restante voltou pras ruas.
Os moradores de rua e os guardadores de carros, garantiu Leia, já conhecem o trampo do POM. Mas esse pessoal, comentou, não costuma querer ajuda porque sempre consegue o que precisa pra viver com o povão bom de coração. Eles não aceitam a ajuda do POM porque aqui na cidade o pessoal dá comida, dá café, dá dinheiro, dá refeição todos os dias. Eles vão fazer o que, em casa, se na rua ganham dinheiro, comida, banho e tudo pra se sustentar? lascou a chefona do programa, indignada. Boa parte do pessoal que tá na rua, disse Leia, é viciada em drogas e acaba sendo rejeitada pela família. Infelizmente, é um trabalho em vão. Se eles tinham algum vínculo com a família eles perdem porque a sociedade itajaiense os sustenta na rua, completa.
O POM, avisou Leia, ainda dá chance pros que mudarem de ideia e quiserem ajuda. Eles podem procurar o POM, sabem do nosso trabalho e sabem onde fica o programa, concluiu.
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